quinta-feira, 10 de setembro de 2015

JESUS, O MESSIAS, SERVO SOFREDOR–Maria de Lourdes Cury Macedo


            Domingo, 13 de setembro de 2015.
Evangelho de São Marcos 8, 27-35

         Quando Jesus começou sua vida pública não se apresentou como o Messias esperado através dos séculos. Ele chamou seus apóstolos, muitos se tornaram discípulos de Jesus e ao longo dos três anos de convivência presenciaram tudo o que Ele fazia, falava, pensava. Presenciaram inúmeras curas: curou leprosos, aleijados, cegos, ressuscitou mortos, curou doentes, multiplicou pão e peixes e alimentou a multidão, enfim deu muitas provas que só um Deus poderia realizar tais coisas. Quer andando com eles, dormindo ao relento, comendo, sentindo fome, sede, cansaço, Jesus ia falando do Reino dos céus, ensinando-os e preparando-os para a missão.
         Acontece que o povo esperava um Messias importante, poderoso, rico, com palácio e súditos, um grande exército para expulsar os romanos de sua pátria. Havia na Palestina, terra de Jesus, muitos grupos e dependendo do grupo a que eles pertenciam tinham uma expectativa a respeito do Messias. Pensavam que um dia Ele chegaria ao Templo de Jerusalém e se apresentaria como o Messias esperado à séculos. Ninguém levou em conta o profeta Isaías que disse muitas vezes como seria o Messias, o Servo Sofredor.
Jesus quis ser humano, ter uma família, nascer, crescer, experimentar a dureza da vida, passar por tudo que um ser humano passa. Tanto é que Jesus só se dava o nome de “filho do homem”, queria dizer que Ele era gente como todo homem, com suas fragilidades...
         No evangelho de hoje, Jesus e seus discípulos estão no caminho de  Cesaréia de Felipe e enquanto caminhavam Ele decide perguntar aos seus discípulos a seu respeito, se estão seguindo-o de modo consciente ou se pensavam como o povo. Jesus achava que estava na hora de prepará-los para aceitá-lo como Messias sofredor. Por isso pergunta: “Quem dizem às pessoas que eu sou?” Para uns, é João Batista, para outros, Elias, Jeremias ou algum dos profetas, responderam. Era assim que o povo via Jesus.
Jesus olha para os discípulos e pergunta: “E para vós, quem eu sou?”. Pedro lhe responde: “Tu és o Messias!” Pedro inspirado por Deus faz sua profissão de fé revelando corretamente quem é Jesus. Depois, Jesus proíbe a todos de contar ao povo que ele era o Messias, porque ainda não era hora. Só entenderiam na cruz e na ressurreição.
- Quem quer seguir um Messias sofredor? E passar por tudo que o Messias iria passar? Ninguém? Mas sem passar pela cruz, não haveria ressurreição; sem lutar contra as injustiças, não haveria justiça; enfim, sem luta e sofrimento, não haveria vitória.
Jesus lhes ensinou quem era esse Messias que vinha do Pai. Ele era o Mestre e os outros eram seus discípulos. O Mestre vai à frente e os discípulos o seguem... “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar depois de três dias”. O Senhor disse isso claramente a seus discípulos. Jesus queria prepará-los para aceitar o que aconteceria com Ele. Jesus sabia que teria de enfrentar as lideranças religiosas e políticas, o Sinédrio e acabaria morrendo, pois o poder estava nas mãos deles, os quais não aceitaram Jesus.
Pedro o repreendeu quando Jesus começou falar da sua missão, de tudo que passaria e disse que não permitiria que ele passasse por tudo aquilo. Pedro estava cheio de boas intenções, mas não tinha entendido o plano de Deus. A mentalidade que ele tinha do Messias, era a mentalidade dos judeus, aquele que viria resolver todos os problemas, acabar com as dificuldades. Esperava um Deus todo poderoso que não precisaria da ajuda de outros para solucionar os problemas e não precisaria sofrer, não precisaria passar por tudo isso que Jesus falava.
Jesus escuta Pedro, mas o repreende dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. Naquele momento Pedro enfraquecia a missão de Jesus. “Satanás” quer dizer “adversário”, “inimigo”, fazendo-se de amigo estava tentando-o a não cumprir a sua missão salvadora. Pedro tinha a mentalidade do povo daquela época. Pensa “de acordo com os homens”; só mais tarde, quando vier o Espírito Santo, chegará a pensar “como Deus”.
Jesus nos ensina que não é só Ele que vai sofrer e morrer pela salvação do mundo, mas todos que quiserem segui-Lo, só poderão salvar-se aceitando sofrer e carregando cada um a sua cruz. Jesus não força ninguém segui-lo, mas quem quiser segui-lo terá que renunciar aos próprios interesses mundanos, mortificar as paixões, romper com o egoísmo, com o orgulho, com a preguiça, com o comodismo,  renunciar a tudo que é contraria à lei de Deus, amar o irmão independente se é rico ou pobre, fazer o bem, ser caridoso, compreender o outro, ajudar o próximo em suas necessidades.
Hoje Jesus dirige a cada um de nós essa mesma pergunta: Quem sou eu para você? Quem é Jesus para nós? Pense bem irmãos.
Você já mudou seu comportamento por causa de Jesus? Já iniciou seu processo de conversão por amor a Jesus? Já se engajou em alguma pastoral para ajudar evangelizar?
Todo nosso trabalho para o Reino exige de nós algumas renúncias como de um descanso, de ter mais paciência com as pessoas, esforçar-se para mudar o nosso temperamento, ou um gênio forte, perdoar quem nos ofende, ser caridoso, solidário, deixar o orgulho para ser humilde, aceitar correções quando necessárias...., enfim,  amar como Jesus amou, pensar como Jesus pensou, falar como Jesus falou, sentir o que Jesus sentiu.
Reconhecer Jesus como o nosso Salvador, como Deus verdadeiro e não se comprometer com Ele é muito pouco, é preciso testemunhá-Lo no nosso dia a dia, enfrentando a cruz, isto é, os desafios que aparecem.
Meus irmãos, minhas irmãs, uma grande tarefa nos espera. Precisamos apresentar ao mundo o verdadeiro Messias, o Cristo Redentor, o Servo Sofredor e Libertador, com o dom que Deus nos deu podemos realizar essa tarefa, começando em casa, com nossos filhos, parentes e na comunidade Igreja.
Jesus continua chamando discípulos e apresenta a proposta de segui-lo. Tomar a nossa cruz e segui-Lo. Isso consiste em recomeçar cada dia a nossa caminhada junto ao Cristo servo sofredor, nos doando com amor e fé pelo Reino de Deus.
Abraços em Cristo!

Maria de Lourdes

3 comentários:

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  2. Grande Jesus!!! Pena que os homens estão muito longe de seguir seu caminho, seu exemplo. Belíssimo texto!!!

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