quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Jejum -Diac. José da Cruz

SEXTA FEIRA DEPOIS DAS CINZAS 7/03/2014
1ª Leitura Isaias 58, 1-9 a
Salmo 50 (51) , 19b “Um coração arrependido e humilhado, ó Deus, não havereis de desprezar”
Evangelho Mateus 9, 14-15


Os Discípulos de João e os Fariseus representam aqui os cristãos que na comunidade são metódicos e fazem tudo bem “certinho”, porque o Padre mandou, e se julgam no direito de questionar os outros que não o fazem. O Jejum por aquele tempo, fazia parte da prática penitencial e também como sinal da espera Daquele que haveria de vir. E assim, vendo que, enquanto eles se privavam de alimentos, enquanto que o grupo dos seguidores de Jesus se esbaldavam em banquetes ou Ceias aonde o Mestre era convidado, certamente sentiram uma “Pontinha” de ciúmes e inveja, e decidiram questionar essa atitude.

A verdade é que, os discípulos de Jesus já estavam comendo e se arregalando em uma festança danada de boa, com a presença entre eles, do próprio Senhor, o Messias esperado por todos enquanto que os de João e os Fariseus ainda estavam á espera, fazendo jejum á espera do noivo e assim perdendo o melhor da festa....Enquanto estes vinham com o milho, os de Jesus já retornavam com o Fubá...
Por que isso acontecia? Não é porque os discípulos de Jesus eram mais espertos ou mais inteligentes mas sim porque abriram o coração para acolher com alegria o Mestre Jesus que trazia algo de novo e inédito, que a velha religião não tinha para oferecer. Crer em Jesus de Nazaré e tornar-se discípulo exigias um desprendimento de todo pensamento antigo, da tradição religiosa do passado. E daí, os que se julgavam muito entendidos em religião, os Fariseus, não queriam abrir mão de suas convicções religiosas, era melhor ficar com o legalismo e o religiosamente correto do que correr o risco de perder a salvação.
Hoje o recado é muito válido a todos nós cristãos do segundo, a essência da verdadeira relação com Deus é o amor, a busca da justiça e da igualdade, o respeito e a valorização da vida humana, se não nos abrirmos e nos adequarmos para o método novo de evangelização e de anuncio do Reino na pós modernidade, ficando fechados em nossas velharias religiosas, com a mente e o coração trancados para os que pensam diferente, estamos pregando retalho de pano novo em roupa velha, o tecido não irá resistir.
A essência do Cristianismo é sempre a mesma, anunciamos Jesus Cristo, o mesmo de Ontem, de hoje e de sempre, mas precisamos usar os novos métodos nessa missão, senão vamos todos "mofar" em nossas igrejas, pastorais e movimentos, com nossas práticas espirituais que não levam a lugar nenhum repetindo assim o comportamento farisaico....


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