SÁBADO DA VI SEMANA DA PÁSCOA
1ª Leitura Atos 18, 23-28
Salmo 46 (47) “|Cantai a glória de Deus, cantai; cantai a glória do
nosso rei, cantai”
Evangelho João 16, 23-28
" Rezar em nome de Jesus..."
Muitas vezes em nossas relações sociais, somos recomendados á uma
pessoa importante por um amigo "Pode falar com ele em meu nome...". E
somos tratados bem, e até com certa intimidade pela pessoa importante, em
consideração ao amigo que nos recomendou.
A mesma coisa acontece na nossa relação para com Deus, sem vê-lo e
sem ouvi-lo diretamente, o homem o conheceu através de Jesus Cristo, e Deus que
era alguém tão longe, tornou-se nosso íntimo amigo e companheiro de caminhada,
pois Jesus resgatou aquela comunhão de vida entre Deus e o primeiro casal Adão
e Eva, com quem andava ao entardecer pelo paraíso, conversando como velhos
amigos.
Em nossas orações á Deus, é preciso pedir em nome de Jesus. É claro
que nesse caso, não fomos apenas recomendados, mas fomos salvos e libertos.
Jesus nos credenciou de novo a entrarmos em comunhão com o Pai. A oração só
pode ser em seu nome, porque o Ser humano, só com os seus recursos, jamais iria
conseguir se reaproximar de Deus. E quando falamos ao Pai em nome de Jesus, o
Pai imediatamente nos reconhece, porque quem conheceu Jesus e o experimentou em
sua via, conheceu o Pai e o experimentou.
Ainda tomando o exemplo com que iniciamos a reflexão, muitas vezes
a pessoa importante até nos atende por causa do nosso amigo, mas não vai além
disso, faz-nos o favor pedido e depois saímos de sua presença, muitas vezes
essa pessoa importante vai comentar com alguém "Só o atendi porque Fulano
recomendou…". Não é o caso aqui do nosso evangelho, onde quando falamos
com Deus em nome de Jesus, o Pai nos acolhe com imenso amor, nos cerca de toda
sua ternura e bondade, e nos acolhe como seus por causa do seu Filho. Enfim,
Deus não é aquele que simplesmente "engole o sapo", em consideração
ao Filho, mas é aquele que nos chama de Filho amado e nos abre a sua Vida para
entrarmos em comunhão para sempre. A razão é muito simples: ao lado do Pai está
Aquele que tornou-se Sumo Sacerdote e nosso Intercessor para Sempre. Ao acolher
nossas orações, em nome de Jesus, o Pai olha com carinho e amor para o Filho ao
seu lado e este, com um leve sorriso assente com um aceno... (Diácono José da
Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP E-mail
cruzsm@uol.com.br )
SÁBADO DA VI SEMANA DA PÁSCOA 16/05/2015
1ª Leitura Atos 18, 23-28
Salmo 46 (47) “|Cantai a glória de Deus, cantai; cantai a glória do
nosso rei, cantai”
Evangelho João 16, 23-28
" Rezar em nome de Jesus..."
Muitas vezes em nossas relações sociais, somos recomendados á uma
pessoa importante por um amigo "Pode falar com ele em meu nome...". E
somos tratados bem, e até com certa intimidade pela pessoa importante, em
consideração ao amigo que nos recomendou.
A mesma coisa acontece na nossa relação para com Deus, sem vê-lo e
sem ouvi-lo diretamente, o homem o conheceu através de Jesus Cristo, e Deus que
era alguém tão longe, tornou-se nosso íntimo amigo e companheiro de caminhada,
pois Jesus resgatou aquela comunhão de vida entre Deus e o primeiro casal Adão
e Eva, com quem andava ao entardecer pelo paraíso, conversando como velhos
amigos.
Em nossas orações á Deus, é preciso pedir em nome de Jesus. É claro
que nesse caso, não fomos apenas recomendados, mas fomos salvos e libertos.
Jesus nos credenciou de novo a entrarmos em comunhão com o Pai. A oração só
pode ser em seu nome, porque o Ser humano, só com os seus recursos, jamais iria
conseguir se reaproximar de Deus. E quando falamos ao Pai em nome de Jesus, o
Pai imediatamente nos reconhece, porque quem conheceu Jesus e o experimentou em
sua via, conheceu o Pai e o experimentou.
