sexta-feira, 14 de agosto de 2015

No que consiste a Perfeição Cristã-Diac. José da Cruz


SEGUNDA FEIRA DA 20ª SEMANA DO TC 17/08/2015
1ª Leitura Juízes 2, 11-19
Salmo 105/106 “Lembrai-vos de mim, Senhor”
Evangelho Mt 19, 16-22

“No que consiste a Perfeição Cristã”
O Cristianismo não pode ser confundido com as virtudes morais ou código de ética, sem dúvida que há uma moral e uma ética cristã, enquanto consequência de algo maior que é a opção radical por Jesus Cristo em uma experiência amorosa que o coloca como Absoluto em nossa vida, sem isso, até a moral e a ética cristã tornam-se vazias e sem sentido.
O evangelho traz –nos essa profunda reflexão de alguém que aproximou-se de Jesus em busca de uma virtude humana aprimorada, de uma moral que superasse tudo o que já se conhecia enquanto norma de Vida de Fé, por aqueles tempos. Na verdade cabe a nós buscarmos incansavelmente uma perfeição que nesta terra jamais alcançaremos, e que compreende a Salvação e a Graça de Deus que nos é oferecida em Jesus Cristo, não enquanto recompensa ou resposta á essa nossa busca incansável, mas enquanto puro dom e graça, dada gratuitamente sem qualquer merecimento de nossa parte.
Se o Cristianismo fosse apenas um conjunto de regras morais, ou um elenco de virtudes a ser seguido, estaríamos dando continuidade ao Judaísmo, em cujo  seio surgiu o Cristianismo. Em um primeiro momento Jesus cita esse código de leis, estabelecido para o Povo da Antiga Aliança, e que têm na expressão “Não Matarás” o centro maior do decálogo, os demais são consequência dele. Jesus Cristo não queima nenhuma etapa, não despreza o que diz a Lei de Moisés, mas cita-a como uma referência até então.
Porém, em seguida, percebendo sinceridade em seu interlocutor, lança o desafio e o convida para ir além da Lei, da questão ética e das virtudes morais. O Ser humano é o centro da Lei, porque têm um caráter sagrado e a razão primeira de todo Ser Humano é Deus, quer o homem creia ou não, essa Verdade é Imutável. Não Matar o irmão, significa afirmar que  o Dom da Vida que é Deus está em cada Ser humano que é intocável em sua Dignidade e por isso é chamado pelo próprio Deus a viver, sentir e experimentar essa nova realidade que transcende a sua própria natureza humana.

O texto afirma que o homem foi embora triste diante do convite feito por Jesus, pois era muito rico. Não quer este evangelho debater a questão social, ou a posse dos bens materiais enquanto causa de perdição para o homem. O que encontramos aqui é a capacidade de cada homem e mulher, em perceber que a existência humana não se limita a peregrinação nesta terra, mas vai muito além. A riqueza que muitas vezes nos prende, impedindo-nos de responder positivamente a esse chamado de Jesus para vivermos o Transcendente, conseguindo em uma visão de Fé contemplarmos um Horizonte além desta Vida,

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