quinta-feira, 31 de julho de 2014

"DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER!" -Olívia Coutinho



18º DOMINGO COMUM
 
 Dia 03 de Agosto de 2014
 
Evangelho de Mt 14,13-21
 
A fome de tantos irmãos é uma ferida que  sangra constantemente no coração de Jesus! E está em nossas mãos a cura desta ferida! Uma  cura, que  pode vir  de  pequenos gestos de amor, afinal, quem de nós, não tem “5 pães e dois peixes”?
É difícil acreditar, mas é a dura  triste realidade; num mundo de tanta fartura, ainda hoje, morrem  pessoas vítimas do nosso abandono, irmãos nossos, que continuam morrendo de fome, ou por doenças causadas pela desnutrição.   Uma  conseqüência do nosso egoísmo, que nos fecha  à partilha.
A todo instante, pessoas  necessitadas de  ajuda,  desfilam diante de nós!  São  irmãos nossos, pessoas desprovidas do mínimo necessário para a sua sobrevivência.  E quantos de nós, que dizemos seguidores de Jesus,  tampamos os nossos ouvidos para não ouvir os seus clamores, preferindo ignorá-los, para nos  isentar  de quaisquer responsabilidade sobre  eles. E assim,  vamos  buscando  mil desculpas para justiçar a nossa impassibilidade, diante a esta triste realidade.
Precisamos  aprender a olhar o irmão com o mesmo  olhar de Jesus,  um olhar que  não apenas constata  a sua  necessidade, como também, ajuda-o a encontrar o caminho que o possibilitará a ter  uma vida digna.
A exemplo de Jesus, não podemos fechar os olhos diante as necessidades do nosso irmão, e  muito menos transferir para outros, a responsabilidade que é  também nossa, afinal como filhos do mesmo Paisomos co-responsáveis pela vida do outro, por tanto, não podemos permanecer indiferentes as suas necessidades.
Podemos observar, que quase sempre, o que o nosso irmão busca em nós, não é muito, é sempre algo que está  ao nosso alcance, às vezes, nem é algo material,  pode ser uma palavra de incentivo de animo, ou até mesmo de um ouvido  para escutá-lo!
O evangelho que a liturgia de hoje  nos apresenta, mostra-nos mais uma vez, a sensibilidade de Jesus, diante a necessidade humana!
A  narrativa nos apresenta  o episódio  da multiplicação dos pães: o milagre da partilha! O ponto fundamental deste acontecimento é o amor, o amor que nos leva à partilha!  
Sabemos que Jesus, se  quisesse, poderia realizar sozinho a multiplicação dos pães, mas Ele  quis envolver todos os seus discípulos, o que  nos mostra, que Ele quer agir  no mundo através de nós.
Jesus nos encarrega de saciar a fome dos nossos irmãos, fome de pão e fome de amor, na certeza de que: colocando em suas mãos o pouco que temos, Ele  transformará  em muito! Onde existe amor, existe partilha, onde existe partilha, Deus entra e o milagre da multiplicação acontece!
É também, nosso compromisso cristão, despertar no outro a necessidade de Deus, mas antes, é preciso saciar a sua fome, criar no seu coração a  necessidade  de Deus,  como fez Jesus: a  partir da necessidade do pão material, Ele criou a necessidade do pão da vida eterna. Quem partilha com o outro, o pão material, desperta nele, a necessidade de Deus, pois ele vê na pessoa quem o ajudou, a presença do próprio Deus.
Na multiplicação dos pães, Jesus nos ensina na prática,  que é na partilha que resolvemos o problema  emergencial da fome, mas não podemos parar por aí, precisamos  ir mais além.  Além de uma  conscientização social, precisamos nos conscientizar politicamente, para que possamos  eleger com responsabilidade  os nossos governantes, homens e mulheres, compromissados com o bem comum, que se empenhe no sentido  de diminuir a desigualdade social.
 Como verdadeiros seguidores de Jesus, precisamos colocar em prática os seus ensinamentos, e assim como Ele, estarmos  sempre atentos às necessidades do outro.
De nada adianta, decorar versículos  da bíblia, erguer as mãos para louvar  a  Deus, se negamos  a abaixá-las, para erguer o nosso  irmão que está no chão!
Pensemos nisso.

 FIQUE NA PAZ DE JESUS! – Olívia

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