segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

-MARIA DISSE SIM-José Salviano

4º DOMINGO ADVENTO

-MARIA DISSE SIM-José Salviano

21 de Dezembro de 2014
ANO   B

Evangelho - Lc 1,26-38



PRIMEIRA LEITURA
O rei Davi disse ao profeta Natã:  'Vê: eu resido num palácio de cedro,
e a arca de Deus está alojada numa tenda!'
          Irmãos quantos de nós não moramos em verdadeiros palácios  enquanto o Cristo reside em favelas cheirando esgoto, e dormindo com fome?  O rei Davi reconheceu sua posição de privilégio e sentiu-se desconfortado ao ver a divindade no desconforto. Será que neste Natal, na hora da refeição farta alguns de nós vamos nos preocupar com o desconforto e as carências dos nossos irmãos que moram em tendas, palafitas, barracos em cima do mangue fétido, barracos de tijolos à vista? 

SALMO 88
          Ao Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor! 
Ao Pai eu prometo anunciar ao mundo a vossa verdade, enquanto estiver lúcido, não me importando com o sofrimento, nem com o que possam pensar ou fazer contra mim! Por que o  vosso amor  é garantido para sempre! E a vossa lealdade é tão firme como os céus. 

SEGUNDA LEITURA

          Irmãos. Agradeçamos a Deus porque somos confirmados na fidelidade à palavra  de acordo com a revelação dos mistérios de Deus, os quais nos foram revelados pelos  profetas e levados ao conhecimento de toda a humanidade. Roguemos ao Pai que nos dê força e coragem para permanecermos firmes nestes propósitos de guardar esta fé, fugindo de todas as armadilhas do maligno, e viver segundo o espírito.

