terça-feira, 16 de junho de 2015

-JESUS E A TEMPESTADE-José Salviano

12º DOMINGO TEMPO COMUM

21 de Junho de 2015
Ano B

Evangelho - Mc 4,35-41


PRIMEIRA LEITURA -
         E Deus disse a Jó: Até aqui chegarás, e não além; aqui cessa a arrogância de tuas ondas?
         Deus permite a tempestade para acabar com a nossa arrogância, com o nosso nariz empinado, com a nossa cara de quem não precisa de Deus.
SEGUNDA LEITURA
         O amor de Cristo nos pressiona. Exige de nós, que não sejamos egoístas.  Ele morreu por todos nós, dando a sua vida sem reservas, então  em reconhecimento ao amor de Jesus, não vamos levar uma vida na qual só vivemos para nós mesmos. Mas sim,  para o Plano do Pai que se apresentou no mundo com a vida, a morte e a ressurreição do Seu Filho.
         Se alguém está em Cristo, este alguém á uma criatura nova, um novo homem, uma nova mulher. Tudo é maravilhoso, o velho desapareceu, e agora tudo é novo. Porém, não nos acomodemos, pois o maligno não descansa enquanto não nos afasta, nos tira da companhia de Deus. Ele não descansa, não desiste.  É preciso muita oração, muita prática da fé para continuarmos de pé diante de Deus.
        