Ainda tomando o exemplo com que iniciamos a reflexão, muitas vezes
a pessoa importante até nos atende por causa do nosso amigo, mas não vai além
disso, faz-nos o favor pedido e depois saímos de sua presença, muitas vezes
essa pessoa importante vai comentar com alguém "Só o atendi porque Fulano
recomendou…". Não é o caso aqui do nosso evangelho, onde quando falamos
com Deus em nome de Jesus, o Pai nos acolhe com imenso amor, nos cerca de toda
sua ternura e bondade, e nos acolhe como seus por causa do seu Filho. Enfim,
Deus não é aquele que simplesmente "engole o sapo", em consideração
ao Filho, mas é aquele que nos chama de Filho amado e nos abre a sua Vida para
entrarmos em comunhão para sempre. A razão é muito simples: ao lado do Pai está
Aquele que tornou-se Sumo Sacerdote e nosso Intercessor para Sempre. Ao acolher
nossas orações, em nome de Jesus, o Pai olha com carinho e amor para o Filho ao
seu lado e este, com um leve sorriso assente com um aceno... (Diácono José da
Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP E-mail
cruzsm@uol.com.br )
ASCENSÃO DO SENHOR
17/05/2015
1ª Leitura 1, 1-11
Salmo 46/47 “Subiu Deus por entre aclamações, o Senhor , ao toque
da trombeta”
2ª Leitura Efésios 1, 17-23
Evangelho Marcos 16, 15-20
"NOVO HOMEM"
Meu grupo imaginário de debatedores do evangelho aspirantes a
teólogos, se reuniu para refletir o evangelho desse domingo, Festa da Ascensão
do Senhor. O Mota, que é o homem encarregado de comprar as hóstias e partículas
da paróquia deu início a conversa. “Bom, nessa não caio mais, a apoteótica
subida de Jesus ao céu é coisa secundária, os holofotes estão voltados para os
discípulos, que recebem a missão, que será acompanhada de sinais prodigiosos”.
Certo? Nem mal havia perguntado, o Ernesto, aquele que é líder em uma empresa,
retrucou: “Epa! Se é festa da ascensão, a cena principal é Jesus subindo ao
céu, pode conferir, vamos ver aqui...” O grupo abriu o Novo Testamento e a Dona
Maria, empregada doméstica, observou “Olha, acho que esqueceram de avisar o
Marcos que esse domingo é a festa da ascensão, tem três ou quatro palavras
dizendo que Jesus foi elevado ao céu e mais nada”
E antes que o grupo esquentasse ainda mais a conversa, eu convidei
todos a lerem o capítulo 16 , onde está inserido esse evangelho. A constatação
foi a que eu já esperava “Se a ascensão fosse uma prova final, os coitados dos
discípulos tomariam zero e seriam reprovados...” - comentou a catequista Roseli. De fato, o
quadro que Marcos descreve, antes desse evangelho é meio tenebroso, as mulheres
cheias de medo não disseram nada a ninguém, embora tivessem recebido do jovem
vestido de branco, a missão de anunciar aos discípulos, Maria de Magdala até
que anunciou aos discípulos, mas eles estavam aflitos e choravam, ouviram dizer
que Jesus estava vivo, porque ela o tinha visto, mas não acreditaram. Quanto
aqueles dois na estrada de Emaús, demorou para “cair a ficha” e perceber que
Jesus caminhava com eles, daí foram anunciar ao restante, mas eles duvidaram.
Quando Jesus se manifestou aos onze censurou-lhes a incredulidade e a dureza de
coração, por não darem crédito ao anúncio. “É isso aí, tomaram a maior esfrega,
foi bem feito!” – concluiu o Ernesto.
“Eu é que não seria louco de confiar uma missão tão importante a um
grupo desse!” – exclamou o Mota decepcionado.
Os discípulos não tinham poderes sobrenaturais, Jesus não confiou a
missão a super-homens, o texto anterior nos mostra isso, e aí é que está o
bonito da história, nós também muitas vezes temos dúvidas, não acreditamos, e
diante de certos acontecimentos, demora para “cair a nossa ficha”, por isso a
ascensão de Jesus marca o início da missão da
Igreja, e daí a gente começa a se
ver nesse evangelho, e principalmente no relato de Lucas em Atos, primeira
leitura, quando vivenciamos uma fé da magia e ficamos olhando para o céu,
esperando que Jesus volte para consertar tudo o que está errado.
“Olha, confesso que estou meio boiando” – comentou o Mota. “Se é a
Festa da Ascenção, ou em outras palavras, é a festa da subida de Jesus ao céu,
é a sua volta para o Pai, como então descartarmos aquilo que no evangelho
parece essencial?”, perguntou a esperta Roseli. De alguém que subiu na vida, a
gente afirma que está em ascensão, na encarnação Jesus desceu, e esvaziando-se
de si mesmo rebaixou-se a condição de escravo ao morrer na cruz, mas estando no
fundo do poço, como podemos dizer, ele fez da condição humana o ponto de apoio
para subir e alcançar a glória no mais alto do céu.
E assim, a natureza humana tão frágil e decaída, dominada pelo mal,
se vê resgatada em sua dignidade maior, porque o Divino vem ao encontro do
humano e se entrelaça na comunhão. Em Jesus toda a humanidade sobe, porque o
céu se abre, o ser humano atinge a sua plenitude resgatando o paraíso do édem
que havia perdido... “Então esse “Sobe e Desce” de Jesus, nos evangelhos é
apenas uma força de expressão?” – perguntou o Ernesto.
Na verdade Jesus nunca saiu do lado do Pai, mas também nunca nos
deixou, esse entrelaçamento do Divino e humano, por livre iniciativa de Deus, é
o mistério do Verbo encarnado, onde uma pessoa histórica e real, Jesus de
Nazaré, dá um novo significado a vida do homem, trazendo aquele paraíso que
perdemos, aqui dentro de nós e podemos falar sem medo, que festa da ascensão é
a nova criação que agora se concretiza e se realiza em toda a humanidade,
através de Jesus de Nazaré.
O anúncio do evangelho é exatamente essa Boa Nova, de que todo o
homem é em Cristo nova Criatura, redimida, liberta e salva, destinada a
comunhão plena com Deus em seu paraíso, e desta vez não há o perigo de sermos
ludibriados pela serpente, fomos vacinados com a graça de Deus que recebemos no
santo batismo.
