domingo, 15 de março de 2015

Não é melhor que morra um só por todo o povo?-Claretianos

Sábado 28 de Março de 2015
Sisto, Otávio

Ezequiel 37,21-28: Farei de vós um só povo
Interlecional Jeremias 31: O Senhor nos guardará como um pastor a seu rebanho
João 11,45-57: Não é melhor que morra um só por todo o povo?

45 Muitos dos judeus, que tinham vindo a Marta e Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele. 46 Alguns deles, porém, foram aos fariseus e lhes contaram o que Jesus realizara. 47 Os pontífices e os fariseus convocaram o conselho e disseram: Que faremos? Esse homem multiplica os milagres. 48 Se o deixarmos proceder assim, todos crerão nele, e os romanos virão e arruinarão a nossa cidade e toda a nação. 49 Um deles, chamado Caifás, que era o sumo sacerdote daquele ano, disse-lhes: Vós não entendeis nada! 50 Nem considerais que vos convém que morra um só homem pelo povo, e que não pereça toda a nação. 51 E ele não disse isso por si mesmo, mas, como era o sumo sacerdote daquele ano, profetizava que Jesus havia de morrer pela nação, 52 e não somente pela nação, mas também para que fossem reconduzidos à unidade os filhos de Deus dispersos. 53 E desde aquele momento resolveram tirar-lhe a vida. 54 Em consequência disso, Jesus já não andava em público entre os judeus. Retirou-se para uma região vizinha do deserto, a uma cidade chamada Efraim, e ali se detinha com seus discípulos. 55 Estava próxima a Páscoa dos judeus, e muita gente de todo o país subia a Jerusalém antes da Páscoa para se purificar. 56 Procuravam Jesus e falavam uns com os outros no templo: Que vos parece? Achais que ele não virá à festa? 57 Mas os sumos sacerdotes e os fariseus tinham dado ordem para que todo aquele que soubesse onde ele 
estava o denunciasse, para o prenderem.

COMENTÁRIO

Estamos no ponto central da vida de Jesus: a razão de sua morte. Ela foi planejada pelos que detinham o poder, para eliminar o que colocava em risco seus planos. Não foi algo acidental nem querido por Deus. João demonstra que a doutrina de Jesus era uma ameaça para o sistema social instaurado pelas lideranças judaicas e romanas. Crer nele significava deslegitimar o projeto social dominante. E se isto acontecia, o Império se defenderia com todo o seu poder. Os poderosos pensavam que se o povo se organizava em torno das ideias de Jesus, as estruturas das quais eles mesmos formavam parte iriam ser abaladas. Hoje o mundo segue vivendo em forte tensão entre as estruturas de poder e os movimentos populares, sociais e eclesiais. Os sistemas injustos elaboram sempre novas estratégias de perseguição e morte para sua própria autodefesa; é uma realidade que exige de nossa consciência e compromisso cristão para que tais estruturas sejam confrontadas e transformadas e surjam possibilidades mais humanas, justas e solidárias de convivência.


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