EVANGELHO
          Maria disse SIM. Deus, através do seu anjo, apresentou a Maria o seu projeto de salvação.  Maria, após  querer saber como isso seria possível, concordou com o Plano de Deus, ou seja, ela disse sim. E desde aquele momento, o Filho de Deus passou a habitar nela.
          Caríssimos. Se todos nós disséssemos SIM  todas as vezes em que Jesus bate a nossa porta, todas as vezes em que Deus nos chama a conversão, este mundo seria o melhor lugar do mundo para se viver. Não haveria egoísmo, nem suborno, corrupção, violência...
          Portanto, seria muito bom se esse sim de Maria fosse copiado por todos nós.  Assim, abrindo bem a nossa mente, para deixar a luz divina nos irradiar, assim  aceitando a proposta de amor daquele que quer a nossa salvação, deixaríamos a sua luz nos atingir em cheio, deixaríamos a sua força nos levantar do lodo, do pecado e teríamos como resultado, uma transformação da nossa pessoa, parecida com a transformação de Jesus no monte Tabor diante dos discípulos.   
          O sim de Maria e de José representa o sim de todo cristão de boa vontade.  Pois Deus quis contar com a nossa colaboração para salvar a humanidade. Desta forma, é necessário a nossa aceitação, é preciso que assumamos um compromisso, pois Jesus só nascerá naqueles que diariamente derem um verdadeiro sim não só de palavra mais também e acima de tudo na prática da caridade, da justiça e da devoção.
          Prezados irmãos, prezadas irmãs Estamos no quarto e último domingo do Advento. Já está chegando o dia de celebrarmos o aniversário de Nosso Senhor Jesus Cristo, dia em que ficou conhecido como Natal.
          Existem vários natais: O natal do pobre, do rico, do incrédulo, do devoto. Cada um celebra ou participa do seu jeito.
O natal do comerciante, ou do homem de negócio. É o natal daqueles que em vez de dizer Feliz Natal, dizem Boas Festas. É o Natal daqueles que acreditam no dinheiro, e festejam  o lucro das vendas de fim de ano.
O Natal daqueles que estão longe da família. Seja por motivo de trabalho, motivo econômico, ou por problemas familiares. É o natal das mães que choram a ausência do filho que saiu de casa, do filho que morreu jovem, da filha que fugiu com o namorado, do filho que está trabalhando no estrangeiro. É um natal muito triste!
O Natal do sem teto, daquele que dorme na calçada, e naquela noite fica no vazio total, enquanto todos comemoram em família, o clima de natal. Seja um natal apenas comercial, seja um natal em família, baseado na pessoa de Jesus Menino.
O Natal do assalariado, que não pode ter uma mesa farta, mas o pouco que consegue comprar, é regado com muita boa vontade, com muita humildade e geralmente com fé e respeito pelo Menino Jesus. Apesar dos poucos recursos, a fraternidade entre eles é abundante. Divertem-se com pouca coisa, uma música para todos se alegrarem, uma bebida moderada, ou mesmo em doses altas que faz alguns passarem mal, mas no fim tudo dará certo, pois embora não havendo fartura, há muita simpatia, muita caridade e sinceridade entre a maioria.
O Natal do desempregado. Aqueles que não podem dar aos filhos os brinquedos que eles pedem. Não podem ter comida na mesa, e sofrem preocupados com o dia de amanhã.
O Natal de quem está na guerra: Caríssimos. Parece que este é o pior dos natais! O natal daquele jovem que estando na linha de frente ou mesmo na retaguarda,  está arriscando o seu pescoço por uma briga que quase sempre não pé dele, por um desentendimento entre o seu governo e o governo de outro país, ele está ali, lutando por sua sobrevivência, diante de outros soldados que não lhe fizeram nada, vivendo momentos contínuos de absoluto estresse, pois a qualquer momento, pode tomar uma bala, mesmo quando o sono e o cansaço vencem o seu medo e ele tira um cochilo, numa postura desconfortável, e sonha com a sua mãe que está acordada e chorando pelo seu filho.  Irmãos!  O natal de quem está na guerra é o pior dos natais o qual não desejamos nem para o nosso pior inimigo!  
O Natal do rico: Como será esse Natal? Com muita fartura à mesa, muitos presentes, mas será que  os sorrisos são sinceros?  Será que pensam no menino Jesus, ou tudo não gira em torno do interesse? Não sei.
O natal do cristão. Daquele  que acredita em Deus e em seus mistérios, especialmente no mistério da encarnação.    O Cristão que semelhante a Maria, disse SIM  ao convite de Deus para trabalhar na vinha, para transformar o mundo, para evangelizar, doando-se pela causa do Reino. O Natal desse cristão é diferente. É autêntico. Os sorrisos não são falsos. As alegrias não são apenas ou simplesmente movidas, geradas pela ação da bebida com moderação, mas sim, pela presença de Deus do seu lado, e entre os seus familiares. Porque Deus não abandona os seus escolhidos, mesmo nos momentos em que eles pisam em falso, e caem nos laços e armadilhas do maligno. Imediatamente, o Pai amoroso providencia sua retomada, providencia o seu resgate, o seu retorno à vida da graça.
          Maria disse “sim”. Imagine se ela tivesse dito "Não!" Jesus não teria nascido, e o Plano de Deus não teria acontecido? Maria acreditou,  Maria deixou que Deus tomasse a sua pessoa e transformasse a sua vida pacata em uma grande ventania. Ela topou, ela aceitou a oferta de Deus dita pela boca do anjo, e sua resposta foi: “Eu sou a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra!”
          Imagine a situação de José, vendo grávida a sua namorada prometida em casamento, em uma pequena comunidade daquelas em todos conhecem todos... E ele sabia muito bem que aquele filho não era dele...
          Maria, por sua vez, não tinha a menor idéia de como explicar, do que explicar  a José seu fiel noivo, teve uma brilhante idéia: Calar-se e entregar tudo nas mãos de Deus.  E assim aconteceu. Deus resolveu tudo do seu jeito, falando pessoalmente com José, o qual entendeu e também aceitou a intervenção divina na sua vida, na nossa existência para nos libertar dos pecados e nos conduzir à vida eterna.
          Maria poderia ter recusado a proposta do Anjo, pois as conseqüências de uma gravidez fora do matrimônio eram muito sérias por parte da comunidade, podendo ela até ser apedrejada. Mas Maria, boa menina, Maria que depositava toda sua confiança na proteção divina, Maria a iluminada e escolhida, não teve dúvida. Ela concordou, ela disse    SIM!  Uma resposta, um sim que todos nós deveríamos dar a  Deus todos os dias, quando Ele nos chama à conversão e para trabalhar na construção de um mundo melhor. Deveríamos nos espelhar na resposta corajosa de Maria: "Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!".
          Caríssimos. A transformação desse mundo depende de nós. porque Deus quis contar com o nosso sim. Com a nossa participação. Nós que somos do bem, não podemos ficar com medo de sermos apedrejados! Mas sim, devemos confiar em Deus e seguir em frente.
Coragem! O poder de Deus é mais forte que todos os poderes terrenos! Pois para Ele nada é impossível!

Bom domingo.  José Salviano.

2 comentários:

  1. Belíssima reflexão. É dela que tiro a seiva. Pra levar aos meus irmão de caminhada.

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  2. José Salviano, que Deus continue dando força esta equipe do liturgia diária, evangelizadores daqueles que também evangelizam. Feliz Natal e um ano 2015 com muita saúde e paz. Deus abençoe todos vocês.

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