segunda-feira, 16 de março de 2015

COMO VIVI A QUARESMA? -Canção Nova

22 de Março de 2015-Evangelho - Jo 12,20-33



Estamos como que quase no fim da Quaresma. E como discípulos somos convidados a dedicar a vida a missão do anúncio da esperança e à comunicação de amor e vida, que é a glória de Deus. A “lei no coração” anunciada por Jeremias é o mandamento do amor comunicado por Jesus, que une a todos e traz a paz.
Estamos nos finais do tempo de graça para quem soube acolher o convite de Deus de considerar a “saúde” de sua vida interior. Graça, da mesma forma, para toda comunidade, pois com certeza, muitos de nós levaram a sério a proposta de cultivar a vida interior a partir do Evangelho, que indica uma mentalidade e um modo de viver e conviver com as pessoas. Trata-se, portanto, de uma celebração especial, no sentido que somos convidados a selar, a assinar esse empenho de cultivar a vida interior na ótica do Evangelho.
É hora de nos questionar até que ponto assumimos o compromisso de viver como cristão; até que ponto estamos comprometidos com o plano divino de colocar o Espírito de Deus entre nós, pela realização do projeto do Reino.
Em que colocas o teu coração? Com quem estabeleces relações? Fazer aliança com Deus e viver de acordo com o projeto divino faz com que as nossas relações sejam firmes e douradoras. Pois se trata de uma aliança que se assina com a vida, com aquilo que representa a centralidade da vida: o coração amoroso de Deus Pai. Ser infiel a esta Aliança é o mesmo que rasgar a vida, que desperdiçar a vida, que perder a vida, como diz Jesus no Evangelho: “quem quiser ganhar a vida, vai perdê-la”. Quem quiser colocar no seu coração outro projeto que não seja o de Deus, perde o sentido de viver. É por isso que antes de iniciar a celebração, fazemos o ato penitencial.
Isso de colocar Deus no coração, no centro da existência pessoal, não é tarefa fácil para ninguém de nós.
Em nossos dias as coisas parecem mais confusa que ontem. Somos como aqueles que estavam com Jesus e ouviram a voz divina, mas não souberam identifica-la, achando que fosse voz de anjos, trovões ou coisas assim. Existem tantas vozes que falam, que nos confunde em vez de nos ajudar a identificar o projeto divino. Por isso é preciso considerar a resposta que Jesus dá aos gregos que queriam ver Jesus para entender bem o sentido de colocar Deus como centro da vida interior. Colocar Deus no coração. Se aqueles gregos queriam ver um “Jesus famoso”, ou um “Jesus milagreiro”, ou um “Jesus pregador”… tiveram uma bela decepção. Jesus fala que o compromisso com o plano divino é exigente, a ponto de ter que morrer para viver de outro modo, exige desapego da própria vida e, principalmente, seu seguimento, assumindo a mentalidade do Evangelho. Quer dizer: viver de acordo com o Evangelho é um compromisso exigente só realizável por quem tem o Espírito de Deus dentro de si e o Espírito divino toma conta do coração quando se cultiva com a vida interior saudavelmente cristã e evangelizada.
O maior exemplo e o modelo da fidelidade ao plano de Deus é Jesus. Mesmo angustiado diante da sua “hora”, ele se mantém fiel e faz de sua obediência a glorificação do Pai. Foi entregando sua vida que ele plantou o Reino de Deus e coloca a vida de Deus dentro de quem se faz discípulo seu. O Plano de Deus foi plenamente realizado por Jesus. Hoje, este plano continua a ser realizado no mundo pelos discípulos de Cristo que têm o Espírito de Deus em seus corações. Por aqueles que levam a sério a Aliança divina, assinada no dia do Batismo. Por aqueles que não são cristãos de nome, mas assumem a mentalidade do Evangelho e fazem dele o seu modo de viver, de agir. Concluo com uma pergunta: o que está no centro de sua vida interior; qual a coisa mais importante que está em seu coração? O Espírito de Deus ou uma outra mentalidade, ajustada a este mundo? Vamos pensar nisso durante essa semana para tomar uma decisão sincera sobre nosso modo de ser cristão, a partir da Semana Santa.

Quaresma é tempo de preparação para a Páscoa. Duas são as atitudes fundamentais deste tempo para ti e para mim: a conversão do coração e a solidariedade para com os necessitados. A oração é o melhor meio para orientar a vida neste caminho.

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