15- Terça - Evangelho - Jo 19,25-27
Solenidade da Padroeira do Brasil – Nossa Senhora
da Conceição Aparecida – e, no âmbito civil, dia das crianças. Quantas
realidades que o Evangelho vem dar um sentido mais profundo. Mas para tal
procuremos contemplar o Mistério de Cristo apresentado pela Boa Nova, segundo
São João (Jo 2, 1-11).
Jesus encontrava-se no norte da Galileia, numa
festa de casamento como os seus discípulos e a sua Mãe Santíssima. Uma festa
que, até então, transcorria bem, até que uma anormalidade tendia marcá-la com
tristeza, pois faltava vinho, o qual era um elemento festivo imprescindível
àquela cultura. Mas a percepção de uma santa mulher e sua fé num filho, nada
comum, abriu um rastro de esperança aos noivos e demais.
Aquela que nunca desconfiou do que Ele é capaz,
fez o que era preciso… Por uma fé que operou naquele momento pela intercessão
amorosa, disse ao Filho de Deus e seu: «Eles não têm vinho!» (v. 3). A resposta
de Jesus a Sua mãe soa estranha, para um filho tão bem educado e não menos
sensível às necessidades dos outros: «Mulher, para que me dizes isso? A minha
hora ainda não chegou» (v.4). Noutra tradução, as palavras do Filho amado,
causa ainda mais estranheza: «Por que te intrometes?».
No entanto, não tem como aquele Coração Imaculado
passar ao lado da necessidade de tantos, assim como podemos dizer o mesmo do
Coração Sagrado que acolheu tão amorosa e poderosa intercessão: «Jesus disse
aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água!” E eles as encheram até à
borda» (v.7).
O desfecho deste primeiro sinal, de uma série de
sete sinais apresentados teologicamente pelo evangelista, apontou para a
abundância da Nova e Eterna Aliança em relação à Antiga e foi eficaz para os
discípulos do verdadeiro Noivo das Bodas Eternas: «Jesus o realizou em Caná da
Galileia. Manifestou sua glória, e os seus discípulos creram nele» (v. 11).
Assim, a palavra do encarregado ao noivo, após
experimentar – literalmente – o primeiro sinal de Jesus (cf. Jo 2, 10),
inspira-nos uma oração, adequada aos homens e mulheres de todos os tempos,
quando aos poucos vão procurando compreender o tempo de Deus em sua vida
pessoal e na história da Salvação universal: “Senhor, apresentastes uma
Aliança, onde muitos estavam já satisfeitos…mas deixastes para o final dos
tempos o envio do Teu Messias, para uma Nova e melhor Aliança. Da água da
purificação ritual, revelastes um “Vinho Sagrado”, sinal do cumprimento da
superabundância prometida” (cf. Am 9, 13-14; Hb 1, 2-4).
Por isso, no Ano da Fé, precisamos também ficar
sensíveis às necessidades uns dos outros. Mas da realidade a Jesus, do jeito da
Mãe de Deus e segundo a Palavra que nos orienta: «Com os olhos fixos em Jesus,
que vai à frente da nossa fé e a leva à perfeição» (Hb 12, 29).
Portanto, a Solenidade e
devoção à Nossa Senhora da Conceição Aparecida, tornam propícias à Igreja e ao
mundo contemporâneo aquela qualidade de testemunho desejado pelo Papa Bento
XVI, para este Ano bendito e não só: «A renovação da Igreja realiza-se também
através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de fato, os cristãos são
chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade
que o Senhor Jesus nos deixou» (BENTO XVI, Porta Fidei, nº
6).
Irradiar esta Luz, principalmente às crianças é
ser canal, sinal e presente de um amor intraduzível em apenas um dia do ano.
Para tudo isto é preciso FÉ! Aproveitemos a graça própria deste Ano da Fé!
Padre Fernando Santamaria
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