O mundo inteiro precisa saber dessa Boa Nova, é essa precisamente a
missão primária da nossa Igreja, acreditar que o anúncio é verdadeiro, e ser
batizado, é condição essencial para quem quer passar por essa renovação
espiritual que chamamos de salvação, onde somos configurados a Cristo e com ele
já estamos no céu, mesmo ainda estando a caminho, por esta vida terrena. Se ele
é a cabeça e nós os membros, não há como duvidar disso, pois o corpo forma uma
unidade da qual a nossa Igreja é a expressão mais fiel. É por esta razão que o
Senhor age com o discípulo, e confirma a palavra, por meio dos sinais,
atestando a sua autenticidade, mesmo vindo de homens tão frágeis como todos
nós. É a chancela, o carimbo de aprovação, que o Espírito imprime em nossa
missão. (FESTA DA ASCENSÃO – Marcos 16, 14-19)
SEGUNDA FEIRA DEPOIS DA
ASCENÇÃO DO SENHOR 18/05/2015
1ª Leitura Atos 19, 1-8
Salmo 67 (68) “Reinos da terra, cantai a gloria de Deus, cantai um
cântico ao Senhor”
Evangelho João 16, 29-33
" Os discípulos descobrem o que é essencial na Vida de Fé"
Um dos discípulos de Jesus nos ajudará na reflexão desse evangelho:
______ Parece que esse evangelho mostra o momento em que,
finalmente "caiu a ficha" do grupo de vocês....
Discípulo ___ Sim, como vocês dizem nos dias de hoje, a gente não
tinha compreendido os sucessivos e preciosos ensinamentos de Jesus, essa é a
grande verdade
____ E porque não
compreendiam, se ele enquanto homem e mestre de vocês, era tão maravilhoso e
ensinava com autoridade. Nós aqui do terceiro milênio ficamos estupefatos de
vocês não entenderem....
Discípulo ___ É que estávamos encantados com Jesus, com a sua
pessoa, jeito de ser, suas palavras que penetravam em nosso coração, seus
prodígios principalmente em favor dos pobres e excluídos......De repente ele
começa a falar em ser entregue, morrer e ressuscitar…era complicado demais para
nós....
____Mas ele dizia a vocês que iria ressuscitar, isso não era
suficiente?
Discípulo____ Não, naquele tempo ressurreição para nós era algo
misterioso, voltar para Deus, viver uma Vida nova, e além do mais, no
pensamento judaico, tudo que Deus nos dá, é nessa Vida, depois que se morre vai
para a Mansão dos Mortos, e tudo se acaba….O primeiro a falar de ressurreição
desse modo novo é Jesus, nosso Mestre...
____Para não nos alongarmos, esse evangelho fala de um tempo novo
na vida de vocês e da comunidade primitiva, não é mesmo?
Discípulo____ Sim, exatamente isso, até então o trauma da sua
paixão e morte, o modo como tudo aconteceu, nos assustou e levou-nos a um
profundo desânimo. Mas após a sua morte veio a ressurreição, sentimos e
provamos que Ele continuava bem Vivo e caminhando conosco, foi a nossa Fé que
nos levou a essa experiência, Jesus nunca esteve sozinho, quando nós o
abandonamos, naquele momento crucial, o Pai estava com Ele......
___Isso significa o que exatamente....
Discípulo _____ Que a história é encíclica e as comunidades
primitivas e todas as demais que se sucederam, chegando até vocês hoje no ano
2012, JAMAIS ESTÃO SÓZINHOS. Aquele que caminha á nossa frente e que caminha
hoje, é um Deus vencedor, por isso ele nos dizia "Coragem, eu venci o
mundo!".
___Mas Discípulo, uma última perguntinha, para que fique bem
claro….o fato de Jesus estar com a gente hoje, do mesmo modo que estava com
vocês após a Ascensão, não significa que tudo vai dar certinho e que vamos
tirar de letra a missão de ser cristão?
Discípulo _____Claro que não! Jesus sabe das lutas, dificuldades e
desafios, que os cristãos enfrentaram e continuam enfrentando em todos os
tempos da Igreja, e por isso diz essa afirmativa estimulante e decisiva, que
nos impele á continuarmos "Coragem, eu venci o mundo...", as
dificuldades, quedas e derrotas, desafios e barreiras, fazem parte da caminhada
e mesmo que Mundo inteiro estivesse contrário ao Cristianismo.....
____Já sei, pode o mundo inteiro estar contra nós, mas venceremos
Ele está conosco e sabe como vencer o mundo, o mundo do Mal, que insiste em
rejeitar o Reino que Jesus um dia plantou….
Discípulo ____AMÉM.....
TERÇA FEIRA DEPOIS DA ASCENSÃO DO SENHOR 19/05/2015
1º Leitura Atos 20, 28-38
Salmo 67 (68),4ª “OS Justos exultam e se rejubilam em sua
presença
Evangelho João 17, 1-11ª
"A Vida Eterna já nos foi dada..."
