29- Quinta
- Evangelho - Lc 6,12-19
Escolheu
doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos.
Hoje
é com alegria que nós celebramos dois Apóstolos: S. Simão e S. Judas Tadeu.
Conforme o evangelista S. Marcos (Mc 6,3), eles eram primos de Jesus.
S.
Simão é natural de Caná da Galiléia (Cf Mc 3,18). Ele pertencia ao partido
político dos Zelotas, que tinha por objetivo libertar o País dos romanos.
Jesus
gostava desse tipo de gente, mesmo que não concordasse às vezes com as idéias
deles. Veja o caso de S. Paulo, que era um jovem comprometido em acabar com os
cristãos, porque achava que isso era um bem. Sinal que ele era uma pessoa de
ideal, alguém que abraça uma causa e luta por ela.
O
que Jesus detestava eram essas pessoas sem posição, sem marca, sem identidade
nem ideal, que, nos conflitos, ficam em cima do muro. “Porque és morno, nem
frio nem quente, estou para vomitar-te de minha boca!” (Ap 3,16).
As
pessoas amorfas são presas fáceis da sociedade de consumo. Elas não têm opinião
formada sobre nada. Não são contra nem a favor, muito pelo contrário. Nós as
chamamos de maria-vai-com-as-outras.
Segundo
a tradição, S. Simão pregou o Evangelho no Egito, onde morreu mártir.
S.
Judas é mais conhecido nosso. É o “santo das causas difíceis”. Seu pai se
chamava Tiago. Ele pregou na Palestina, na Síria, na Mesopotâmia, na Armênia e
na Pérsia. Foi morto a machadadas. Por isso que é apresentado com uma
machadinha ao lado.
O
evangelista S. João traz uma passagem onde aparece S. Judas: Disse Jesus: “Quem
acolhe e observa os meus mandamentos, esse me ama. Ora, quem me ama será amado
por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. Judas (não o Iscariotes)
perguntou-lhe: Senhor, como se explica que tu te manifestarás a nós e não ao
mundo? Jesus respondeu: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o
amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (Jo 14,21-23). Está aí a
explicação por que as pessoas que desobedecem os mandamentos acabam se
desviando na fé. Deus só se manifesta aos que observam os seus mandamentos.
S.
Judas tem uma carta na Bíblia. É curtinha, tem apenas uma página, mas é
riquíssima.
Ele
cita, por exemplo, a ganância: “Os gananciosos apascentam a si mesmos. Por
isso, são como nuvens sem água, que são levadas pelo vento; e como árvores
frutíferas que não dão fruto, e por isso são cortadas pelo agricultor. São
também como as ondas bravias do mar: fazem espumas bonitas, mas em poucos
segundos acaba tudo. São ainda como meteoros à noite no céu: brilham, mas logo
depois volta a escuridão”.
Veja
outra passagem da carta: “Rezem, e mantenham-se unidos no amor de Deus.
Procurem convencer os vacilantes. E não se deixem contaminar pelos maus
costumes dos pagãos”.
E
ele termina com uma oração: “Ao Deus único, que nos salva por meio de Jesus
Cristo, nosso Senhor, glória, majestade, domínio e poder, desde antes de todos
os séculos, agora e por todos os séculos. Amém.”
O
Evangelho de hoje é próprio da festa. Ele narra o chamado de Jesus aos
Apóstolos. O texto começa dizendo: “Jesus foi à montanha para rezar, e passou a
noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou seus discípulos e escolheu
doze entre eles”.
Alguns
discípulos subiram com Jesus a montanha, outros ficaram na planície. Já foi uma
pré-seleção, que partiu dos próprios discípulos. Afinal, eles iam passar o
noite toda rezando, e isso não é fácil.
Eles
fizeram, ao mesmo tempo, oração e penitência, passando a noite acordados. No
outro dia, estavam preparados para ouvir Deus falar.
“Ao
amanhecer, Jesus chamou seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais
deu o nome de apóstolos”. A oração nos ajuda a fazer o que Deus quer.
Ao
descerem da montanha, viram “uma grande multidão”. Sinal que estava mesmo na
hora de Jesus arrumar auxiliares.
Certa
vez, uma sementinha se recusou a cair numa terra molhada, cheia de esterco e
mal cheirosa. Ela disse: “Eu não! Estou limpinha, bonitinha, agora cair no meio
deste esterco?”
A
sua mãe, a flor, lhe disse: “Filha, tenha coragem. Eu também era uma sementinha
como você, e olhe como sou bonita hoje. Isso porque eu tive coragem de ficar no
meio da terra molhada e cheia de esterco”.
Os
primeiros passos da nossa vocação são sempre difíceis, mas depois vem o prêmio
de Deus por atendermos ao seu chamado. E Jesus disse: “Eu estarei convosco
todos os dias”. Pronto, se ele está conosco, ele que é Deus, não precisa mais
nada. A confiança em Deus nos dá coragem para arriscar, e caminhar rumo ao
invisível. Isso porque Alguém, que nos ama, está vendo tudo.
Vamos
apresentar a Maria Santíssima e aos Apóstolos S. Simão e S. Judas as nossas
causas difíceis, e tudo o que precisamos, para que intercedam por nós.
Escolheu
doze dentre eles, aos quais deu o nome de Apóstolos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário