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de Dezembro - Sexta - Evangelho - Lc 1,39-47
Bendita
és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
Hoje
é com alegria que nós celebramos a festa de Nossa Senhora de Guadalupe,
padroeira da América Latina. Vejamos um pouquinho da vida de S. Juan Diego, um
índio asteca mexicano, a quem Maria Santíssima se manifestou, dia nove de
dezembro de 1531.
Juan
Diego ganhou esse nome no batismo. Seu nome indígena é Cuauhtlatoatzein. Ele
foi canonizado pelo Papa João Paulo II, na cidade do México, dia 31/07/2002.
Ele nasceu em 1474, numa aldeia perto da cidade do México. Foi batizado em
1524, com cinqüenta anos de idade. Quem o batizou foi o missionário franciscano
Frei Turíbio de Benavente. Era casado. Sua esposa também foi batizada e recebeu
o nome de Maria Lúcia. Pouco tempo depois ela faleceu e Diego ficou viúvo. Foi
então morar na casa de seu tio, que também era católico. Ajudava o tio nos
trabalhos da roça.
Diego
era um católico fervoroso. Ele caminhava vinte km para assistir à Santa Missa.
Aproveitava a celebração para crescer na catequese, para orar e ao mesmo tempo
para venerar a Virgem Maria, para quem sentia uma afeição especial.
Diego
era conhecido na sua aldeia como um homem religioso. Para ele não foi difícil
aceitar a fé católica, porque a via como muito superior à religião do seu povo,
os astecas.
Dia
09/12/1531, Diego dirigia-se à celebração eucarística e, quando estava bem em
cima da colina de Guadalupe, ouviu uma voz que o chamava pelo nome, como se há
muito o conhecesse. A voz dizia: “Juanito”, quer dizer Joãozinho. Ele olhou
para o céu azul e viu uma senhora. Esta lhe disse: “Onde você vai?” Ele logo
reconheceu que era Nossa Senhora, e disse: “Vou à tua casa participar da santa
Missa”.
“Quero
que saibas – continuou ela – que sou Maria, a Mãe de Jesus. Desejo que aqui
seja construído um templo para que nele eu possa mostrar o meu amor para com os
habitantes deste lugar e para todos os que aqui vierem ou me invocarem. Vai à
casa do bispo do México para lhe dizer que sou eu que envio você a ele.
Manifeste a ele o meu desejo de ter aqui um templo. Preste atenção para lhe
dizer tudo quanto você viu e ouviu. Você tem a minha proteção. Farei você
feliz. Pode ir, meu filho”. Ele se inclinou diante da Senhora e foi.
Chegando
à casa do Sr. Bispo, Dom João de Zumárraga, expôs-lhe as palavras da Senhora.
Mas o bispo não acreditou muito. Pensou tratar-se de uma ingenuidade daquele
índio.
Diego
voltou ao mesmo lugar. A Virgem lhe apareceu e ele disse: “Senhora, fui bem
recebido pelo Sr. Bispo, mas tenho impressão de que ele achou que fui eu que
inventei essas coisas. Peço-lhe, Senhora, que dê esta missão a outra pessoa
mais conhecida e de maior reputação que eu. Eu sou um pobre homem
insignificante”.
Sempre
sorridente, a amável Senhora respondeu-lhe: “Escuta, meu filho querido, o mais
pequeno de todos, eu lhe recomendo e até ordeno que amanhã volte ao bispo e lhe
diga o meu nome. Diga que sou a Maria, a Mãe de Jesus”.
Diego
voltou ao Sr. Bispo e lhe contou a nova visão. Dom João lhe fez várias
perguntas e ele respondeu a todas, não deixando dúvidas de que era mesmo a Santíssima
Virgem que lhe tinha falado. O Sr. Bispo lhe disse que ia comunicar o fato ao
conselho diocesano. Que ele voltasse dias depois.
Foi
aí que aconteceu aquele fato bonito: um dia, Diego estava indo apressadamente à
vila a fim de chamar um padre para atender o seu tio que estava muito mal. No
caminho, a Senhora lhe aparece, e diz: “Caro filho, não se preocupe com a saúde
do seu tio. Ele sarou”.
Diego
então tirou o seu manto e o estendeu aos pés dela, para lhe prestar homenagem,
conforme o costume dos índios astecas.
E
logo depois Diego fica deslumbrado: de um momento para outro, o seu manto ficou
coberto de flores belíssimas, perfumadas e recém desabrochadas. Isso, apesar de
ser inverno, tempo em que não existe nenhuma flor naquela região. Maria então
lhe falou: “Leve estas flores para o Sr. Bispo”.
Quando,
na frente do bispo, ele estendeu o manto, a surpresa: Havia nele exatamente
esta pintura de Nossa Senhora de Guadalupe, que nós conhecemos. A partir daí, é
claro, todo mundo acreditou, e o Santuário foi erguido, exatamente naquela
colina, que tinha o nome de Guadalupe, e onde a Virgem apareceu.
De
fato, naquele momento em que a Virgem falou que seu tio havia sarado, ele ficou
completamente curado.
Fizeram
primeiro um santuário pequeno, depois um maior, e por fim este que existe lá
hoje, que é enorme.
O
Evangelho da Missa de hoje descreve a solicitude de Maria, indo apressadamente
ajudar a prima Isabel, e a saudação de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto do teu ventre!” Essa sua solicitude não parou na sua
Assunção. Pelo contrário, ela se multiplicou, e continua se estendendo pelos
séculos, especialmente nos seus santuários.
Certa
vez, um rapaz procurou a Madre Teresa de Calcutá e lhe disse: “Irmã, eu não
consigo mudar-me. O que devo fazer?” Madre Teresa respondeu: “Basta você dizer:
Quero”.
Realmente,
essa palavrinha tem uma força incalculável. Nada resiste à palavra: “Quero”,
pronunciada por uma pessoa. Ela expressa uma decisão, manifesta uma vontade
firme e clara de fazer ou de conseguir alguma coisa. E onde há uma decisão,
pode cair o mundo em volta que a pessoa continua firme, empregando todos os
meios para conseguir aquilo.
Nós,
muitas vezes, preferimos ficar no meio do caminho: “Queria”, “gostaria”, “vou
tentar”. À esses, Jesus deixa de lado, pois ele disse: “Seja o vosso sim, sim;
e o vosso não, não” (Mt 5,37).
Aquele
“sim” que Maria disse ao Anjo, na anunciação, foi tão decidido que ela o
desdobrou pela vida afora, em pequenos “sins”, como este de ajudar Isabel, ou
de pedir um santuário para acompanhar os seus filhos e filhas peregrinos na
terra.
Vamos
pedir a N. Senhora de Guadalupe que, assim como conseguiu de Deus a saúde para
o tio de Diego, que a consiga para nós também, tanto a saúde física como a
espiritual. E que ela nos ensine como esperar bem o nascimento de Jesus.
Bendita
és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
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