Se pudéssemos fazer um gráfico comparativo entre os evangelhos
sinóticos e o de João, iríamos perceber que nos sinóticos, ne medida em que vai
chegando a paixão e morte de Jesus, a linha do gráfico vai decaindo, tudo
começou tão bem, atingiu o auge mas agora o Messianismo de Jesus parece que
está acabando em nada, e a linha vai chegar no zero.
No evangelho Joanino tudo é diferente, e na medida em que se
aproxima a paixão e a morte do Senhor, a linha do gráfico vai subindo de forma
ascendente atingindo o ponto mais alto, o cume do messianismo: Jesus é Deus
verdadeiramente! Por isso a palavra "Glorificação" é importante e só
nesse evangelho aparece meia dúzia de vezes...Mas essa glorificação deve ser
bem entendida, senão fica parecendo, na nossa linguagem humana, uma rasgação de
elogio e jogação de confete entre o Pai e o Filho, quando na verdade o que está
em jogo é a vida e o destino de toda humanidade.
A glorificação de Jesus significa a total restauração do Ser
humano, Jesus não só resgata o homem para o paraíso, ele o coloca em um trono e
o homem, doravante, fará parte da Divindade Trinitária, o homem deixa o caos
desordenado do pecado e passa á luz da Graça de Deus, ou seja, em Jesus, o
Homem Novo, Deus renova toda a humanidade e a sua glória se irradia em cada ser
humano.
Por isso que a glorificação de Jesus tem continuidade nos seus
discípulos, pois assim como Jesus e o Pai formavam uma unidade perfeita, agora
em Jesus, o homem começa a participar dessa unidade. A obra de Jesus foi
terminada, o elo entre Deus e o Homem foi refeito, e a Vida de comunhão com
Deus tornou-se uma realidade. Eliminada essa distância que havia entre Deus e o
homem, na Teologia Joanina a Vida Eterna já foi dada a cada ser humano.
Precisamente esta Vida Eterna presente em nós na Graça Santificante
e Operante, é que dá um novo significado á nossa existência naquilo que somos e
fazemos, no que falamos e pensamos, em tudo isso resplandece á Luz Divina e
assim, Jesus e o Pai são glorificados.
A oração de Jesus, chamada nesse capítulo 17 , de Oração
sacerdotal, é a oração que pede, mas ao mesmo tempo que se propõe a fazer,
aquilo que pediu ao Pai. Jesus pede que nenhum dos que o Pai deu a ele, se
percam, mas para que a oração seja atendida, Jesus irá dar o precioso dom da sua
Vida, deixando-se imolar, pagando assim um alto preço para nossa renovação e
total restauração.
A oração de Jesus é no sentido de que esse novo homem agora seja
forte e não caia mais nas seduções do "mundo" do mal como ocorrera
com nossos primeiros pais. Jesus, o homem novo, pressionado pelas forças do
mal, quando estava no mundo, as derrotou com a morte na cruz, agora a pressão
do mal será sobre os discípulos, que têm em Jesus essa mesma força, capaz de
superar todo o mal e assim sacramentar a vitória de Jesus tornando-a
definitiva. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.como.br)
QUARTA FEIRA DEPOIS DA ASCENSÃO DO
SENHOR 20/05/2015
1ª Leitura Atos 20, 38-48
Salmo 67 (68) 4ª “Os Justos exultam e se rejubilam
em sua presenç
Evangelho João 17, 11b - 19
" Não os tires do mundo..."
Vamos conversar um pouco com o
catequista João, autor desse evangelho, para que ele nos ajude nessa reflexão.
___Olha Sr. Catequista João, tem
uma frase nesse evangelho que deixa a gente revoltado, sabemos que o mundo é
mal, e que quando o deixamos e vamos para Deus, partimos para uma
"melhor" como costuma se dizer, então que negócio é esse de Jesus
pedir ao Pai para que não tire os discípulos do mundo? Ele quer ver os
discípulos numa "fria"?
Catequista João ( sorrindo) - Olha
só que idéia! Claro que não, esse evangelho em todo o capítulo 17 é uma oração
que Jesus faz ao Pai, ele sabe que a sua hora está chegando, e não quer que
nada dê errado com os seus discípulos que vão assumir a sua missão na hora que
ele for embora com o Pai....Leia com atenção o início....
____Bom, parece que Jesus fala de
algo que o Pai o encarregou de fazer....
Catequista João ___ Isso mesmo,
essa é a ideia que vai motivar essa oração de Jesus a favor dos seus
discípulos. Ele foi encarregado de tornar conhecido o nome do Pai e mais ainda,
de trazer os discípulos para dentro da Vida de Deus, formando uma perfeita
unidade na Trindade.
___Opa, espere um pouco Catequista
João...Então os homens são iguais uns robozinhos que Jesus pega e entrega para
o Pai, mais abaixo ele fala que o Pai entregou os discípulos a ele, que negócio
é esse, por acaso os discípulos são joguete nas mãos de Deus e de Jesus?
Catequista João ___ Essa sua
observação é importante, não se pode pensar assim porque isso não é verdade. O
homem tem o livre arbítrio, liberdade para decidir sua vida.....Aqui a palavra
entrega significa confiar, colocar aos cuidados de alguém.
____Mas Catequista João, retomando
a questão da liberdade, isso parece ser ruim, o ser humano usa mal sua
liberdade repetindo aquela história de Eva no paraíso, não era melhor que Deus
manifestado em Jesus, fosse mais rigoroso e não desse ao homem tanta liberdade?
