sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Fome espiritual-Helena Serpa

6 de Janeiro- Terça - Evangelho - Mc 6,34-44

1 João 4, 7-10 – “quem ama nasceu de Deus”

Esta é uma afirmação que dispensa qualquer outro comentário: “quem ama nasceu de Deus”, “pois Deus é amor!  Só podemos afirmar que conhecemos a Deus se realmente amarmos uns aos outros, como diz São João.  No entanto, é indispensável que tenhamos em mente a certeza de que não fomos nós que escolhemos a Deus para amá-Lo, mas sim, de que foi Ele quem nos amou primeiro e manifestou este amor quando enviou o Seu Filho Jesus como vítima de reparação pelos nossos pecados. Deus nos amou primeiro, esta é a verdade! Não adianta     querermos cumprir o maior mandamento da Lei de Deus, pelo nosso próprio esforço tentando amar o próximo com o nosso amor humano, imperfeito. Não conseguiremos, iremos falhar! Precisamos nos conscientizar de que na nossa matéria humana nós não possuímos reserva nem qualidade de sentimentos de amor necessários para cumprirmos com o maior mandamento da Lei de Deus. Por isso, São João nos orienta: “amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus, pois Deus é amor”. Só podemos afirmar que conhecemos a Deus, se amarmos o nosso próximo com o Amor que provém da fonte de amor eterno que existe dentro de nós.   Se nos apossarmos do dom do Espírito Santo e tivermos a certeza de que é Ele quem nos capacita a amar a Deus e aos irmãos, aí então, poderemos vivenciar o amor mútuo. Deus é Amor e se manifesta em nós por meio do Seu Espírito Santo que nos motiva a agir com atos concretos de amor que gera vida.  Deixemo-nos, então, ser invadidos (as) pelo Espírito Santo, pois Ele age e faz acontecer em nós o cumprimento da Lei. – Você tem feito algum esforço para tentar amar a Deus e ao próximo? – Você sente o amor de Deus?  Você já se deixou invadir pelo Espírito Santo?   – Você conhece a Deus? – Quem é o agente do amor e  faz acontecer o amor em nós?

Salmo 71 – “Os reis de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!”

O salmo continua exaltando a realeza de Jesus que vem com todo o poder para defender os pobres e humildes. A perspectiva da chegada de Jesus com toda a glória enche o nosso coração de esperança. A glória que se manifestou a todas as nações quando Jesus foi visitado pelos reis magos continua ainda hoje se exprimindo no coração de todas as pessoas que O têm como Salvador.


Evangelho – Marcos 6, 34-44 – “fome espiritual”

Ao olhar para aquela multidão e observar que lhe faltava luz e pão Jesus teve um sentimento de compaixão que o moveu para realizar um grande milagre. Ele olhava para cada uma daquelas pessoas de um modo profundo e as compreendia de uma forma completa, corpo, alma e espírito. Assim sendo, Ele percebia que tanto a fome do pão material como também a ignorância dos mistérios de Deus angustiava as suas almas. “Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas”! Entretanto, mesmo que o povo continuasse atento aos Seus ensinamentos, Ele preocupou-se em conceder-lhes o pão material.  Ao ensinar muita coisa àquele povo, com certeza, Jesus falava de tudo que ouvira de Deus Pai e do Seu Amor por cada um em particular. Daí, então, podemos apreender que só nos sentiremos verdadeiramente, em paz e saciados quando tivermos uma experiência com o Amor de Deus, mesmo que estejamos fartos do alimento material. Hoje, também, há dentro de nós uma fome espiritual de conhecimento de Deus e das coisas que dizem respeito ao nosso relacionamento com o Pai.   Jesus mostrou aos Seus discípulos     e hoje  também nos ensina a dar passos para quando estivermos sem saber como alimentar a “multidão” ao nosso redor. Primeiramente Ele nos instrui: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Em seguida Ele nos investiga e quer saber se temos consciência do que já possuímos a fim de  que possamos ajudar a alimentar essa multidão. E, por último, Ele nos ensina a nos organizarmos, a sentarmos, a dialogar, a trocarmos ideias para partilharmos tudo o que temos em nossas mãos. Jesus nos instrui a formar grupos, a trocar experiências, a nos ajudarmos e põe como fundamento para tudo isto, a compaixão. Ter compaixão é agir com amor e com misericórdia. Deus ao nos criar sabia que  iríamos precisar uns dos outros e, por isso, nos preparou e nos deu bons sentimentos para que os usássemos em favor dos nossos irmãos. – Você tem fome de conhecimento de Deus? – Você sabe o que a sua alma deseja? – Você tem consciência dos pães e dos peixes que você possui? – Você é uma pessoa que sabe viver em grupo? – Você sabe partilhar o que tem?

Helena Serpa

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