14- Quarta
- Evangelho - Lc 11,42-46
Ai
de vós, fariseus; ai de vós também, mestre da Lei.
Neste
Evangelho, Jesus faz novas e duras críticas aos mestres religiosos do seu
tempo.
“Ai
de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã... mas, mas deixais de lado
a justiça e o amor a Deus.” Eles eram muito “zelosos” na questão do dízimo,
porque uma parte do dinheiro era deles. Já o principal da religião, que é a
prática da justiça e o amor a Deus, eles deixavam de lado.
“Vós
deveríeis praticar isso, mas sem deixar de lado aquilo.” Algum fariseu que
escuta esta mensagem de Jesus hoje, pode pensar que ele é contra o dízimo. Por
isso que Jesus esclarece: pagar o dízimo da hortelã está certo; mas há outros
pontos muito mais importantes na fé, que não devem ser deixados de lado.
“Ai
de vós, fariseus, porque gostais dos lugares de honra nas sinagogas, e de
serdes cumprimentados nas praças públicas... Sois como túmulos que não se
vêem.” Existem túmulos escondidos, que as pessoas passam por ali e nem sabem.
Assim são esses fariseus; as pessoas batem palmas para eles e lhes prestam homenagem,
porque não conhecem as suas sem-vergonhices ocultas. Há gente que tem grande
facilidade em disfarçar, para que ninguém saiba dos erros que praticam. Mas a
Deus ninguém oculta!
"Cuidado
com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada de oculto que não
venha a ser revelado e não há nada de escondido que não venha a ser
conhecido" (Lc 12,1-2). Esse é um fato. Quando o hipócrita menos percebe,
a sua máscara cai e a realidade aparece. Afinal, Deus continua sendo o Senhor
do mundo.
“Um
mestre da Lei tomou a palavra e disse: Mestre, falando assim, insultas-nos
também a nós!” Este, em vez de vestir a carapuça e acolher o convite à
conversão, atacou Jesus. É mais fácil atacar o mensageiro do que acolher a
mensagem. Destruindo o mensageiro, os malvados pensam que ficam livres da
palavra profética deles.
Mas
Jesus não perde a oportunidade, e cita um pecado muito comum em todos nós que
ensinamos a Lei de Deus: pensamos nos outros e não em nós mesmos. Os mestres da
Lei sempre encontravam um subterfúgio para escapar da pratica dos mandamentos
mais difíceis. Todos esses pecados continuam existindo hoje, e muito. Nós
sempre encontramos desculpas para não praticar os mandamentos de Deus como
devíamos. Quanto fariseu reza “pela conversão dos pecadores” e se esquece de
que é pecador também!
"Ou
a árvore é boa e o fruto, bom; ou a árvore é má e o fruto, mau. É portanto pelo
fruto que se conhece a árvore" (Mt 12,33). Aí está a chave para
descobrirmos se uma pessoa é ou não hipócrita: pelas suas obras.
"Este
povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim" (Mc 7,6.
Is 29,13).
Certa
vez, na antiguidade, um filósofo da cidade de Creta, na Grécia, chamado
Parmênides, saiu na rua principal da cidade e numa hora de bastante movimento,
dizendo bem alto: “Todos os cretenses são mentirosos”.
Ninguém
ligava para o que ele dizia, pois ele também era cretense, portanto, mentiroso
também. Parmênides não fez mais que “cortar o galho onde estava sentado”.
Ninguém
dá valor às palavras de uma pessoa mentirosa, ou que não vive o que fala.
Maria
Santíssima era humilde. Ela se declarou “a humilde serva do Senhor”. Na
multiplicação dos pães, ela não estava em evidência, como a "mãe do futuro
rei". Mas na cruz, na extrema humilhação do Filho, ela estava ali junto dele,
em pé. Santa Maria, rogai por nós!
Ai
de vós, fariseus; ai de vós também, mestre da Lei.
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