terça-feira, 16 de junho de 2015

Medo ou falta de fé?-Helena Serpa


21/06/2015 – XXII Domingo do tempo comum – 1ª. leitura – Jó 38,1.8-11  - “Só Deus sabe o porquê e o para que”       
Neste trecho do Livro de Jó o Senhor Deus na Sua grande sabedoria e onipotência faz a ele alguns questionamentos que se ajustam a nós, hoje.  Quantas vezes nós também nos arvoramos de juízes dos acontecimentos e queremos desvendar as causas e os porquês das nossas venturas ou desventuras! Quantas vezes nós mesmos (as) censuramos a Deus por ter permitido que os nossos planos fracassassem e O culpamos pelas coisas que não dão certo na nossa vida! No entanto, diante das indagações que Ele próprio nos faz nesta leitura, nós constatamos que, na verdade, nós não sabemos nada e que não nos cabe julgar o modo divino de proceder, mas aceitar humildemente tudo quanto Deus julga oportuno enviar-nos, confiando na força do Seu Amor poderoso por cada um de nós. E a primeira manifestação do Amor e do Poder de Deus se revela ao homem através da Sua Criação. Ninguém jamais poderá explicar, ou querer entender o porquê das coisas criadas por Deus. Por que são assim ou poderiam ser diferentes! Ele sabe o porquê e o para que, foram feitas todas as coisas. O mar, as nuvens, o vento, o fogo, o sol, a lua, as estrelas, são obras de Deus que nos revelam o Seu poder e manifestam o Seu grande amor para com o homem que na sua limitação pode apenas admirar, preservar e delas usufruir. A nós cabe simplesmente, usando da nossa liberdade, agir coerentemente dentro do que o Senhor nos ensina e confiar na Sua providência e na Sua Misericórdia para viver com alegria a graça que Ele nos dá, mesmo que estejamos no meio das tempestades. - De que sentimento  você  é tomado quando contempla a natureza? – Você compreende os altos e baixos do mar? – Com que olhos você enxerga as coisas da criação: somente com os olhos físicos ou também com os olhos do seu coração? – Você tenta explicar os acontecimentos imprevistos na sua vida? 

Salmo 106 – Daí graças ao Senhor, porque ele é bom, porque eterna é a sua misericórdia!
Os prodígios do Senhor são testemunhados por nós e como diz o salmo todo aquele que percebe a ação de Deus no mundo deve dar graças por sua bondade e misericórdia. Estamos no mundo sujeitos às intempéries da vida, no entanto, temos confiança no Senhor que escuta o nosso grito e conhece a nossa aflição, por isso, transforma as nossas tempestades em bonança. O Senhor nos leva ao porto da santidade e nos encoraja na caminhada.

2ª. Leitura – 2 Coríntios 5, 14-17 -  “ Cristo faz nova todas as coisas”

Em Cristo somos novas criaturas, e as coisas e o modo de ser do passado não têm mais sentido. “Tudo agora é novo”! São Paulo nos revela que quando isto acontece, nós não agimos mais conforme a nossa natureza humana, da mesma forma que não mais enxergamos a Cristo como homem, mas como Deus. É o nosso lado humano que vai se divinizando conforme a nossa entrega a Cristo. “Portanto, se alguém está em Cristo, é uma criatura nova”, diz São Paulo.  A paixão, morte e ressurreição de Cristo, por amor a nós, nos motivam a enxergar o Deus Pai de Amor que Ele veio nos revelar, por isso, São Paulo, fala na sua carta que “o amor de Cristo nos pressiona”. Jesus veio dar dignidade à nossa humanidade, e, na medida em que nos apossamos de Cristo, nós percebemos a nossa transformação interior. O parâmetro, então, para que percebamos se somos criaturas novas, é justamente, o nosso modo de agir segundo Cristo, orientados conforme o Evangelho e vivendo a caridade como a regra de ouro das nossas ações. É muito bom a gente meditar sobre a profundeza desta novidade que habita em nós porque, passo a passo, nós vamos seguindo as pegadas de Jesus e, cada vez mais, nos vamos configurando a Ele. – Pense nisto! – As suas ações já têm sintonia com as de Jesus? – Você tem sido transformado (a) interiormente? – Você já se considera um homem, uma mulher nova?

Evangelho Marcos 4, 35-41 -  “medo ou falta de fé?”

Naquela tarde Jesus ordenou aos Seus discípulos que O acompanhassem para a outra margem do mar da Galiléia e eles prontamente obedeceram ao Seu chamado sem saber o que lhes iria acontecer. Nós também, muitas vezes somos chamados por   Jesus para irmos com Ele para a “outra margem”, e nós saímos da tranquilidade da nossa vida e enfrentamos a tempestade, porque confiamos no Seu plano para nossa vida.  Sabemos que o seguimento de Jesus implica em que saiamos da comodidade da nossa “vidinha” para entrar na Sua barca que na maioria das vezes enfrenta o mar bravo onde a ventania lança ondas fortes e tenta nos afogar. No entanto, mesmo sabendo que Jesus está conosco, somos, como os discípulos, inclinados a deduzir que Ele dorme enquanto a tempestade nos ronda e que nos deixou entregues à nossa própria sorte. Por que temos medo? Será que nos falta a fé? Realmente, a nossa falta de fé em Jesus é a causa do medo que sentimos nos nossos momentos difíceis. Como o próprio Jesus falou, “Ainda não temos fé”, ou melhor, ainda não nos apossamos deste dom precioso. Por isso, acordamos Jesus e reclamamos a sua assistência com revolta: “e tu não te importas?” Entretanto, o homem novo, cheio de fé tem confiança em que Jesus está perto, no barco da sua vida e embora que às vezes pareça estar “dormindo”, nunca o abandonará. O medo, embora faça parte da nossa humanidade, não deve, porém, dominar nossa nova criatura. A fé é como uma ponte que se move debaixo dos nossos pés quando atravessamos as dificuldades com Jesus  – De que você tem medo? – Você confia que Jesus está perto de você?  – Você também costuma arguir a Deus porque as coisas não são diferentes? – Você suporta o sofrimento confiando no poder e no Amor de Deus? – Qual é a sua reação diante dos seus fracassos? – Você já entrou na barca com Jesus? 

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