DIA 27 SEGUNDA -Mc 3,22-30
Conforme a popularidade de Jesus
crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para explicar seus
maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que ele expulsava demônios
pelo poder do próprio Satanás. Paralelo ao texto de hoje estão Mateus 12:22-32
e Lucas 11:14-23. E com apenas três argumentos Jesus responde e faz uma
advertência: 1. Como é que Satanás pode expulsar a si
mesmo?
2. Se eu expulso demônios por Satanás,
por quem os expulsam os vossos filhos?
3. Para roubar a casa de um homem forte,
tem-se primeiro que amarrá-lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de
modo que eu possa cumprir minha missão de resgatar àqueles que Satanás mantém
cativos.
Sua advertência foi: “Em verdade vos
digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias
que proferirem. Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão
para sempre, visto que é réu de pecado eterno.” (Marcos 3:28-30).
Depois de Seus debates com os fariseus,
e outros inimigos, sobre como guardar o sábado, eis que surge nova questão: de
onde vinha o poder de Cristo para expulsar demônios?
Não podendo negar Seus muitos e
poderosos milagres, os líderes judaicos tentaram vinculá-los a Belzebu – ou
seja, a Satanás. Interiormente, sentiam que esses milagres eram resultado da
manifestação divina, mas após terem acusado e perseguido Jesus, ficava difícil
admitir a origem divina da obra feita por Ele. O orgulho, ou seja, a falta de
humildade, levou tais líderes a essa situação.
O argumento de Cristo permaneceu sem
resposta: Como Seus milagres poderiam provir de Satanás, se os destruíam a obra
dele? (saúde em vez de doença, libertação de demônios em vez de escravidão a
eles). Há aqui uma lição para todos: o orgulho pode obliterar a visão
espiritual a ponto de alguém “ao mal chamar bem, e ao bem chamar mal” (Isa.
5:20). Quando uma pessoa chega a esse ponto, corre o risco de pecar ou
“blasfemar contra o Espírito Santo” e “não ter perdão para sempre” (Mar. 3:29).
Por quê? O fato é que todo pecado pode ser perdoado, desde que seja confessado
(I João 1:9). Mas, se alguém chegar ao ponto de achar que o mal é o bem (de que
a falsa acusação deles quanto aos milagres de Cristo era correta), então nunca
haverão de se arrepender disto, e por conseguinte, não obterão o perdão.
Estarão cometendo o “pecado imperdoável”, pois nunca foi confessado para ser
perdoado. Poderíamos dizer, então, que “pecado imperdoável” é pecado não
confessado e deixado, como esses dos líderes judaicos.
Os escribas vindos de Jerusalém são os
enviados dos chefes religiosos que tinham em mãos o culto sacrifical do Templo
e o dinheiro do Tesouro, anexo ao Templo. Eles percebem que Jesus, com seu
anúncio da verdade e do amor, é uma ameaça para o poder e os privilégios deles.
Jesus já havia expulsado o espírito impuro que dominava um homem em uma
sinagoga. Eles se empenham em difamar Jesus, para afastá-lo do povo.
O Espírito Santo é o amor. Considerar as
obras de amor do Espírito como sendo obras do demônio significa o
distanciamento e até a ruptura com o próprio amor de Deus. Rejeitar e matar os
que com amor buscam resgatar a dignidade humana dos empobrecidos explorados e
excluídos significa a rejeição da vida e do amor de Deus.
Na Encíclica « Dominum et vivificantem
», § 46 de Santidade João Paulo II encontramos razões do porque é
imperdoável o pecado contra o Espírito Santo.
Porque é que a «blasfêmia» contra o
Espírito Santo é imperdoável? Em que sentido se deve entender esta «blasfêmia»?
S. Tomás de Aquino responde que se trata da um pecado «imperdoável por sua
própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida
a remissão dos pecados».
Segundo uma tal exegese, a «blasfêmia»
não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste,
antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o
mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da Cruz.
Se o homem rejeita o deixar-se
«convencer quanto ao pecado», que provém do Espírito Santo e tem carácter
salvífico, ele rejeita contemporaneamente a «vinda» do Consolador: aquela
«vinda» que se efetuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do
Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas».Sabemos
que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados.
Por conseguinte, quem rejeita o Espírito
e o Sangue permanece nas «obras mortas», no pecado. E a «blasfêmia contra o
Espírito Santo» consiste exatamente na recusa radical de aceitar esta remissão,
de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por
Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo
não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta
«não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à
recusa radical a converter-se.
Isto equivale a uma recusa radical de ir
até às fontes da Redenção; estas, porém, permanecem «sempre» abertas na
economia da salvação, na qual se realiza a missão do Espírito Santo. Este tem o
poder infinito de haurir destas fontes: «receberá do que é meu», disse Jesus.
Deste modo, Ele completa nas almas
humanas a obra da Redenção, operada por Cristo, distribuindo os seus frutos.
Ora a blasfêmia contra o Espírito Santo
é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de
perseverar no mal — em qualquer pecado — e recusa por isso mesmo a Redenção.
O homem fica fechado no pecado, tornando
impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão
dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida.
É uma situação de ruína espiritual,
porque a blasfêmia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão
em que ele próprio se fechou e abrir-se às fontes divinas da purificação das
consciências e da remissão dos pecados.
De uma maneira muito resumida diremos
que é próprio dos poderosos acusarem e difamarem todo aquele que é considerado
como uma ameaça a seu poder, acusando-o agitador, perturbador da ordem,
terrorista ou, em um enfoque religioso, possesso do demônio. Na Inquisição, tal
coisa aconteceu com freqüência. Hoje, o império estadunidense, em parceria com
o estado de Israel, também o faz.
Rejeitar o amor de Jesus é rejeitar o
próprio Espírito Santo, que é a comunicação da Vida e do Amor de Deus.
É MUITO BOM CONTAR COM ESSES COMENTÁRIOS, POIS NOS AJUDA NAS CELEBRAÇÕES DA PALAVRA. OBRIGADO. DENISMAR
ResponderExcluirTAMBÉM DIGO QUE ESSES COMENTÁRIOS, NOS AJUDAM NAS CELEBRAÇÕES DA PALAVRA.
ResponderExcluirFRANCISCO