quarta-feira, 23 de julho de 2014

A vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus.-Padre Antonio Queiroz



A vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus.
Neste Evangelho, Jesus nos faz um forte apelo a nos abrirmos à sua Palavra. E ele explica por que muitos não o entendem; é porque o coração deles se tornou insensível, ouvem com má vontade, fecham os olhos para não ver e os ouvidos para não ouvir, e assim não se convertem nem se salvam.
Em outras palavras, Jesus fala que a nossa abertura do coração, isto é, a nossa boa vontade, influi, e muito, no nosso entendimento da Palavra de Deus.
Na parábola do semeador, ele fala a mesma coisa usando a figura do semeador. Muitos corações são como terreno de beira de estrada, ou pedregoso, onde a semente não nasce, ou se nasce não produz fruto.
A afirmação de Jesus: “À pessoa que tem, será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem, será tirado até o pouco que tem” significa que quem é aberto à Palavra de Deus já tem virtudes e ganhará ainda mais. Já quem é fechado á Palavra de Deus, no dia do julgamento vai perder até o pouco que tem de bom.
Como pano de fundo está a liberdade humana, que é respeitada por Deus. Deus não quer isso, mas respeita a direção que damos para a nossa vida.
A conclusão que tiramos é que é fundamental sermos humildes e dóceis diante da Palavra de Deus.
“O coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos... de modo que não se convertam e eu os cure”. É por isso que Jesus usa parábolas. Os mistérios de Deus são realidades transcendentes e exigem que os ouvintes estejam muito abertos, senão não entendem. A parábola se torna uma ponte, para que essas pessoas que vivem completamente por fora dos mistérios de Deus possam entendê-los. Senão quem lhes anuncia o Evangelho acaba falando para as paredes.
As parábolas são histórias que nos ajudam a entender os mistérios de Deus. Ajudam principalmente os que não estão familiarizados com esses mistérios. A parábola tem dois planos: o direto e o figurado. O direto todos entendem: como semear, a ação do fermento na massa, o sabor do sal... Assim, o sentido figurado fica bem próximo e mais fácil de ser captado. Por isso, a parábola se torna um gesto de amor de Jesus para com as pessoas que, por um motivo ou outro, não receberam nem os primeiros rudimentos da catequese cristã.
Mas Jesus é positivo, ele afirma que seus discípulos têm o coração aberto e por isso vêem, ouvem e entendem o que ele fala. “Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem.” Afinal, os discípulos entregaram suas vidas a Jesus e ao seu seguimento, e receberam dele boa formação sobre os mistérios transcendentes e sobre as coisas da fé. Agora os discípulos estão preparados para receber um alimento mais sólido
Certa vez, um sacerdote foi chamado para visitar um acidentado que estava desenganado pelos médicos. O padre veio, atendeu-o em confissão e deu-lhe o sacramento da unção dos enfermos e finalmente a Eucaristia.
Terminada a oração, o doente pediu para cantar. Ele disse a todos os que estavam presentes: “Gente, vamos cantar, glorificando a Deus!” E ele mesmo iniciou um canto.
Aí está um exemplo de como a unção dos doentes, unida à confissão e à Eucaristia, transforma as pessoas. A graça de Deus vem a nós de muitas formas. O que nos falta, muitas vezes, é a abertura a essa graça.
Maria Santíssima tem sido, através de seus santuários pelo mundo, uma grande porta de entrada para o Reino de Deus e para aos mistérios da fé. Junto dela, aprendemos o seu jeito de amar a Jesus, o seu jeito de amar a Igreja. Santa Maria, rogai por nós!
A vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus.




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