terça-feira, 29 de abril de 2014

Eu e o Pai somos um. Padre Queiroz

TERÇA - 13 de Maio de 2014 - Evangelho - Jo 10,22-30

Eu e o Pai somos um.
Neste Evangelho, Jesus é abordado por um grupo de judeus, que lhe perguntam se ele é o Messias. Jesus diz a eles que a resposta está nas suas obras. E aproveita para falar a respeito de Deus Pai e de sua relação com ele: “Eu e o Pai somos um”. Está aí uma afirmação clara da sua divindade.
Em seguida, Jesus continua referindo-se à parábola do Bom Pastor: As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna”. De fato, Jesus era dedicado à salvação do povo. Ele mesmo não tinha nem onde reclinar a cabeça, e mesmo assim passa a vida fazendo o bem às pessoas.
“...e elas me seguem.” Também as suas ovelhas fazem a sua parte, seguindo sempre a Jesus. “Quem é de Deus ouve a Palavra de Deus” (Jo 5,47). As ovelhas de Jesus sabem distinguir a sua voz de outros falsos pastores.
Agora, se uma ovelha não quer mais ficar no rebanho, isto é, na Comunidade cristã, aí não tem jeito, porque ela é livre. Com certeza ela será devorada pelo lobo, pois uma ovelha é mais fraca que um lobo e mais fraca que diversos outros animais predadores.
E existem os continuadores do ministério de Jesus como Pastor. Os principais são o Papa, os bispos, os sacerdotes e os diáconos. Depois vêm os religiosos e religiosas e os leigos líderes das Comunidades cristãs. Também os pais, os bons professores, os bons políticos e todos os que exercem poder e autoridade sobre as pessoas. Vamos promover todas essas vocações, e colaborar para que elas exerçam bem o seu ministério.
Um bom líder está sempre atento para proteger o povo a ele confiado, pois a sociedade está cheia de enganadores e aproveitadores. Ele cuida dos explorados e empobrecidos, chegando até a arriscar a própria vida por eles. Já o mercenário usa de seu cargo em benefício próprio, não convive nem procura conhecem bem as suas ovelhas. É fácil perceber quem é mercenário e quem é pastor verdadeiro.
“Ai dos pastores de Israel, que são pastores de si mesmos! Não é do rebanho que os pastores deveriam cuidar? Eles bebem o leite, vestem a lã, matam as ovelhas gordas, mas não cuidam do rebanho. Vocês não procuram fortalecer as ovelhas fracas, não dão remédio para as que estão doentes, não curam as que se machucaram, e não trazem de volta as que se desgarraram. Assim, por falta de pastores, minhas ovelhas ficam vagando sem rumo, e se tornaram pasto de feras selvagens” (Ez 34,1-10).
Por isso, “Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença” (Mt 9,35). Jesus dava tudo o que tinha para ver todo mundo bem orientado e feliz. Mas, sozinho, não dava conta, por isso pediu para os discípulos rezarem pedindo novos líderes, novos pastores para o rebanho. Hoje a carência de pastores até aumentou.
Pelo batismo, todos nós nos tornamos pastores. Na celebração do batizado, logo após a pare central que é derramar água na cabecinha da criança, o padre faz a seguinte oração: “Que Deus te consagre c o óleo santo, para que, como membro de Cristo, sacerdote, profeta e rei, continues no seu povo até a vida eterna”. Vemos, assim, que o batismo nos tornou membros de Cristo, que é pastor; portanto, somos pastores também.
Na prática, como ser um bom pastor? É sendo fermento, sal e luz no meio do mundo e dando o bom exemplo e não escondendo a própria fé. Devemos aproveitar todas as oportunidades para dizer uma boa palavra, além da participação ativa na Comunidade cristã. Por exemplo, participando dos grupos de quarteirão e das diversas organizações dos cristãos leigos e leigas. Quantas “santinha”, isto é, imagens ou quadros de Nossa Senhora percorrem as casas, levando mais fé, esperança, caridade e mais consciência da vida em Comunidade! São oportunidades que temos para exercer o nosso ministério de pastores.
Certa vez, um macaco estava na beira de um rio e viu um peixe dentro d’água. Ele pensou: “O bichinho está se afogando!” Enfiou a sua pata na água com toda a rapidez e o apanhou. O peixe começou a se debater. O macaco disse: “Olhe como ele está contente!” Quando o peixe morreu, o macaco comentou: “Que pena que eu não cheguei antes aqui!”
O mundo nos apresenta muitos caminhos que têm aparência de salvadores mas na verdade são caminhos falsos e enganadores, que nos levam à perdição e à ruína. Jesus é o nosso Bom Pastor, aquele que realmente nos salva e faz felizes.
Que Maria Santíssima nos ajude a sermos dignos continuadores do seu Filho, o Bom Pastor.
Eu e o Pai somos um.
Padre Queiroz


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