segunda-feira, 16 de março de 2015

A conversão é fruto da misericórdia de Deus-Helena Serpa

23 de Março de 2015-Evangelho - Jo 8,1-11

Daniel 13, 1-9.15-17.19-30.33-62 ou 41-62 – “juízes injustos”

Diante do quadro exposto os dois juízes, pessoas conceituadas, maduras, respeitadas no meio do povo, que tinham o poder nas mãos, levados pela “paixão” da carne, “ficaram desnorteados desviando os olhos para não olharem para o céu, e se esqueceram dos seus justos julgamentos.” Teceram toda a trama e envolveram Suzana e, partindo do pensamento, chegaram à ação, sendo punidos pelo próprio julgamento, pois as suas próprias palavras desvendaram toda a verdade libertando a vida de uma filha de Deus. Suzana, pelo contrário, mulher frágil, por isso mesmo, indigna de ser respeitada e acreditada, olhou para o céu e confiou na intervenção de Deus que conhece as coisas escondidas e sabe tudo de antemão! Suzana era inocente e assim, Deus, veio em seu auxílio enviando Daniel, um jovem que tinha a “honra da velhice”, por isso, fez um julgamento fiel ao que Deus lhe inspirava.  A história de Suzana nos motiva a fazer uma reflexão profunda sobre os nossos pensamentos, julgamentos e ações no mundo em que vivemos. Qualquer um de nós ao desviarmos os nossos olhos do céu, somos capazes de  também  tramar contra a vida das pessoas quando queremos ver atendidos os nossos interesses. Temos em nós a tendência de satisfazer o nosso ego nos esquecendo de que Deus conhece o nosso interior e a qualquer momento pode nos desmascarar. Por outro lado, a mulher de Judá nos dá um exemplo de confiança na providência de Deus não se entregando nem tampouco se deixando corromper pelo temor de ser execrada publicamente.   Assim também nós, não precisamos cair nas armadilhas do mundo que muitas vezes vem nos aliciar, nos perverter. Deus é maior que tudo e espera que nós também lhe peçamos o auxilio necessário para não cairmos na tentação. – O que você teria feito no lugar de Suzana? – Você alguma vez na vida deixou-se subornar com medo da execração pública? – Você aprendeu alguma coisa com a história de Suzana e os dois juízes?

Salmo 22 – “Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei, estais comigo.”

A confiança na providência e na proteção do Senhor deverá ser a bandeira que nós empunhamos em todos os momentos da nossa vida. Passamos diariamente por vales tenebrosos, por situações difíceis que às vezes, nos fazem desanimar e arrefecer o ânimo. Porém, a lembrança de que temos um Pastor que olha por nós, Suas ovelhas, e que provisiona para nós, água, óleo, casa, descanso, fartura, saúde, fortuna e felicidade nos faz seguir com esperança  atravessando montes e colinas para chegar no nosso destino final. O Senhor é o meu pastor e nada me faltará! Esse deve ser o nosso lema.


Evangelho João 8, 1-11 – “a conversão é fruto da misericórdia de Deus”

Jesus não precisou argumentar muito nem debater com os acusadores daquela mulher surpreendida em adultério. Somente com o gesto de escrever na areia e de falar aos circunstantes, “quem dentre vós não tiver pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”, Ele desfez os planos dos apedrejadores   conseguindo com que o povo se afastasse a começar pelos mais vividos e experientes. Esta é a prova de que só o Senhor conhece o nosso coração, os nossos motivos, as nossas razões. “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais!” Nunca poderemos condenar alguém, porque pecou nem tampouco atirar pedra em alguém quando ele erra!  Precisamos seguir o exemplo do Mestre que mesmo diante do povo que a condenava a ser apedrejada, para que se cumprisse a Lei, Jesus, o único Santo, O Justo, a perdoava para que se cumprisse a Lei da Misericórdia de Deus.  No entanto, Jesus não eximiu aquela mulher do pecado, mas não a condenou, usou de compaixão e a levantou daquela situação. Nós que queremos seguir a Jesus precisamos aprender a compreender as fraquezas do nosso próximo e, ao mesmo tempo, ajudá-lo a reencontrar o caminho novo que o Senhor abre para ele. A conversão daquela mulher partiu da misericórdia que Jesus usou para com ela. Talvez se ela tivesse sido apedrejada, não tivesse se convertido, mas apenas se emendado por algum tempo com medo de infringir a lei.  Entretanto a revolta e a dor permaneceriam dentro do seu coração. Pelo contrário, nós sabemos que aquela mulher teve a sua vida completamente transformada por causa do amor com que ela foi acolhida por Jesus. Pensamos que só adultera o homem ou a mulher que traem um ao outro, porém existe o adultério espiritual, quando negamos a Jesus, Seu Senhorio e prevaricamos em busca de outros deuses que tentam preencher o nosso vazio espiritual.  Hoje também Jesus fala para todos nós de uma maneira bem clara: “quem não tiver pecado”, isto é, quem não for pecador atire a primeira pedra. O pecado é uma traição a Deus, seja ele qual for. Somos sim homens e mulheres adúlteros e necessitados de misericórdia. Precisamos ter consciência disso.   -  Você tem aprendido com Jesus a ser misericordioso (a)? – Você costuma também condenar e  jogar pedras nas pessoas porque erram? – Com quem você tem traído a confiança de Deus? – Qual o seu menor pecado? – Será que o pecado tem tamanho? 


Helena Serpa

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