15/08/2015
Solenidade da
Assunção da Virgem Santa Maria
ANO C
SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA
SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA
15 de Agosto
Tema
da Solenidade da Assunção da Virgem Santa Maria
Bendita és tu, Maria!
Hoje, Jesus ressuscitado acolhe a sua mãe na glória do céu… Hoje, Jesus vivo,
glorificado à direita do Pai, põe sobre a cabeça da sua mãe a coroa de doze
estrelas…
Primeira
leitura: Maria, imagem da Igreja. Como
Maria, a Igreja gera na dor um mudo novo. E como Maria, participa na vitória de
Cristo sobre o Mal.
Salmo:
Bendita és tu, Virgem Maria! A esposa do rei
é Maria. Ela tem os favores de Deus e está associada para sempre à glória do
seu Filho.
Segunda
leitura: Maria, nova Eva. Novo Adão, Jesus
faz da Virgem Maria uma nova Eva, sinal de esperança para todos os homens.
Evangelho: Maria, Mãe dos crentes. Cheia
do Espírito Santo, Maria, a primeira, encontra as palavras da fé e da
esperança: doravante todas as gerações a chamarão bem-aventurada!
LEITURA
I – Ap 11,19a;12,1-6a.10ab
Leitura do Apocalipse
de São João
O
templo de Deus abriu-se no Céu
e
a arca da aliança foi vista no seu templo.
Apareceu
no Céu um sinal grandioso:
uma
mulher revestida de sol,
com
a lua debaixo dos pés
e
uma coroa de doze estrelas na cabeça.
Estava
para ser mãe
e
gritava com as dores e ânsias da maternidade.
E
apareceu no Céu outro sinal:
um
enorme dragão cor de fogo,
com
sete cabeças e dez chifres
e
nas cabeças sete diademas.
A
cauda arrastava um terço das estrelas do céu
e
lançou-as sobre a terra.
O
dragão colocou-se diante da mulher que estava para ser mãe,
para
lhe devorar o filho, logo que nascesse.
Ela
teve um filho varão,
que
há-de reger todas as nações com ceptro de ferro.
O
filho foi levado para junto de Deus e do seu trono
e
a mulher fugiu para o deserto,
onde
Deus lhe tinha preparado um lugar.
E
ouvi uma voz poderosa que clamava no Céu:
«Agora
chegou a salvação, o poder e a realeza do nosso Deus
e
o domínio do seu Ungido».
BREVE
COMENTÁRIO
As visões do
Apocalipse exprimem-se numa linguagem codificada. Elas revelam que Deus arranca
os seus fiéis de todas as formas de morte. Por transposição, a visão o sinal
grandioso pode ser aplicada a Maria.
O livro do Apocalipse
foi composto no ambiente das perseguições que se abatiam sobre a jovem Igreja,
ainda tão frágil. O profeta cristão evoca estes acontecimentos numa linguagem
codificada, em que os animais terrificantes designam os perseguidores. A Mulher
pode representar a Igreja, novo Israel, o que sugere o número doze (as
estrelas). O seu nascimento é o do baptismo que deve dar à terra uma nova
humanidade. O Dragão é o perseguidor, que põe tudo em acção para destruir este
recém-nascido. Mas o destruidor não terá a última palavra, pois o poder de Deus
está em acção para proteger o seu Filho.
Proclamando esta
mensagem na Assunção, reconhecemos que, no seguimento de Jesus e na pessoa de
Maria, a nova humanidade já é acolhida junto de Deus.
SALMO
RESPONSORIAL – Salmo 44 (45)
Refrão 1: À vossa direita, Senhor, a Rainha do Céu,
ornada do ouro mais fino.
Refrão 2: À vossa direita, Senhor, está a Rainha do
Céu.
Ao vosso encontro vêm
filhas de reis,
à vossa direita está a
rainha, ornada com ouro de Ofir.
Ouve, minha filha, vê
e presta atenção,
esquece o teu povo e a
casa de teu pai.
Da tua beleza se
enamora o Rei;
Ele é o teu Senhor,
presta-Lhe homenagem.
Cheias de entusiasmo e
alegria,
entram no palácio do
Rei.
LEITURA
II – 1 Cor 15,20-27
Leitura da Primeira
Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Cristo
ressuscitou dos mortos,
como
primícias dos que morreram.
Uma
vez que a morte veio por um homem,
também
por um homem veio a ressurreição dos mortos;
porque,
do mesmo modo que em Adão todos morreram,
assim
também em Cristo serão todos restituídos à vida.
