domingo, 22 de março de 2015

Evangelhos Dominicais Comentados-Jorge Lorente


29/março/2015  --  Domingo de Ramos

Evangelho: (Mc 11,1-10)

Naquele tempo, quando se aproximaram de Jerusalém, na altura de Betfagé e de Betânia, junto ao monte das Oliveiras, Jesus enviou dois discípulos, dizendo: “Ide até o povoado que está em frente e, logo que ali entrardes, encontrareis amarrado um jumentinho que nunca foi montado. Desamarrai-o e trazei-o aqui! Se  alguém disser: ‘Por que fazeis isso?’, dizei: ‘O Senhor precisa dele, mas logo o mandará de volta”. Eles foram e encontraram um jumentinho amarrado junto de uma porta, do lado de fora, na rua, e o desamarraram. Alguns dos que estavam ali disseram: “O que estais fazendo, desamarrando esse jumentinho?” Os discípulos responderam como Jesus havia dito, e eles permitiram. Levaram então o jumentinho a Jesus, colocaram sobre ele os seus mantos, e Jesus montou. Muitos estenderam seus mantos pelo caminho, outros espalharam ramos que haviam apanhado nos campos. Os que iam à frente e os que vinham atrás gritavam: “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito seja o reino que vem, o reino de nosso pai Davi! Hosana no mais alto dos céus!”

COMENTÁRIO

Já estamos vivendo o Domingo de Ramos, o dia que nos introduz na Semana da Paixão do Senhor. A Liturgia de hoje nos oferece dois evangelhos de Marcos; um para a bênção dos ramos (Mc 11,1-10) e outro para a Liturgia da Palavra (Mc 15,1-39). Para nossa meditação, vamos nos ater ao evangelho da bênção dos ramos (Mc 11,1-10), que relata a entrada triunfal de Jesus em Belém.

Ao entrar em Jerusalém, Jesus é aclamado Rei. No entanto, Jesus é um Rei diferente. Ao contrário dos outros reis que andavam em carros de guerra, Jesus é um Rei manso, humilde e pacífico.

Um Rei capaz de lavar os pés dos seus súditos, sem perder sua majestade. Um Rei que deixou claro que veio para servir.  O povo se aglomera para recebê-lo e o reconhece como seu Rei, seu Salvador. Por isso, estende seus mantos à sua passagem.

Certamente, enquanto o povo gritava Hosana! “Salva-nos!” os poderosos ficaram preocupados e agitados. A presença de Jesus sempre preocupa, é uma ameaça para aqueles que vivem às custas do suor do povo. A simples presença de Jesus já é motivo para sonharmos com a liberdade.



A Campanha da Fraternidade deste ano nos fala de serviço. O lema é: “Eu vim para servir”. E, realmente, é isso que Jesus sempre pregou. Quem vive suas palavras deve colocar-se a serviço da sociedade, a serviço dos irmãos. 

As atividades libertadoras realizadas por Jesus desafiam o poder opressor. A vinda do Rei-pobre exige opção, exige uma definição, ou o recusamos ou o aceitamos, não existe meio termo. Esse é o grande desafio. Ficar com o verdadeiro ou com o falso. Ficar com o antigo ou aceitar a Nova Aliança.

Veja o que é preciso para ficar com Jesus: Primeiramente é preciso abrir mão do poder e assumir o serviço. É uma decisão difícil, que nos coloca numa posição incômoda. Não é fácil aceitar o convite do Salvador.

A proposta de mudança Jesus, é uma proposta radical. Se trouxermos para os nossos dias, significa abrir mão dos grandes lucros e pensar com mais seriedade nos idosos, nos aposentados e desempregados.

O Rei é justo e exige preocupação com os dependentes químicos, com os enfermos e com os preços abusivos dos remédios. São mudanças que exigem desprendimento e renúncia; exigem humildade, solidariedade e amor ao próximo.

Paz é muito mais do que ausência de guerra. Por tudo isso, não podemos permitir que se repita a mesma cena de dois mil anos atrás. É bom lembrar que os mesmos que exaltaram Jesus, também o condenaram. Exaltar Jesus é aderir ao seu Projeto.

Aderir ao Cristo significa mudar. Quem não muda e não assume o compromisso batismal, é como aquele que hoje estende o seu manto e grita “Hosanas!” e que, em menos de uma semana depois, se posiciona no meio da multidão para gritar: “Crucifica-o! Crucifica-o!”

Jesus espera ouvir-nos gritando Hosanas e apresentando-o ao mundo! Todos precisam conhecer o Verdadeiro Rei, conhecer a Boa Nova da sua presença entre nós. É hora de reconhecer o Rei na pessoa dos pequenos e sofredores. Através dos humildes, Jesus nos convoca para o seu exército.

O convite está feito. Recusar ou aceitá-lo é uma questão de livre escolha.

(1785)


Um comentário:

  1. Stela Emídio Cavalcante29 de março de 2015 às 17:34

    sr. Jorge, obrigada por nos proporcionar crescimento espiritual com essa maravilhosa reflexão sobre a Liturgia do Domingos de Ramos. Também quero fazer chegar até o senhor e sua família as nossas orações e votos de recuperação plena para a sua nora que se encontra hospitalizada em SP. Moro em Fortaleza CE mas pedi aos meus familiares que moram aí, para ajudarem a conseguir doadores de sangue, como foi solicitado. Com um fraterno abraço despeço-me. Stela Emídio Cavalcante

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