EVANGELHO

         Meu irmão, minha irmã. Nós e Jesus estamos no mesmo barco, embora às vezes pareça que Jesus esteja dormindo. Acredite nisso, e não se desespere quando o mar de sua vida apresentar-se agitado. As dificuldades e sofrimentos são necessários para que possamos nos purificar e merecermos a glória eterna. Nós nesta vida temos de passar por tribulações para merecermos a vida eterna.
         Aqueles que ignoram a presença de Jesus no barco da vida, tentam vencer as dificuldades com os seus recursos próprios, e o principal recurso é o dinheiro. Outros, também usam  armas.  Tais pessoas tentam avançar o mar da vida  como se Deus não existisse. E constantemente dão com os burros na água, pois sem Deus não temos nenhuma segurança, sem Deus nada dá certo, sem Deus não conseguimos enfrentar as tempestades sem nos desesperar.
         É preciso ter fé para atravessar o mar da vida. É preciso praticar a fé para enfrentar as turbulências, os ventos contrários, que vêm de fora e de dentro de nós.
         Será que Jesus estava mesmo dormindo? Ele que trabalhava pelo Reino o dia inteiro, Ele que era incansável, Ele que passava noites inteiras em orações e no dia seguinte continuava... Estaria tão cansado ao ponto de dormir em plena tempestade?  Por outro lado, o Jesus humano poderia até mesmo estar necessitado de um pequeno cochilo. Mas na verdade, meus irmãos, Jesus preparou tudo aquilo. Ele desenhou antes toda aquela cena: Tempestade, mar agitado, as águas invadindo a barca, e a reação dos discípulos não podia ser outra. Desespero, principalmente porque o Salvador se encontrava desativado, fora de combate, ou seja, dormindo, como que nem se importasse com toda aquela situação de perigo iminente. 
         Jesus preparou tudo aquilo porque a sua CATEQUESE ERA PRÁTICA. Mesmo quando Ele teorizava, Ele se baseava no dia-a-dia daquele povo.  ...uma parte da semente caiu na terra boa...   Eram as PARÁBOLAS,  nas quais Jesus ilustrava o ensino da palavra de Deus, usando figuras da vida real.
         É assim que acontece no nosso dia-a-dia. Vamos navegando no mar da vida, e quando os ventos sopram favoráveis, quando tudo está dando certinho, nós nem pensamos em Deus. Mal sabemos que Jesus está no nosso barco, em "stand bay", cochilando para economizar energia, em modo de espera porém disponível, esperando pela nossa procura. 
         E nós, navegando em mar calmo, saboreando o sol e tudo o que temos direito, sem nos importar com aqueles da outra margem, aqueles que não têm nada daquilo que temos, pelo contrário, lhes falta quase tudo o necessário para um vida digna, nós continuamos a navegar como se Deus nem existisse, por isso nem pensamos n'Ele!  Nem nos importamos em agradecer por tudo que Ele nos dá, pela tranquilidade com a qual estamos navegando. Não agradecemos pela saúde, pelo emprego do filho, pela casamento da filha, pelo novo carrão que podemos comprar, pela nova casa que adquirimos, pelo dinheiro que nos sobra, pelas viagens que fazemos, em fim, não estamos nem aí, para Jesus, o qual está sempre do nosso lado, está sempre em nosso barco, disposto a nos socorrer, nos ajudar, nos proteger, nos salvar principalmente das tentações que nos arrastam para o pecado.
         Mas eis que de repente pinta uma tempestade, a qual não sabemos de onde veio, nem porque aconteceu. É uma bala perdida, uma invasão de residência, um furação que destrói quase tudo, uma avalanche do dia de uma chuva forte, um acidente de carro, um raio que nos atingiu, e tudo parece agora sem solução, tudo parece que está acabado, e é hora do desespero, é hora de procurar por Jesus, e não o encontramos. Ele está, e esteve o tempo todo bem aí do seu lado e você não O vê. E aí você diz que Jesus o abandonou, que está dormindo, diz até que Deus não existe, pois se Ele existisse, tais calamidades não aconteceriam com a gente, principalmente com as crianças inocentes.
         Jesus, enquanto homem, até dormia. Mas Deus nunca dorme.  Ele controla o Universo por Ele criado durante 24 horas. Deus vê tudo, inclusive seus pensamentos, os seus atos mais íntimos e secretos. Pense nisso quando estiver sendo tentado a fazer aquilo de novo!
         Mas Deus não é vingativo. Deus acolhe você do jeito que você é. Porém, Deus permite uma tempestade de vez em quando, para você acordar, por que NA VERDADE NÃO É DEUS QUEM DORME, E SIM VOCÊ!
         Hoje o Evangelho de Jesus Cristo nos ensina, nos mostra o que acontece  quando vacilamos na fé, diante das calamidades, diante das desgraças da vida.  O desespero dos discípulos nos revela  a pouca fé deles, e nossa, diante das tempestades. O medo é uma reação natural do ser humano e animal. Porém, o medo exagerado, ou seja, o desespero, é sinal de pouca ou nenhuma fé.
         Vamos confiar em Deus presente em nossa caminhada, em nosso barco, em nossa vida, sempre pronto para nos dar a mão. Ele sabe tudo o que estamos precisando. Porém, Ele quer que o peçamos, quer que nos recorremos a Ele, quer a nossa disposição para a conversão.
         A nossa fé amadurece, quando resistimos as tentações, e enfrentamos os sofrimentos confiantes no socorro de Jesus Cristo.  Muitas vezes nos momentos de desespero, gritamos por Deus e Deus parece estar dormindo e não nos ouve. Assim como Jesus que parecia cochilar no canto da barca, Deus também parece se ausentar, se esconder de nós, mas na verdade Ele está bem ali nos observando, para ver até onde vai a nossa fé. Até onde confiamos n'Ele, até onde estamos com Ele ou com o dinheiro, com os amigos, com o poder da nossa capacidade de violência.  É preciso que haja tempestades em nossas vidas, pois elas nos aproximam de Deus, elas nos mostram que sem Deus não somos absolutamente nada. Elas servem para quebrar o nosso orgulho besta, de quando estamos por cima da carne seca, nos achamos os tais, porque aí, confiamos no poder do senhor dinheiro, e nos deixando levar pela influência dos amigos poderosos, relaxamos com a oração, com a devoção, com a prática da fé. E é nessa hora que a ira de Deus se apresenta forte como um mar agitado, para nos assustar e nos mostrar que uma vez que fomos chamados e respondemos sim ao chamado do Pai, precisamos tomar mais cuidado com o uso da nossa liberdade, a qual nos foi dada por Ele, mas não para fazermos o que bem entendemos, mas sim, levar uma vida diante dos olhos do Altíssimo.
Cuidado! Jesus não nos abandona. Ele está bem aí do seu lado!


Bom domingo,   José Salviano

3 comentários:

  1. boa tarde Jose...quero agradecê-lo pelas suas explicações da liturgia, para mim que sou catequista devo dizer que é uma mão na roda, porque trabalho com meus catequizando do 2º Crisma a litrugia do domingo e suas explicações tem me ajudado muito. Obrigado e que o Espirito SAnto possa lhe iluminar cada vez mais. Fique com Deus...

    ResponderExcluir
  2. Bem refletida de maneira clara e simples. Parabéns José e obrigado pelo subsídio que nos dá.

    ResponderExcluir
  3. Parabéns !! Linda e clara sua reflexões.

    ResponderExcluir