segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Genealogia de Jesus Cristo-Claretianos

Quarta-feira, 24 de Dezembro de 2014
Gregório, presbítero e mártir (303)
Missa da Vigília da Natividade

Isaías 62,1-5: O Senhor prefere a ti
Salmo 88,4-5.16-17.27 y 29: Cantarei eternamente a misericórdia do Senhor
Atos 13,16-17.22-25: Paulo dá testemunho de Cristo, filho de Davi
Mateus 1,1-25: Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi

COMENTÁRIO

Hoje os cristãos estamos em festa, pois celebramos o nascimento de Jesus. É a festa de Deus humanado, que decidiu fazer-se homem para viver entre nós. O júbilo é grande, porque o nascimento de uma criança coloca Deus no meio de nós como maravilhosa manifestação de seu amor. Na palavra de Deus que lemos hoje, vemos com claridade a opção de Deus a favor de seu povo, que em resposta abre o coração a seus mandamentos.
Na primeira leitura o profeta Isaías lembra ao povo que Deus tem por ele sua preferência. As tristezas vividas em outro tempo, no desterro, são agora superadas pela predileção. A linguagem deste texto é bastante afetiva. Deus conquista o povo pelo coração e o conduz de maneira amorosa, sem que seus pés tropecem. De alguma forma o profeta busca manter viva a fé e a alegrias do povo; se em outro momento andava em trevas, esta é a hora da luz. Deus fez uma opção definitiva, para não mais apartar-se de seu povo e os que algum dia foram escravos viverão para sempre em liberdade.
Na segunda leitura, Paulo faz uma excelente síntese da salvação de Israel, partindo da eleição que Deus fez desde os patriarcas, passando pela libertação do Egito, as tribos, a monarquia e o desterro na Babilônia. Paulo abarca toda a história anterior a Jesus e João. Eles encarnam o cumprimento do plano de Deus. Esta leitura paulina da história é uma forma de reafirmar que Jesus é o esperado dos tempos que nele toda a história muda de sentido e é recriada. As comunidades cristãs, como novo povo de Deus, são agora as escolhidas para que Cristo viva nelas.
No evangelho de Mateus, o primeiro a retratar uma relação da genealogia de Jesus. Tal genealogia termina dizendo que Jesus nasce de Maria, a esposa de José. Este tipo de relato é uma produção teológica da comunidade cristã, que vincula Jesus com uma série de pessoas influentes na vida do povo, enquanto elas foram mediação para a intervenção histórica de Deus.
Hoje, ao celebrar o mistério da encarnação, reconhecemos que Deus se humaniza em Jesus, criança humilde, pobre, frágil, que revela outra lógica, a do amor indefeso do bom Deus que necessita ser cuidado para sobreviver.

Hoje a sociedade banalizou o mistério e converteu a natividade em uma oportunidade de esbanjamento e consumo. A simplicidade do presépio foi substituída pela opulência dos centros comerciais, onde se repetem orações e cantos de natalinos que fomentam a alienação e favorecem o mercado de seus próprios produtos. O capitalismo converteu a natividade em festa de ricos, os quais se presenteiam entre si com muitos e luxuosos presentes, e que vai gerando distância entre ricos e pobres, que sequer possuem o que comer e menos ainda com que presentear. Certamente nestes pobre Jesus nasce. Daí nos desafia a assumir um projeto de transformação a favor da vida dos pobres, seus prediletos, os prediletos do coração de Deus.

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