Catequista João ____ Isso seria a
total negação do amor de Deus, pois o amor ao outro supõe o respeito a sua
liberdade........Por causa desse amor de Deus é que existe o inferno, para quem
fazer a opção contrária aos seus desígnios de Salvação.....
____Como Judas Iscariotes? Deus não
poderia perdoá-lo?
Catequista João___Claro que sim,
bastaria que ele acreditasse na Misericórdia de Deus, ninguém sabe o que
ocorreu lá no coração de Judas nos segundos finais de sua vida. A Graça
Poderosa de Deus supera qualquer pecado.....Ele é chamado de Filho da Perdição
porque se perdeu, dando á sua vida outro
rumo, contrário aos desígnios de Deus, que não usou da sua fraqueza para por o
seu plano em ação, ao contrário, Judas teve a chance de ser tão Santo como os
demais o foram....
____Mas Catequista João, então Deus
não pode fazer nada nesse sentido, mesmo vendo que o bicho homem vai tomando o
caminho errado em sua vida ?
Catequista João ____ Oh é claro que
Deus faz! E esse evangelho diz muito claro. Olha, para você tomar a decisão
certa na vida, usando bem a sua liberdade, é preciso que conheça a Verdade, correto ?
___Ah sim, sem dúvida, não podemos
tomar decisões na vida fazendo aquela brincadeirinha antiga "Minha mãe
mandou bater nessa daqui....", pois isso seria uma grande
irresponsabilidade....
Catequista João ___Pois é, você
falou bem, é isso mesmo, os homens não conheciam a Verdade, até que ela foi
revelada em Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o "Logus" isso é, a
Palavra , o Verbo Encarnado como eu gosto de chamar Jesus.
____Ah Catequista João....agora
entendi, "Santifica-os pela Verdade, a tua Palavra é a Verdade. Como tu me
enviastes ao mundo, também eu os envio...."A missão do discípulo está no
mundo, para fazer igual Jesus e tornar Deus conhecido, ouvindo e vivendo a sua
Santa Palavra. Puxa Catequista João, agora ficou fácil.....nem sei como
agradecer....
Catequista João _____ Não precisa
agradecer. É só entender que Deus nos santifica constantemente pela sua Palavra
revelada em Jesus. E todo ser humano precisa conhecê-la, para isso é, preciso o
ANÚNCIO, é aí que o Discípulo se torna Missionário..... ( Diácono José da Cruz
– Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
QUINTA FEIRA DEPOIS DA ASCESÃO DO
SENHOR 21/05/2015
1ª Leitura Atos 22,30 . 23, 6-11
Salmo 15 (16) “Guardai-me, ó Deus,
porque é em vós que procuro refúgio
Evangelho João 17, 20-26
" Pai, que todos sejam um..."
Nosso diálogo com o Catequista São
João tem nos ajudado bastante na compreensão do evangelho nesta semana que
antecede Pentecostes e que se denomina Semana da Unidade dos Cristãos, então,
vamos dar continuidade a esse trabalho onde o mais importante é situarmos o
evangelho em nossa vida, principalmente na comunidade onde vivemos e celebramos
a nossa Fé, envolvidos sempre pelo Mistério de Cristo e da Igreja.
Catequista João ___Muito bem, nem
seriam necessárias perguntas, a linha de raciocínio é essa mesma, os Cristãos
vivem em comunidade, e aí está o maior de todos os desafios, como viver a
unidade na diversidade.
____ Pois é, se olharmos de dentro
para fora, vamos ver que esse "Sonho da Unidade de todos os cristãos está
muito longe de ser realizado", o Ecumenismo ainda engatinha e na maioria
das nossas comunidades essa palavra é estranha e até assusta os mais
conservadores....Concorda Catequista João?
Catequista João ____Sim, mas
lembre-se de que a questão do ecumenismo só começou a ser levantada muito
recentemente, quando Jesus fez essa oração pela Unidade, não havia divisões no
Cristianismo. Não podemos só olhar por esse lado, embora a afirmativa caia como
uma luva para incentivar os cristãos de hoje a buscarem a unidade.
____ Puxa não tinha pensado nisso....Naquele
tempo os Cristãos estavam todos de um lado só, tocavam todos o mesmo apito,
como se diz na gíria. Então porque Jesus disse isso? Se ele estava pedindo pela
unidade, é porque havia alguma divisão, talves no final do primeiro século, nas
comunidades cristãs, quando havia muitas heresias......
Catequista João ____Vamos olhar o
começo do evangelho..."Não rogo somente por eles, mas também por aqueles
que por sua palavra hão de crer em mim....Para quer todos sejam um, assim como
tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós, e o
mundo creia que tu me enviastes..."
____ Olha catequista João, longe de
mim debater com o Senhor, mas Jesus está preocupado com a unidade....
Catequista João____Sem dúvida,
realmente o evangelho fala da Unidade, mas que deve acontecer em torno da única
Palavra, a que Jesus transmitiu aos discípulos, e as que os apóstolos
transmitiram á geração seguinte, e esta para a outra, sucessivamente, até
chegar o tempo que vocês estão vivendo no terceiro milênio da história.
