quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Pedimos demais, mas ouvimos de menos-Alexandre Soledade

25 - Fevereiro - Quarta - Evangelho - Lc 11,29-32


 Bom dia!

Antes de tudo preciso voltar a reflexão de ontem para fazer um gancho com a de hoje. Dizíamos ontem: “(…) A oração é uma busca por Deus. É não se contentar de vê-lo passar sem o tocá-LO. Portanto O FOCO DA ORAÇÃO NÃO É O PEDIDO OU NO QUE É VISÍVEL E SIM A CONVERSA”.

Ave! Pedimos demais, mas ouvimos de menos.

É preciso reparar no exemplo dado por Jesus no evangelho de hoje – o de Jonas, narrado na primeira leitura.!

“(…) Jonas entrou na cidade, percorrendo o caminho de um dia; pregava ao povo, dizendo: ‘Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída’. OS NINIVITAS ACREDITARAM EM DEUS; aceitaram fazer jejum, e vestiram sacos, desde o superior ao inferior”. (Jonas 3, 4-5)

Deus ansiava em arrebanhar novamente o povo afastado de Nínive. É preciso deixar claro que mesmo Ele, não pode interferir no livre arbítrio que temos de concordar ou não com seu amor, então pede a Jonas que se faça intercessor. Jonas, usando uma das facetas mais comuns do ser humano – o julgamento prévio e precipitado – não aceita ir. E que ser humano aceitaria ir à capital do império que estava prestes a invadir seu território e tomar seu povo por escravo?

Creio que Deus pôs Jonas a se defrontar com seu e nosso maior obstáculo – o orgulho em reconhecer que nossa fé e empenho são muito pequenos. Jesus tenta abrir os olhos dos seus mostrando que era mais importante que Jonas, no entanto, o coração orgulhoso e contrito das pessoas, inclusive dos seus discípulos, impediam e ainda impedem Deus de entrar. Será que ainda somos tão presos ao “ver pra crer”?

Precisamos na quaresma, e também no tempo comum, fazer um exercício diário que nos proteja da frieza espiritual que nosso mundo vive hoje. Deus conhece nossas lutas, aflições e sofrimento; Ele não é um Deus perverso, distante, tirano ou sádico. Talvez essa falta de compreensão que tenha nos afastado Dele e então somente quando assolados por problemas ou situações que fogem do nosso controle, resolvemos nos “vestir de sacos” e humilhados, vencidos, sem esperança, resolvemos então ouvir.

Deus não quer nos ver sofrer para ter que mudar! Quantas vezes já nos pegamos dizendo: Por que é que não ouvi? Deus não esta aqui pra dizer “eu não disse? Porque não me ouviu?”.

Outro ponto interessante… Quando sentamos e rezamos o que pedimos? Coisas visíveis ou Invisíveis? Notem o que diz a reflexão principal da CNBB:

“(…) Para muitas pessoas, Deus deve manifestar-se constantemente para todos, pois somente assim o mundo poderá crer. Na verdade, essas pessoas querem uma demonstração evidente da existência de Deus e da sua presença no nosso dia a dia, porém o Evangelho de hoje nos mostra que assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, Jesus é um sinal para nós”,

É preciso notar que como Jonas tentamos “tirar o corpo fora” do milagre. “Deus tudo pode. Fica por conta dele”! Claro que pode, mas e você vai a Nínive ou não? Queremos que o milagre aconteça na nossa frente e de preferência, sem que tenhamos que ir até ele. Quer que sua famíla mude, lute! Quer um emprego melhor, capacite-se!

Que fique bem claro que NUNCA devemos deixar de interceder pelos nossos problemas e aflições. A contínua intercessão acaba nos tornando mais íntimos de Deus e próximos a Ele a oração se torna uma gostosa e respeitosa conversa.

Portanto! Faça a sua parte do milagre!


Um imenso abraço fraterno!

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