domingo, 15 de março de 2015

É meu Pai quem me glorifica-Claretianos

Quinta-feira, 26 de Março de 2015
Braulio, Eugênia

Gênesis 17,3-9: Serás pai de uma multidão de povos
Salmo 104: O Senhor se lembra eternamente de sua aliança
João 8,51-59: É meu Pai quem me glorifica.

 51 Em verdade, em verdade vos digo: se alguém guardar a minha palavra, não verá jamais a morte. 52 Disseram-lhe os judeus: Agora vemos que és possuído de um demônio. Abraão morreu, e também os profetas. E tu dizes que, se alguém guardar a tua palavra, jamais provará a morte... 53 És acaso maior do que nosso pai Abraão? E, entretanto, ele morreu... e os profetas também. Quem pretendes ser? 54 Respondeu Jesus: Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não é nada; meu Pai é quem me glorifica, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus 55 e, contudo, não o conheceis. Eu, porém, o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas conheço-o e guardo a sua palavra. 56 Abraão, vosso pai, exultou com o pensamento de ver o meu dia. Viu-o e ficou cheio de alegria. 57 Os judeus lhe disseram: Não tens ainda cinquenta anos e viste Abraão!... 58 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: antes que Abraão fosse, eu sou. 59 A essas palavras, pegaram então em pedras para atirar nele. Jesus, porém, se ocultou e saiu do templo.

COMENTÁRIO

 Assistimos hoje a um diálogo atravessa pelo conflito entre Jesus e os escribas que se consideram filhos prediletos de Abraão e os mais puros herdeiros de sua tradição. Eles colocam a seguinte questão a Jesus: como podia falar de ausência de morte se Abraão havia morrido? Como poderia falar do testemunho de Abraão em seu favor, se ele era um camponês jovem para a sociedade judaica?
Ser filho de Abraão não podia ser entendido, por certo, de uma forma biológica, carnal, mas simbólica ou espiritual. Significava ter as qualidades espirituais de Abraão e seu belo sonho de um povo livre. Somente os amantes da justiça e da liberdade podiam ser chamados de verdade filhos do santo patriarca. O que os judeus não entendiam era o questionamento que Jesus lhes fazia por suas inconsequências.
Hoje existem estruturas sociais e eclesiais que se acreditam herdeiras de formas harmônicas de convivência. Contudo, abrigam conflitos sérios nos que nem sempre carregam em si a luz da justiça e da verdade. É necessário anunciar com força o reino de Deus como grande possibilidade de que na terra reinem a verdade e a justiça e com isso se cumpram as esperanças que por tanto tempo foram alimentadas no coração dos empobrecidos e seja alcançada a paz sobre a terra.


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