____Opa, agora começou a clarear,
mas espere um pouco Catequista João, O Cisma do Oriente e depois no século XVII
a Reforma Protestante, quebrou a unidade, será que Jesus não rezou direito?
Catequista João____(sorrindo) Como
você é espirituoso....A oração de Jesus é perfeita e Deus o atendeu sim. Veja
uma coisa, no tempo de Jesus só ele falava e os discípulos ouviam, depois ele
delegou essa missão do anúncio aos apóstolos, estes delegaram a outros e assim
sucessivamente, como já vimos. O evangelho chegou incólume até vocês no ano de
2012, independente das divisões entre os cristãos, e das traduções diferentes
da Bíblia, aquilo que é essencial no evangelho, perpassou tres milênios sem que
ninguém, alterasse o seu conteúdo. Essa é a verdadeira unidade desejada por
Deus e pedida por Jesus.
____Então quando vivemos a Santa
Palavra estamos vivendo a unidade junto com Jesus e Deus Pai, na UNIDADE do
Espírito Santo......Como naquele dia em Pentecostes, em que todos ouviam e
entendiam, embora fossem de nacionalidade diferentes......
Catequista João____Muito bem, mas
esse assunto fica para domingo de Pentecostes que está aí na porta da nossa
liturgia. Um cristão que vive na perfeita unidade é aquele que guarda a Palavra
de Deus de maneira integral em seu coração e a vive, também de maneira íntegra.
(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhopra Consolata – Votorantim SP –
E-mail cruzsm@uol.com.br)
SEXTA FEIRA DEPOIS DA ASCENSÃO DO
SENHOR 22/05/2015
1ª Leitura Atos 25, 13b-21
Salmo 102 (103) , 19ª “Nos Céus
estabeleceu o Senhor o seu trono”
Evangelho João 21, 15-19
" O amor que
apascenta..."
____São Pedro, desculpe a ousadia,
mas nesse diálogo parece que Jesus não estava botando muita fé na sua pessoa,
não é?
Pedro ____(sorrindo) Não na minha
pessoa, mas na missão que me foi confiada, e acontece que o recado não era só
para mim, mas principalmente para as comunidades do final do primeiro século,
que estavam perdidas e não sabiam o que era essencial no cristianismo....
____Ah é ? Mas é o Senhor que
aparece nessa conversa com Jesus, que João transmitiu em seu evangelho. Ele
falou aqui que o Senhor ficou meio triste com a insistência de Jesus na mesma
pergunta "Pedro tu me amas?".
Pedro ____Sim, o texto fala a
verdade, não só eu como todos os demais apóstolos passamos por essa crise de
identidade que as comunidades também passaram. E acho que hoje vocês cristãos
do terceiro milênio também passam.....
____Como assim São Pedro? Que crise
é essa da qual o Senhor está falando?
Pedro_____Vocês cristãos de 2012,
amam de fato Jesus Cristo?
____Nossa São Pedro, que pergunta
sem propósito, claro que nós cristãos amamos a Jesus Cristo...
Pedro ____Está vendo? Só perguntei
uma vez e você se indignou, a gente sempre acha que, dizer sempre que se ama a
Jesus é suficiente para nos sentirmos cristãos, entretanto, naquilo que somos
para as pessoas, e naquilo que fazemos na comunidade, aí é que provamos o nosso
amor por Jesus.
____Mas São Pedro, apascentar é uma
ação própria de um pastor, a conversa é com os dirigentes da Igreja e não com o
Povo de Deus...
São Pedro ____De modo algum, a
palavra apascentar significa pastorear, ser pastor na vida do outro, conduzi-lo
pelo melhor caminho, leva-lo as melhores pastagens e saciar a sua sede nas
águas tranquilas e refrescantes. Seria assim esse "Cuidar" do outro,
preocupar-se com o outro, doar-se ao outro, em todos os sentidos...
____Xi São Pedro, então quando a gente leva o outro
para um atalho ou beco sem saída, a um pasto seco, e oferece a ele uma água
salobra, não dando a mínima para o outro que caminha com a gente na
comunidade......
São Pedro____Isso mesmo, uma relação
ríspida, superficial, descomprometida, sem nenhuma responsabilidade pela vida
do outro, ou pior, aproveitar-se do outro para ter algum ganho, sendo o
contrário do pastor, um Lobo
voraz.....Gente assim até diz que ama a Jesus Cristo, mas não passa de uma
mentira deslavada....o testemunho incondicional do amor que SERVE é essencial
na prática cristã , e prova autêntica de que de fato amamos o Senhor.....
SÁBADO DEPOIS DA ASCENSÃO DO
SENHOR 23/05/2015
1ª Leitura Atos 28, 16- 20.30-31
Salmo 10 (11), 7b “Ó Senhor, os
homens retos contemplarão a sua face”
Evangelho João 21,20-25
"
Autenticidade dos escritos joaninos e aceitação da comunidade"
Qualquer leitor do Novo Testamento
percebe que o evangelho de João é totalmente diferente dos sinóticos.
Considerando-se que os evangelhos são frutos de uma experiência de vida das
comunidades, conclui-se que a Comunidade Joanina era atípica e as desconfianças
eram muitas, falava-se em Gnosticismo, por causa do modo de João escrever sobre
Jesus, usando uma alta Cristologia que realçava sua Divindade. O fato é que esse capítulo 21, que foi acrescentado ao
evangelho quando João já tinha morrido, atesta a autenticidade do evangelho, e
aceita no seio da Igreja essa comunidade Joanina, que tinha captado na essência
o que era o verdadeiro cristianismo.
