terça-feira, 1 de abril de 2014

"Os guardas voltaram de mãos abanando..." - Diac. José da Cruz

SÁBADO DA 4ª SEMANA DA QUARESMA 05/04/2014
1ª Leitura Jeremias 11, 18-20
Salmo 7,2ª “Senhor, ó meu Deus, é em vós que eu busco meu refúgio”
Evangelho João 7, 40-53
                                                "Os guardas voltaram de mãos abanando..."

As pessoas definiam Jesus não de acordo com aquilo que ele era, mas aquilo que a elas interessava, para uns ele era realmente um grande Profeta, talvez inspirados pelos profetas que Deus mandara no antigo Testamento, estes buscavam uma esperança que só Deus lhes poderia dar.
Para outros ele era o Cristo, isso é, o ungido, o enviado de Deus, colocavam nele todas as suas esperanças e acreditavam em seu Messianismo que iria trazer a Salvação a todos. O grande problema continua sendo aquele que já comentamos na reflexão de ontem: Jesus era humano demais....e o fato da sua origem ser da Galileia não credenciava a ser o Messias que segundo as escrituras viria de uma linhagem nobre.
E para alguns, o fato dele não ser quem esperavam que fosse, transformava a frustração em raiva. Um comportamento onde se joga no irmão ou na irmã toda a nossa frustração, pelos nossos fracassos e derrotas, a culpa é das pessoas que não são o que a gente esperava que fossem. Não será assim em nossas comunidade, até hoje ?  "Se depender de mim e do que eu penso, a comunidade vai bem, mas tem fulano e cicrano que nunca correspondem"
O segundo aspecto importante a ser considerado nessa reflexão, é a atitude dos Guardas que, pertencendo ao povo, e não estando atrelados a nenhuma lei ou tradição escriturística, estão abertos para ouvir as palavras de Jesus e elas o encantam de tal modo que os impede de o prender.
O pior papel fica mais uma vez com os famigerados Fariseus, a quem o messianismo de Jesus não lhes interessava, uma vez que suas palavras e obras não coincidiam com o conhecimento deles, que provinha da Lei e da tradição. Éramos guardiães da tradição e deles teria que vir o aval que iria autenticar o messianismo de Jesus.
Nas comunidades temos os nossos conselhos pastorais e econômicos, que representam a assembléia e não podem fazer valer a opinião pessoal,ou a deste ou aquele grupo. O verdadeiro cristianismo é dialogante e interativo, virtudes estas que brotam da comunhão fraterna, e que os Fariseus não tiveram e que também, infelizmente faz muita falta em nossas comunidades onde o agente de Pastoral  só se move “no seu quadrado”,  fora dele, e em contato com outras pastorais , se sente um peixe fora d'água.



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