quarta-feira, 30 de julho de 2014

Nosso Lugar é na Barca, mas nossa Missão é para fora--Diac. José da Cruz


SEGUNDA FEIRA DA XVIII SEMANA DO TEMPO COMUM 04/08/2014
1ª Leitura Jeremias 28, 1-17
Salmo 118(119) , 68 b “Ensinai-me as vossas leis”
Evangelho Mateus 14, 22-36

                                     “Nosso Lugar é na Barca, mas nossa Missão é para fora”

Reconhecermos a Jesus na Comunidade, na Santa Palavra que muitas comunidades celebram, sob a presidência de um Ministro ou Diácono, reconhecer o Senhor na Eucaristia, viver  com ele momentos de enlevo em uma Liturgia, não é coisa muito difícil. Os sinais são mais que evidentes, os Ministros Sagrados, em especial o Sacerdote que é “Persona in Cristo”, os cantos, orações, como dizia um Liturgista famoso, a Liturgia é Céu na Terra e Terra no Céu.  Reza-se o Pai Nosso de Mãos dadas, as pessoas se saúdam com a Paz do Senhor, comungam, ajoelham-se com reverência, embora nossos sentidos não o alcancem, mas é inegável essa presença e ação do Senhor nas nossas assembleias.
O grande problema é quando saímos de dentro da “Barca” e deixamos o espaço celebrativo ao convite do Diácono ou do Sacerdote “Ide em Paz e que o Senhor vos acompanhe”, aí começa a nossa missão, fora do âmbito eclesial. Acostumamo-nos a ver um Jesus na Liturgia, no Sacramento, no espaço sagrado das nossas celebrações,  mas não nos acostumamos a vê-lo e senti-lo no quotidiano da Vida onde as Forças do Mal , representadas pelo mar, parecem dominar a tudo e a todos.
É o problema das drogas, das separações de casais, de abortos, da violência, da corrupção, do roubo, da exploração, do tráfico de drogas que mata mais que certas guerras, dos governantes e legisladores que se renderam  diante do Mal e deixaram-se corromper. Temos uma vontade doida de voltar correndo para o aconchego da Barca onde nos sentimos seguros. Pedro coloca Jesus a prova “Se és tu, manda que eu vá sobre as águas para junto de ti”, ou seja, que eu não desanime, que eu não afunde, que eu não pereça diante do mal e caminhe com Jesus no dia a dia.
Têm muito cristãos que fora da Igreja não sabe como agir ou o que fazer, há outros que preferem “fugir” das coisas mundanas e fazem do cristianismo uma grande alienação.  Para com estes, o evangelista Mateus é duro naquele evangelho do dia do julgamento, quando o Senhor lhes dirá “Não vos conheço, afastai-vos de mim” . Olha Senhor, não saíamos de tua casa, sentávamos contigo á mesa...

Mas realmente é um grande desafio ver Jesus no dia a dia, nas pessoas e nos acontecimentos, mas Ele está ali, irradiando o Bem, a Paz, a Justiça, a Misericórdia, o amor, a caridade. Em cada pessoa comprometida com o Bem, Jesus age. Mas se o reduzirmos a um ritual, a uma celebração, corremos o risco de, como o apóstolo Pedro, afundarmos tragados pelas Forças do Mal. A Mão de Jesus está sempre a nossa espera nas pessoas e situações do dia a dia. Unamo-nos a todos os que praticam o Bem, sejam eles de nossa Igreja ou não, e assim, unida e fortalecida pela presença Fortalecedora de Jesus, enquanto igreja jamais deixaremos nos sucumbir pelas forças do mal. 

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