Cada
qual, porém, na sua ordem:
primeiro,
Cristo, como primícias;
a
seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda.
Depois
será o fim,
quando
Cristo entregar o reino a Deus seu Pai
depois
de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder.
É
necessário que Ele reine,
até
que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés.
E
o último inimigo a ser aniquilado é a morte,
porque
Deus tudo colocou debaixo dos seus pés.
Mas
quando se diz que tudo Lhe está submetido
é
claro que se exceptua Aquele que Lhe submeteu todas as coisas.
BREVE
COMENTÁRIO
A Assunção é uma forma
privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta a
emergência de uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão.
Todo o capítulo 15
desta epístola é uma longa demonstração da ressurreição. Na passagem escolhida
para a festa da Assunção, o apóstolo apresenta uma espécie de genealogia da
ressurreição e uma ordem de prioridade na participação neste grande mistério. O
primeiro é Jesus, que é o princípio de uma nova humanidade. Eis porque o
apóstolo o designa como um novo Adão, mas que se distingue absolutamente do
primeiro Adão; este tinha levado a humanidade à morte, ao passo que o novo Adão
conduz aqueles que o seguem para a vida.
O apóstolo não evoca
Maria, mas se proclamamos esta leitura na Assunção, é porque reconhecemos o
lugar eminente da Mãe de Deus no grande movimento da ressurreição.
ALELUIA
Aleluia.
Aleluia.
Maria foi elevada ao
Céu;
alegra-se a multidão
dos Anjos.
EVANGELHO – Lc 1,39-56
Evangelho de Nosso
Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
Naqueles
dias,
Maria
pôs-se a caminho
e
dirigiu-se apressadamente para a montanha,
em
direcção a uma cidade de Judá.
Entrou
em casa de Zacarias e saudou Isabel.
Quando
Isabel ouviu a saudação de Maria,
o
menino exultou-lhe no seio.
Isabel
ficou cheia do Espírito Santo
e
exclamou em alta voz:
«Bendita
és tu entre as mulheres
e
bendito é o fruto do teu ventre.
Donde
me é dado
que
venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?
Na
verdade, logo que chegou aos meus ouvidos
a
voz da tua saudação,
o
menino exultou de alegria no meu seio.
Bem-aventurada
aquela que acreditou
no
cumprimento de tudo quanto lhe foi dito
da
parte do Senhor».
Maria
disse então:
«A
minha alma glorifica o Senhor
e
o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
porque
pôs os olhos na humildade da sua serva:
de
hoje em diante me chamarão bem-aventurada
todas
as gerações.
O
Todo-Poderoso fez em mim maravilhas:
Santo
é o seu nome.
A
sua misericórdia se estende de geração em geração
sobre
aqueles que O temem.
Manifestou
o poder do seu braço
e
dispersou os soberbos.
Derrubou
os poderosos de seus tronos
e
exaltou os humildes.
Aos
famintos encheu de bens
e
aos ricos despediu de mãos vazias.
Acolheu
a Israel, seu servo,
lembrado
da sua misericórdia,
como
tinha prometido a nossos pais,
a
Abraão e à sua descendência para sempre».
Maria
ficou junto de Isabel cerca de três meses
e
depois regressou a sua casa.
BREVE
COMENTÁRIO
O cântico de Maria
descreve o programa que Deus tinha começado a realizar desde o começo, que ele
prosseguiu em Maria e que cumpre agora na Igreja, para todos os tempos.
Pela Visitação que
teve lugar na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra. Pela Dormição
e pela Assunção, é Jesus que leva a sua mãe pelos caminhos celestes, para o
templo eterno, para uma Visitação definitiva. Nesta festa, com Maria,
proclamamos a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar a ele
pelo caminho da ressurreição.
Em Maria, Ele já
realizou a sua obra na totalidade; com ela, nós proclamamos: “dispersou os
soberbos, exaltou os humildes”. Os humildes são aqueles que crêem no
cumprimento das palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que acolhem até
ao mais íntimo do seu ser a Vida nova, Cristo, para o levar ao nosso mundo.
Deus debruça-se sobre eles e cumpre neles maravilhas.
Rezar por Maria.
Frequentemente,
ouvimos a expressão: “rezar à Virgem Maria”… Esta maneira de falar não é
absolutamente exacta, porque a oração cristã dirige-se a Deus, ao Pai, ao Filho
e ao Espírito: só Deus atende a oração. Os nossos irmãos protestantes que,
contrariamente ao que se pretende, por vezes têm a mesma fé que os católicos e
os ortodoxos na Virgem Maria Mãe de Deus, recordam-nos que Maria é e se diz ela
própria a Serva do Senhor.
