domingo, 24 de agosto de 2014

“AI DE VÓS...” – Olívia Coutinho.

 
Dia 26 de Agosto de 2014
 
Evangelho de Mt 23,23-26
 
Numa sociedade onde impera o individualismo, a competitividade, o povo vai se distanciando cada vez mais  de Deus,  deixando de lado os valores do evangelho, da ética e da moral. Se não ficarmos atentos quanto as nossas escolhas, corremos o risco de nos contaminar por esta mentalidade egoística, tornando-nos pessoas frias, voltadas para nós mesmos.
Quantos  de nós, perde a oportunidade de viver uma vida  intensa, alegre, por  ocupar com  coisas insignificantes  que nada  acrescentam em nossa  vida. São estes pormenores, que  nos distancia do principal, do que é  fundamental para a nossa felicidade :  a nossa relação  com Deus!
No evangelho de hoje, Jesus faz duras críticas aos  mestres da lei e fariseus,  que mesmo tendo o conhecimento  da palavra de Deus, viviam um contraste do que ensinavam. Fariseus e mestres  da lei, haviam  vindo de Jerusalém com um único  objetivo: confrontar Jesus, descobrir que tipo de ensinamento que Ele passava  para  os  seus discípulos, se Ele estava  incitando o povo à não-observância das Leis! Para estes líderes, os ensinamentos de Jesus, não enquadravam  com os padrões religiosos já estabelecidos por eles, que tinha como objetivo, manipular o povo. Eles obrigavam o povo a cumprir preceitos, normas, rituais estéreis,  que aos olhos de Deus não acrescentam nada, e assim, desviavam a atenção do povo, quanto aos seus direitos, eles mesmos, não cumpriam os preceitos impostos por eles,  ao povo.
Atrás de uma  falsa pureza exterior, fariseus e mestres da lei  escondiam a dureza dos seus corações. Fechados numa  mentalidade  egoística,  eram incapazes de cultivar o amor e  a misericórdia em  seus corações!
Para impressionar, eles pagavam o dízimo da hortelã, da erva- doce, do cominho, ervas que os judeus cultivavam como aromatizantes e  condimentos que nem entravam no preceito mosaico do pagamento do dízimo. Eles pagavam o dízimo sobre essas ervas, com a finalidade de ostentar um respeito rigoroso com as leis, uma manifestação falsa de acatamento a todas as leis. Uma grande falsidade, pois o principal, eles deixavam de lado, como  a misericórdia, a justiça e a fidelidade.
A hipocrisia tão criticada por Jesus, é um mal que infelizmente ainda atinge as  nossas comunidades cristãs . São muitos os que estão  dentro da Igreja,  que se escondem no manto da bondade,   numa adoração constante a Deus, mas que não traduz em  em atos concretos, em  compromisso  de abraçar a causa de Jesus no cuidado com o que lhe é de mais precioso: a vida!
O texto nos leva a um questionamento a respeito da nossa fé e da nossa vivencia religiosa: existe  coerência  entre   o que falamos e o que vivemos?
Precisamos retirar a trave dos nossos olhos, para reconhecer as nossas imperfeições e procurar corrigi-las, antes que Jesus nos diga: ai de ti...
Deus não nos olha externamente, para Ele, não importa a nossa cor, a nossa posição social e nem mesmo a nossa religião, para Deus, o que importa  é  o que somos interiormente, o que  cultivamos de bom no nosso coração!
De nada adianta nossos atos externos, se eles  não retratam o que na verdade somos interiormente. Aos olhos de Deus, a prática exterior, só encontra seu verdadeiro sentido, quando é uma expressão do que realmente se crê e se vive, do contrário, não passa de práticas vazias que nada significam, pois mostram  o que na verdade não se é, e não se vive.
Deixemos que o nosso coração se encha do amor que liberta que nos torna sinal vivo da presença de Jesus  no mundo.
 
FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia Coutinho

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