sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

A semente é lançada na terra-Alexandre Soledade

30 de Janeiro- Sexta - Evangelho - Mc 4,26-34

Alexandre Soledade


Bom dia!
Duas simples comparações: Como a semente que é lançada na terra e indiferentemente da nossa vontade, cresce e o grão de mostarda. A primeira gera a ideia da espera paciente e confiante após o trabalho e empenho realizado e a segunda a humildade que cresce na simplicidade que enaltece os olhos de Deus.
No site das Paulinas é apresentada uma bela reflexão dessa humildade que cresce da simplicidade:
“O Reino de Deus não é como os frondosos cedros do Líbano que ornaram o Templo de Jerusalém e contribuíram para a glória de Salomão. É como o pequeno grão de mostarda, que se espalha à beira do Mar da Galileia, humilde, porém cresce o suficiente para dar abrigo às aves do céu, para acolher a vida”.
Passei a entender que em nossas vidas o que temos e teremos é fruto do empenho do dia-a-dia e das graças reservadas por Deus a cada um de nós filhos e filhas por Ele amados. Sabemos também que nada acontece sem que Ele não saiba, que o temor é humano e a fé um dom de Deus. E ao deparar com o evangelho de hoje nos apresentando que o reino crescerá quer estejamos acordados ou dormindo… O que tememos?
“(…) Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós“. (Mateus 10, 29-31)
Sim! Valemos muito para Deus, mas nossa fé às vezes nos trai. Somos muito imediatistas, queremos tudo para agora ou o mais breve que possível. Queremos alcançar o céu, mas se possível de elevador. É ainda difícil de entender que as conquistas poderão vir degrau por degrau e não rapidamente. “(…) primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita”.
Notei que a ansiedade e a preocupação nos acompanharão enquanto vivermos, pois somos seres humanos. Que os cabelos virão independentemente de nossa vontade. Nossos cabelos são contados, inclusive os brancos que povoam nossa cabeça. Temos medo do desemprego, de não conseguir pagar as contas, de não conseguir dar o que nossos filhos precisam… E mais cabelos brancos surgem durante as noites perdidas. Deus já os contou também.
Sem perceber, o reino de Deus nasce enquanto dormirmos. Oportunidades surgem logo pela manhã, nos abrigando e dando o suficiente para que se acolha a vida. Murmuramos! Não vemos o Maná.
Tempos atrás vi um governador lançar um programa de casas populares onde cada morador deveria pagar simbolicamente um Real por mês para deixar seu barraco aos pés do morro. Sim o local era mais longe do centro da cidade e careceria que os beneficiários acordassem mais cedo para ir trabalhar. Conseqüência o projeto fracassou. As pessoas não queriam acordar mais cedo.
O reino de Deus talvez tenha crescido durante a madrugada, mas não conseguiram ver. Fico triste em lembrar, a cada encosta de morro que desaba, daqueles que preferiram acordar mais tarde à segurança de suas famílias.
O semeador passa toda noite em nossos pensamentos, vendo nossos anseios e os fazendo crescer durante a noite. Ele sugere que voltemos a estudar, mas não O escutamos; Ele pede um pouco de paciência no serviço, mas o orgulho nos faz pedir demissão; “É como o pequeno grão de mostarda, que se espalha à beira do Mar da Galileia, humilde…”.
Devemos reler quantas vezes for necessário esse evangelho. Uma hora vamos entender. “Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos”.

Um Imenso abraço fraterno!

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