Rezar por Maria é
pedir que ela reze por nós: “Rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa
morte!” A sua intervenção maternal em Caná resume bem a sua intercessão em
nosso favor. Ela é nossa “advogada” e diz-nos: “Fazei tudo o que Ele vos
disser!”
Rezar com Maria.
Ela está ao nosso lado
para nos levar na oração, como uma mãe sustenta a palavra balbuciante do seu
filho. Na glória de Deus, na qual nós a honramos hoje, ela prossegue a missão
que Jesus lhe confiou sobre a Cruz: “Eis o teu Filho!” Rezar com Maria, mais
que nos ajoelharmos diante dela, é ajoelhar-se ao seu lado para nos juntarmos à
sua oração. Ela acompanha-nos e guia-nos na nossa caminhada junto de Deus.
Rezar como Maria.
Aprendemos junto de
Maria os caminhos da oração. Na escola daquela que “guardava e meditava no seu
coração” os acontecimentos do nascimento e da infância de Jesus, nós meditamos
o Evangelho e, à luz do Espírito Santo, avançamos nos caminhos da verdade. A
nossa oração torna-se acção de graças no eco ao Magnificat. Pomos os nossos
passos nos passos de Maria para dizer com ela na confiança: “que tudo seja feito
segundo a tua Palavra, Senhor!”
ALGUMAS
SUGESTÕES PRÁTICAS PARA A SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA
(tópicos inspirados em
“Signes d’aujourd’hui”)
1. A liturgia meditada ao longo da semana.
Ao longo dos dias da
semana anterior à Solenidade da Assunção de Maria, procurar meditar a Palavra
de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por
exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num
grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa
comunidade religiosa…
2. Confiar o Magnificat a uma voz de mulher.
No Evangelho,
excepcionalmente, porque não confiar o “Magnificat” a uma voz de mulher que
poderia lê-lo ou cantá-lo?
3. Pensar na participação das crianças.
Uma festa é bem
conseguida quando se consegue congregar todas as gerações. Seria bom pensar em
particular na participação das crianças: ficarem à volta da estátua de Nossa
Senhora durante a procissão do ofertório; fazerem uma oração a Nossa Senhora no
final da celebração…
4. Oração na lectio divina.
Na meditação da
Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras
com a oração.
No final da primeira
leitura:
“Pai do céu, juntamos
as nossas vozes à que nos vem do céu para proclamar: Eis agora a salvação, o
poder e a realeza do nosso Deus e o poder do seu Cristo. Glória a Ti, Deus de
vida.
Nós Te pedimos pelas
tuas Igrejas, ameaçadas pelos «dragões» da nossa época: a indiferença, as
religiosidades desviadas e as perseguições”.
No final da segunda
leitura:
“Deus Pai, nós Te
damos graças pela ressurreição que manifestaste pelo teu Filho Jesus, o novo
Adão, e pela assunção na vida gloriosa que revelas em Maria, mãe do teu Filho.
Nós Te confiamos os
nossos defuntos e as famílias em luto. Releva-nos pela promessa da
ressurreição. Transformas as nossas penas em esperança”.
No final do Evangelho:
“Nós Te bendizemos,
Deus do universo, porque pelo teu Filho ainda pequeno e pela sua mãe, Maria,
visitaste o teu povo, vieste até nós. Felizes aqueles que acreditam no
cumprimento da tua Palavra.
Nós Te pedimos pelas
nossas comunidades cristãs, encarregadas, como Maria, de levar Cristo ao mundo.
Como fizeste por ela, guia-nos pelo teu Espírito Santo”.
5. Oração Eucarística.
Pode-se escolher a
Oração Eucarística III, em que a primeira intercessão exprime bem o mistério
deste dia.
6. Palavra para o caminho.
Um tríplice segredo… A
meio do verão, eis uma festa para nos fazer parar junto de Maria e receber dela
um tríplice segredo: o segredo da fé
sem falha tão bem ajustada a Deus (“Eis a serva do Senhor”…); o
segredo da sua esperança confiante em
Deus (“nada é impossível a Deus”…); o segredo da sua caridade missionária (“Maria
pôs-se a caminho apressadamente”…). E nós podemos pedir-lhe para nos acompanhar
no caminho das nossas vidas…
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