terça-feira, 29 de setembro de 2015

Um só coração e a uma só alma-Helena Serpa



04/10/2015 - XXVII Domingo do tempo comum –    1ª. Leitura – Gênesis 2, 18-24 – “O ser humano não é feito para a solidão” 
O homem, na pessoa de Adão recebeu de Deus poder para dominar a terra. Por isso, ao nomear, um por um, todos os seres, Adão recebeu de Deus a autoridade sobre eles. No entanto, naquelas criaturas, Adão não encontrou o auxilio de que ele precisava.   “Então o Senhor Deus fez cair um sono profundo sobre Adão ... e tirou-lhe uma das costelas e ... formou a mulher, conduzindo-a a Adão, que exclamou: ‘desta vez, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne’”! Quando Deus criou o homem, criou também a mulher, e depois a modelou para que ela, com as suas aptidões próprias, se tornasse para ele ajuda e conforto, como amiga, companheira e confidente. A mulher sempre será um grande mistério para o homem, apesar de ser parte dele! Por isso, todo homem, assim como Adão, a contempla e admira, pois nela encontra parte do seu ser. 

Do Papa João Paulo II :a exigência fundamental sobre a qual se apoia a união esponsal de um homem e de uma mulher, e com ela a vida da família que dela brota é uma exigência de comunhão. O ser humano não é feito para a solidão, traz em si uma vocação ao relacionamento, radicada na sua própria natureza espiritual. Em força de tal vocação, ele cresce na medida em que entra em relação com os outros, encontrando-se plenamente “no dom sincero de si” (Gaudium et spes, 24).Ao ser humano não bastam relacionamentos puramente funcionais. Ele tem necessidade de relacionamentos interpessoais ricos de interioridade, de gratuidade, de oblatividade. Entre estes relacionamentos, fundamental é aquele que se realiza na família: nos relacionamentos entre os cônjuges, como entre estes e os filhos. Toda a grande rede de relações humanas nasce e continuamente se regenera a partir daquele relacionamento com o qual um homem e uma mulher se reconhecem feitos um para o outro, e decidem fundir a própria existência em um único projeto de vida: “Por isso, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher e os dois serão uma só carne” (Gn 2,24). O termo bíblico “carne” não evoca apenas o aspecto físico do homem, mas a sua identidade global de espírito e de corpo.   O que os cônjuges realizam não é apenas um encontro corpóreo, mas uma verdadeira unidade das suas pessoas. Uma unidade tão profunda que os torna de certa forma na história um reflexo do “Nós” das Três Pessoas divinas (cf. Carta às famílias, 8).- Reflita sobre as palavras de João Paulo II e acolha esta mensagem para a sua vida em família.

Salmo 127 – “O Senhor te abençoe de Sião cada dia de tua vida”.
Este é o salmo que canta a bênção fecunda que o Senhor derrama sobre o homem e a mulher que constituem uma família sujeitos ao Amor de Deus. Felicidade, fecundidade, prosperidade, são as promessas do Senhor para aqueles (as) que O temem e que trilham os Seus caminhos!

2ª. Leitura – Hebreus 2, 9-11 – “sofrer por amor.
Ao deixar-se morrer por amor para dar a vida ao próximo Jesus Cristo veio abrir o caminho para que pudéssemos ter Nele o exemplo de entrega à vontade do Pai.  Quando a leitura nos fala que Jesus foi feito “menor do que os anjos” significa que Jesus foi feito homem e os anjos são seres espirituais.  Mesmo sendo Deus feito homem, pela Sua entrega, pelo Seu sofrimento e morte, depois de ressuscitado Ele foi coroado de glória e honra. Por isso, precisamos tê-Lo como modelo. Seguindo o exemplo de Jesus todos nós somos capazes de atravessar as dificuldades e assumir a nossa missão, no entanto, na maioria das vezes, desejamos fugir do sofrimento porque não entendemos o sentido de sofrer por amor. Quem sofre por amor a Deus através do amor ao próximo,  alcança também honra e glória. O homem e a mulher que colocam os obstáculos, os seus sofrimentos como participação da Cruz de Jesus, recebem a visita de Deus e nos seus corações há serenidade e confiança, apesar de toda turbulência. – Você já entendeu o sentido do sofrimento? – Você tem medo de sofrer por amor? – Você já experimentou colocar o seu sofrimento como participação no sofrimento de Cristo?                
Evangelho Marcos 10, 2-16 – “um só coração e a uma só alma;
Do Catecismo §1643  -  “O amor conjugal comporta uma totalidade na qual entram todos os componentes da pessoa apelo do corpo e do instinto, força do sentimento e da afetividade, aspiração do espírito e da vontade; O amor conjugal dirige-se a uma unidade profundamente pessoal, aquela que, para além da união numa só carne, não conduz senão a um só coração e a uma só alma; ele exige a indissolubilidade e a fidelidade da doação recíproca definitiva e abre-se à fecundidade. Numa palavra, trata-se das características normais de todo amor conjugal natural, mas com um significado novo que não só as purifica e as consolida, mas eleva-as, a ponto de torná-las a expressão dos valores propriamente cristãos." Neste Evangelho Jesus esclarece as dúvidas dos apóstolos sobre realidades que fazem parte da vida do ser humano: a união entre o homem e a mulher quando é abençoada por Deus é para toda a vida; a aliança que é firmada entre os dois exige fidelidade e compromisso para não se partir e, finalmente, a criança, o ser pequenino que é acolhido como fruto dessa união deve ser o nosso referencial para que possamos viver o amor e a paz original para o qual o homem foi criado. A criança é modelo para nós não por sua imaturidade e infantilidade, mas pela sua dependência, sua pureza, sua transparência e confiança nos pais que a colocaram no mundo. – Qual a concepção que você tem em relação a união matrimonial ser para toda a vida? -  Você é uma pessoa fiel ao que Jesus ensina neste Evangelho? – Você aceitaria os filhos que Deus mandasse para você, sejam quantos fossem, com amor? – Em sua opinião o que está faltando para que a família seja mais unida no amor?


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