A pergunta de Pedro a Jesus,
"Senhor, e este, o que será dele?" demonstrava a desconfiança que a
Igreja Tradicional de Jerusalém tinha em relação a essa comunidade. Era como se
perguntasse, "Podemos confiar nessa comunidade de João? O que será que vai
acontecer com ela?".
A resposta de Jesus a Pedro "Que te importa se eu quero que ele
fique até que eu venha?", pode ser vista como uma alusão a autencidade da
comunidade, que faz parte da Igreja e com ela permanecerá até a sua volta. Mas
não é só isso, o próprio texto traz uma razão muito simples para confirmar a
autenticidade do escrito Joanino: o autor era íntimo de Jesus, e na última ceia
estava com a cabeça recostada em seu peito (sinal de intimidade), portanto quem
viveu essa experiência tão íntima com Jesus amando-o e sentindo-se amado, pode
escrever com autoridade sobre Jesus, da mesma forma que Jesus fala do Pai,
porque com Ele está intimamente unido pelo Amor. E uma afirmação Joanina
poderia concluir essa reflexão "Deus é amor....só quem ama pode dizer que
conhece a Deus...."
Muito mais do que simplesmente
comprovar a autenticidade do escrito joanino, esse evangelho ensina que a única
forma de conhecer a Deus e viver em
comunhão com ele, para que possamos
falar dele com conhecimento de causa, é Vivermos no Amor., exatamente
como o evangelista João que fez essa experiência profunda da essência de Deus
que é o Amor. (Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
FESTA DE PENTECOSTES DOMINGO
24/05/2015
1ª Leitura Atos 2, 1-11
Salmo 103/104 “Se enviais, porém, o
vosso sopro, eles revivem e renovais a face da terra”
2ª Leitura 1 Cor 12, 3b – 7 . 12-13
Evangelho João 20, 19-23
"RENASCIDOS NO ESPÍRITO"
Quando se capricha na reforma de
uma casa antiga, mudando totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela ficou
como nova, a esse respeito, lembro-me também do tempo em que a compra de um
sapato novo era onerosa e a gente optava por levar o velho ao sapateiro, que colocava
meia sola, passava uma tinta, dava um brilho e quando ia buscar, era como se
fosse um sapato novo, e um último exemplo, um dos carros que tive foi uma
Brasília, que em certa ocasião , mandei fazer uma reforma caprichada e ao sair
com ela da oficina, dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nesses três
casos, a palavra NOVA é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e a
Brasília, continuaram velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito
de Deus realiza em nós, não é uma reforma de fachada, não somos uma casa velha
reformada, mas nele somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser
realmente novas criaturas., porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma conhecimento
dessa verdade, fica confuso como Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que
podia um homem, sendo já velho, nascer de novo,e se era necessário entrar
novamente no útero materno. Nas leituras da missa da vigília, e do domingo de
Pentecostes descobrimos que esse renascimento e essa renovação não dependem do
homem, mas é iniciativa de Deus. Quando celebramos Pentecostes estamos na
verdade celebrando o renascimento de todo gênero humano, a renovação de toda
humanidade, onde o homem, consciente e crente desta renovação, se une a seu
Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na Igreja, que é o Povo da Nova
Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêm e vivem segundo o Espírito,
vivenciando um amor que se traduz em serviço, impelido pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e
particular que têm exclusividade sobre o Espírito Santo, monopolizando seus
dons e carismas, o Espírito é derramado sobre todos e não canalizado para
alguns em particular como pensam algumas correntes religiosas. Todos os textos
que ilustram essa Festa de Pentecostes, da missa da Vigília e da própria Festa,
não deixam margem para dúvidas a esse respeito. “Derramarei o meu Espírito
sobre todo ser humano” – (Joel 3, 1) “todos ficaram cheios do Espírito Santo e
começaram a falar em outras línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam
em Jerusalém, judeus devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o
barulho, juntaram-se á multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria
língua” (Atos 2, 4-5) Através do seu Espírito que é único, Deus se comunica com
todos os homens no pluralismo de valores, de culturas e religiões, em uma única
linguagem!
No espírito descobrimos que somos
todos iguais embora queiramos parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do
Espírito, derrubaríamos por terra todas as barreiras que nos separam e homens
de todas as nações, culturas e religiões, iriam se dar às mãos e em uma única
voz cantariam um único louvor, ao único e verdadeiro Deus, reunidos em uma
única Igreja que já não seria mais este ou aquele templo, esta ou aquela
denominação religiosa, mas sim as entranhas do homem. Eis aí algo esplendido
que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos renovamos porque Deus em seu
Espírito Santo, entra em nós. “Nossos ossos estavam secos, nossa esperança
havia acabado , texto que em Ezequiel 17, mostra não só a situação de um povo,
que tinha perdido a sua identidade de povo de Deus, mas da própria humanidade,
que sem Deus não consegue sonhar, ou esperar nada de bom, mas só tem pesadelos,
e neste mesmo texto vemos a maravilhosa profecia “Porei em vós o meu Espírito
para que vivais... e os anciãos voltarão a sonhar, e os jovens profetizarão”
isso significa que todos, jovens e velhos poderão esperar algo novo, uma nova e
feliz realidade.
