quinta-feira, 21 de novembro de 2013

SAGRADA FAMÍLIA - -Diac. José da Cruz



SAGRADA FAMÍLIA DOMINGO 29/12/2013

1ª Leitura Eclesiástico3,3-7.14-17ª
Salmo 127(128)Felizes os que temem o Senhor, os que andam  em sseus caminhos”
2ª Leitura Colossenses 3, 12-21
Evangelho Mateus 2, 13-15.19-23
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2013&mes=12&dia=29

É necessário muito cuidado ao refletirmos este evangelho na Festa da Sagrada Família formada pelos pais José e Maria, e o Menino Jesus. Se não compreendermos o contexto em que São Mateus escreve e reflete com suas comunidades, teremos uma conclusão errada, de que aquela Família era Sagrada e como tal gozava de todos os benefícios Divinos pois a cada perigo eminente José é avisado em sonhos por um anjo do Senhor que lhe dá a orientação segura do que e como fazer para escapar desses perigos.  E daí, o Cristão Pai de Família de hoje vai apenas pensar: que bom se isso acontecesse comigo e minha família. Mas não tenho a mesma Fé de José, Pai adotivo de Jesus, não fui escolhido para uma missão tão bonita como a dele. E a reflexão desse pai de família poderá terminar com uma invocação a São José e a Sagrada Família, pedindo proteção Divina para os terríveis perigos que rondam nossas famílias hoje.
Há na Bíblia um recurso literário chamado Midraxe, eu não esvazia a reflexão, ao contrário a torna mais rica e profunda. Mateus é Judeu e escreve para Judeus, suas comunidades 50 anos após a Morte de Jesus, prevalece o Cristianismo Judaico onde a Tradição da História de Israel é sempre colocada em relevo. O Deserto fora uma experiência libertadora para o Povo de Deus da Antiga Aliança. José do Egito, das Doze Tribos de Israel, Filho de Jacó, tinha o carisma do sonho, onde Deus se revelava, e a ele pode ser atribuída a formação do Povo de Israel que é gestado no Egito e de lá é chamado para voltar a Israel. José, Pai adotivo do Menino Jesus, dá início a uma nova história, colaborando de maneira decisiva para a Encarnação Divina, não mais no meio de um Povo em especial, mas de toda a humanidade. Mateus coloca como base para a origem do Povo da Nova Aliança, a mesma História do Povo da Antiga Aliança. E assim, seus conterrâneos poderiam abrir o coração para acolher a Boa Nova.
Mas voltemos ao nosso tempo, que reflexão fica para nós, sobre a Sagrada Família? Pois somos da cultura ocidental, bem longe das relações familiares do Mundo Judaico, marcada pela obediência, Fidelidade e acolhimento do outro. A carta Paulina da segunda leitura tem seu foco na caridade em nossas relações, como vínculo da perfeição.
José, o esposo de Maria e Pai adotivo de Jesus, é um Homem Justo que se move pela Fé no Deus Vivo, que norteia todas as suas decisões. Cada passo, decisão ou escolha que ele faz, enquanto Pai de Família, está sempre coerente com a sua Fé, por isso Deus o inspira, porque ele está sempre aberto á sua Palavra e Revelação que acontece no dia a dia. Nossas Famílias também são Sagradas, como a de Nazaré, O patrimônio que Deus nos confia é a Vida, da qual a Família deve ser a primeira guardiã. Em José, o Agir de Deus numa ação conjunta, é tão forte que ele próprio, percebeu que o tirano Arquelau, Filho de Herodes, representava um perigo para a Vida de Jesus e por isso vai morarem Nazaré, lugar de gente simples, de onde Jesus sairá anunciando um Reino que se estendeu ao mundo inteiro. 

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