segunda-feira, 1 de junho de 2015

Evangelhos Dominicais Comentados-Jorge Lorente

Evangelhos Dominicais Comentados

07/junho/2015  --  10o Domingo da Páscoa

Evangelho: (Mc 3, 20-35)

Jesus entrou em casa, e se reuniu tal multidão que não podiam sequer comer. Quando os seus parentes souberam disso, saíram para agarrá-lo, pois diziam: “Ele está louco”. Também os escribas, que haviam descido de Jerusalém, diziam: “Ele está possuído de Belzebu. É pelo poder do chefe dos demônios que ele expulsa os demônios”. Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: “Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, não pode manter-se de pé. E se uma família estiver dividida contra si mesma, não pode manter-se de pé. Se, pois, Satanás se levantou contra si mesmo e está dividido, não pode continuar de pé, mas está próximo do fim. Ninguém consegue entrar na casa de um homem forte e roubar-lhe os bens, se antes não o tiver amarrado; só então poderá saquear a sua casa. Eu vos asseguro que tudo será perdoado às pessoas, os pecados e até as blasfêmias que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo jamais será perdoado, será réu de um pecado eterno”. Falou assim porque diziam que ele estava possuído de espírito impuro. Chegaram sua mãe e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. A multidão estava sentada em volta dele, quando lhe disseram: “Tua mãe, teus irmãos e tuas irmãs estão lá fora e te procuram”. Ele perguntou: “Quem é minha mãe e meus irmãos?” E passando os olhos pelos que estavam sentados à sua volta, Jesus disse: “Eis aqui minha mãe e meus irmãos. Aquele que fizer a vontade de Deus c, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.
COMENTÁRIO

Este Evangelho nos leva a vivenciar a vida agitada de Jesus e de seus discípulos. Apresenta-nos Jesus sempre pronto a atender todos os que o procuravam. É tão grande sua preocupação em ouvir os menos favorecidos, que não lhe sobrava tempo, nem mesmo para comer.

Jesus não se limitava a falar. Seu testemunho, sua abnegação é um exemplo que deve ser imitado por nós que frequentemente relutamos em abrir as nossas portas aos estranhos, a ouvir seus lamentos e a lutar por mudanças.
Observe que os apóstolos, os auxiliares de Jesus, também não têm tempo para cuidar de si próprios e, nem podem! Jesus não aceita o comodismo e exige que o atendimento seja carregado de amor e dedicação. Exige dedicação total ao próximo. Quem não se doa totalmente, não consegue permanecer ao lado de Jesus. É impossível trabalhar ao lado do Mestre sem renúncia e sacrifícios.     

O seguidor de Jesus deve estar disposto a renunciar, abdicar aos seus momentos de lazer e sacrificar seus horários de refeições para se colocar a serviço do Reino.  Certamente é preciso muita coragem para seguir Jesus. Nem sempre estamos dispostos a permitir mudanças em nossa rotina e em nossos hábitos diários.
Não pode haver intervalo, nem mesmo para um lanche, enquanto houver uma só pessoa para ser atendida. Nem pensar em parar enquanto um único irmão estiver necessitando de uma palavra. Precisamos imitar esse Mestre, exigente e amoroso, sempre pronto a ouvir, sempre disposto a perdoar. Deixa tudo de lado por amor.

No entanto, esse seu empenho, essa sua dedicação faz com que, até mesmo seus parentes e amigos o considerem como um louco ou fora de si. Por isso, você discípulo, discípula de Jesus, não estranhe que pessoas de seu convívio venham a criticá-lo por se empenhar na árdua tarefa de fazer a vontade do Pai.

Lute sempre! Jesus não se intimida, assume a postura de um leão e esclarece que fazer a vontade de Deus é algo concreto e definido. É algo espontâneo que deve expressar a nossa livre escolha e a nossa liberdade. A vontade de Deus é fazer-nos entender que o que nos identifica, e nos une como irmãos, é muito mais do que o parentesco e a amizade, é muito mais do que laços de sangue.

O que nos une como família e como filhos do mesmo pai é o amor. Não basta morar na mesma casa, não basta viver sob o mesmo teto, é preciso fazer a vontade do Pai para ser chamado de irmão, de irmã e de mãe. Deus é Pai, é Amor e quer ver-nos transformados.

Vamos então transformar o nosso modo de agir e de pensar. Em nome da justiça e da paz vamos assumir a postura de um leão e, em nome da unidade, assumir a mansidão do cordeiro. Vamos viver o amor, essa é a vontade do  Pai.  

Finalizando, convém lembrar que a Bíblia Sagrada foi escrita originalmente em hebraico e aramaico, portanto, a palavra hebraica “ah” ou a palavra aramaica “aha”, traduzidas para o grego, significam “irmão, parente”.

São palavras muito abrangentes e têm diversos significados que vai do irmão de sangue aos primos, parentes próximos, distantes e até mesmo compatriotas, membros da mesma tribo ou descendência.
 
Portanto, Jesus não renegou sua mãe nem seus parentes ou discípulos, muito pelo contrário, Ele sempre deu provas do seu grande amor por todos eles, porém, deixou bem claro que só será chamado de mãe, irmã ou irmão, aquele que realmente viver a Palavra de Deus.

(02513)


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