Essa possibilidade se concretizou
ao anoitecer daquele dia, no Pentecostes Joanino, quando Jesus soprou sobre a
comunidade dos discípulos, concedendo-lhes o dom da paz e o seu próprio
Espírito. Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma Igreja que na força
do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que estavam fechadas e saiu
em missão para anunciar a todos os homens essa verdade, que o Espírito do
Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e mais abundante
que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e tomar consciência
dessa verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor habita nele em
Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos da caridade,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e mansidão. Você já
fez essa experiência? Diácono José da
Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim SP – E-mail cruzsm@uol.com.br)
1ª Leitura Eclesiástico 17, 20-28
Salmo 31/32 “Ó Justos, alegrai-vos
e regozijai-vos no Senhor”
Evangelho Marcos 10, 17-27
" O Homem que não queria
arriscar-se indo além..."
Os evangelhos sinóticos estão
repletos de passagens onde os ouvintes são estimulados a irem além ao seu
testemunho cristão. Podemos citar comparações simples que nos ajudarão nessa
reflexão. A pesca na beira mar é muito divertida, certa vez na praia, eu até
fiz essa experiência, mas é muito difícil de fisgar um peixe grande, seria pura
sorte. Pescador que não gosta de se arriscar e permanece ali na beira mar,
nunca vai pegar grandes peixes, certa ocasião Jesus disse aos pescadores da
Galiléia para jogarem as redes em águas mais profundas, isso significa avançar
para o meio do mar, lá onde o vento sopra mais forte e quando vêm as
tempestades e as ondas bravias, o frágil barquinho parece que vai afundar.
No evangelho de hoje encontramos
esse homem, que não sabemos se é jovem ou adulto, mas é alguém que queria ir
além e cheio de entusiasmo procurou a Jesus, na certeza de que ele tinha algo
novo nesse sentido. Esse homem tinha um grande desejo e vontade, alcançar a
Vida Eterna, podemos dizer que ele buscava as coisas do alto.... Estava no
caminho certo e buscou a pessoa certa.... Jesus Cristo. Só que havia um pequeno
problema, ele tinha uma segurança nos bens materiais. Deus o abençoara com a
prosperidade que lhe fazia muito bem e lhe dava grandes alegrias.....
Primeiro Jesus lhe coloca o
cumprimento da Lei como um primeiro caminho, podemos pensar que naquele momento
o homem se alegrou e talvez até tenha pensado "Essa eu tiro de
letra". Hoje em dia temos muitos cristãos que pensam assim, que está
tirando de letra o seu trabalho pastoral, nas suas obrigações para com a Santa
Igreja, em uma conduta moral irrepreensível, em uma integridade que chega a dar
orgulho. É difícil falar alguma coisa de pessoas assim...e tem que vasculhar
muito a vida delas, para se achar um pecado, mas o bem que fazem e o jeito que
vivem é tão perfeito que nem dá para se considerar este ou aquele pecado que
venham a cometer lá de vez em quando.
Estava tudo muito bem, lindo e maravilhoso,
o homem seguia com seriedade todos os mandamentos e fazia todas as suas
obrigações. Jesus agora o iria confirmar como alguém que praticamente já têm a
Vida Eterna, já conquistou o seu Galardão, o passaporte para o céu....Mas eis
que vem o balde de água gelada....."Só
te falta uma coisa, vai, vende tudo o que tens, dê tudo aos pobres e depois vem
e segue-me....."
Um detalhe importante, o homem fora
sincero com Jesus, ele de fato queria algo mais, ir além... e Jesus também não
teve a intenção de magoá-lo, quando lhe fez essa proposta, o texto inclusive
fala que Jesus o olhou e o amou, pois viu naquele homem que queria algo mais,
um futuro discípulo....
Não são as riquezas e bens
materiais que nos põe a perder, mas o modo de como nos relacionamos com elas.
Hoje em dia, vencer na vida significa ser bem sucedido em uma carreira ou
negócio, deixar de ser um assalariado e ter um ganho extraordinário, viver de
maneira confortável e luxuosa. Junto com isso vem o poder, a fama e o prestígio
e toda uma bola de neve para colocar o homem no Top Model onde, só é mesmo
feliz nesta vida quem faz parte da lista dos mais ricos do planeta.
E como um homem vai poder confiar
totalmente em Deus, e partilhar a sua vida e seus bens com os irmãos e irmãs
empobrecidos? Não seria mais fácil continuar sendo rico e talvez aumentar o
valor do seu dízimo, fazer gordas e generosas contribuições para as causas
sociais? Deus não quer a nossa riqueza ou qualquer bem material, ele quer o
nosso coração, a doação de valores ou de bens materiais é só uma consequência
do que somos.
Para ser assim só há um caminho,
irmos além de um cristão cumpridor de seus deveres, e só quando alargamos o
nosso coração e colocamos nossa total segurança em Deus, é que estamos
preparados para ser discípulos. Quem não gosta de se arriscar na doação e no
amor aos pobres, colocando limites até onde pode chegar, não deixa de ser amado
por Deus, como este homem, mas não está preparado para ser Discípulo...
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata –
Votorantim SP
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