quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Maria recebe do anjo a noticia de que seria a mãe do Messias -Alexandre Soledade



Bom dia!
Quais são seus planos? Quais são os seus projetos para os próximos cinco ou dez anos? Será que Maria não tinha outros planos? Como seria essa história que conhecemos sem o “sim” de Maria?
“(…) Maria recebe do anjo a noticia de que seria a mãe do Messias. Como poderia acontecer isso se ela não conhece homem? Fazendo uma relação com o Evangelho de ontem, percebemos que mulheres estéreis geraram filhos por obra divina, e filhos que atuaram decisivamente na história da salvação. Maria não podia ter filhos, mas isso era fruto de sua vontade, de sua consagração virginal. E nesta “esterilidade”, Deus age. E sem a atuação de um homem, mas do próprio Espírito Santo, Maria gera no seu ventre virginal aquele que é o Senhor da história e que vai mudar radicalmente a vida das pessoas“. (reflexão proposta pela CNBB)
Um parêntese… Como entender o repúdio e às vezes a agressividade dos nossos irmãos evangélicos a pessoa de Maria? Como entender a veneração explicita a profetisas como Hulda, Mirian, ou a mulheres como Sara, Raquel, Ester, (…)? Mulheres que mudaram a história de seu povo através da ação e da fé em Deus, mas nenhuma delas foi a agraciada perante aos olhos de Dele como Maria. “(…) Que a paz esteja com você, Maria! Você é muito abençoada. O Senhor está com você”
Quando pergunto se Maria tinha planos é por que todo ser humano sadio tem. Temos planos desde a hora que acordamos, pois desde o planejamento diário do que farei inicialmente naquele dia a sucessão de acontecimentos que deverão acontecer para se alcançar algo maior como, por exemplo, para me formar, inicia com todo um processo longo de estudo e avaliações até sua conclusão final. E no caso de Maria, Deus não muda seus sonhos, apenas lhe acrescenta um novo projeto.
Grave isso: Deus não muda nossos sonhos, Ele apenas acrescenta novos projetos a eles. Repare que enquanto Maria meditava a gravidez, o anjo visita as aflições dela quanto ao pensar de José e revela a ele o desígnio de Deus quanto a sua jovem esposa. Dizia um amigo que quando o projeto é Deus, porta a porta, janela a janela vão se abrindo e a nós TESTEMUNHAR COM A FÉ.
Quantas pessoas foram convidadas por Deus a abraçar causas que pareciam inalcançáveis? Quantos como Isabel, Deus gerou já na velhice um novo projeto como a guarda ou a proteção de um neto? Quantos também questionaram a Deus o porquê de sua escolha para um serviço se tantos outros mais competentes, ou nosso olhar, existem?
Frei Alceu dizia certa vez, ao olhar para o presépio, que o local escolhido por Deus para Jesus nascer se construía com muito pouco. A manjedoura foi algo que representava a simplicidade daquele que estaria por vir e que fazendo uma analogia para o dia de hoje, creio eu que nosso coração, para receber Jesus nesse natal, não precise de grandes mudanças, mas de um “sim” sincero como o de Maria.
O nosso querer fica pequeno quando fazemos algo de coração. Ele se transforma numa manjedoura, talvez naquela época o local que “restou” para acolher a sagrada família, e quantos de nós em meio a sonhos e projetos pessoais para o futuro, “restou” também somente o nosso coração para receber Jesus?
Deus conhece as nossas correrias do dia-a-dia, sabe e nos vê levantar as cinco da manhã e dormir depois da meia noite. Ele não vai mudar nossos sonhos, Ele quer acompanhá-los olhando de dentro. Ao aceitar ao chamado, Deus vai preparando o caminho, a mudança, a conversão. Assim foi com Abraão, que talvez não tivesse o reconhecimento de sua fé e confiança no Senhor se não aceitasse sair de Harã. Abraão tinha um projeto, Deus potencializou.
“(…) O Senhor disse a Abrão: “Deixa tua terra, tua família e a casa de teu pai e vai para a terra que eu te mostrar. Farei de ti uma grande nação; eu te abençoarei e exaltarei o teu nome, e tu serás uma fonte de bênçãos. ‘Abençoarei aqueles que te abençoarem, e amaldiçoarei aqueles que te amaldiçoarem; todas as famílias da terra serão benditas em ti’. Abrão partiu como o Senhor lhe tinha dito, e Lot foi com ele. Abrão tinha setenta e cinco anos, quando partiu de Harã” (Gênesis 12, 1-4).
Entreguemos como Maria, os nossos projetos nas mãos de Deus. Tenhamos fé, pois nenhum deles fracassará ou será deixado, ao não ser que Deus, já vislumbre algo ainda maior. Tenhamos no natal a fé nas mudanças, pois até o coração mais soberbo, egoísta ou difícil, quando recebe Jesus dentro de si com o “sim” sincero, se torna uma humilde manjedoura. “(…) Porque para Deus nada é impossível”
Um imenso abraço fraterno.



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