Domingo,
22 de setembro de 2013
25º Domingo do Tempo Comum
Santos do Dia: Digna e Emérita Digna e
Emérita (virgens, mártires de
Roma), Emerano de Ratisbona (bispo, mártir), Félix
IV (papa), Fortunato
de Lonate Pozzolo (mártir), Inácio
de Santhià (presbítero), Iraídes e
Companheiras (virgens, mártires
de Antinoé), Maurício, Exupério, Cândido, Vítor, Inocente, Vital
e seus companheiros da Legião
Tebana (mártires), Setímio de Jesi (bispo,
mártir), Tomás de Vilanova (bispo), Dionísio de Pamplona e
Companheiros (mártires).
Primeira leitura: Amós
8, 4-7
Contra aqueles que dominam os pobres com dinheiro.
Salmo responsorial: 112, 1-2.4-6.8
Louvai o Senhor, que eleva os pobres!
Segunda leitura: 1 Timóteo 2, 1-8
Recomendo que se façam orações a Deus por todos os homens. Deus quer que todos sejam salvos.
Evangelho: Lucas 16, 1-13
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
Contra aqueles que dominam os pobres com dinheiro.
Salmo responsorial: 112, 1-2.4-6.8
Louvai o Senhor, que eleva os pobres!
Segunda leitura: 1 Timóteo 2, 1-8
Recomendo que se façam orações a Deus por todos os homens. Deus quer que todos sejam salvos.
Evangelho: Lucas 16, 1-13
Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro.
O profeta Amós nos situa no contexto da
quarta visão e sua interpretação que vai contra os fraudadores e exploradores.
O profeta, em todo o livro, nos apresenta cinco visões sobre o destino do povo
de Israel (7,1-9,10). A mensagem de Amós era dirigida principalmente ao reino
do norte, Israel, porém também menciona Judá (o reino do Sul) e as nações
vizinhas de Israel (seus inimigos): Siria, Filisteia, Tiro, Edom,
Amon, Moab. A razão do julgamento: a cobiça dos ricos.
Amós grita e denuncia: Escutem isto os que
pisoteiam o pobre e querem arruinar os humildes da terra (v. 4). O profeta
lança juízos, ameaças e denuncias: por tudo isso serão castigados e corrigidos.
Denúncias contra a ostentação, fruto da opressão aos pobres e enfraquecidos. E
isto por não praticar a justiça no trabalho e no comércio.
Enganam e roubam nas balanças, fraudam nos
preços e salários. Também há juízos contra um culto exterior que quer encobrir
toda essa injustiça com sacrifícios, oferendas e cantos; não é essa a forma de
gratidão a Deus. Ao tema da fraude, tão presente na quarta visão, segue-se o
juramento divino e o castigo.
Paulo exorta a que se ore por todo o mundo e
de maneira especial pelos encarregados de dirigir política e religiosamente o
povo, porque a intenção de Deus é salvar a todo o ser humano e que chegue ao
conhecimento pleno da verdade. Essa verdade nos foi revelada por seu Filho
Jesus, onde ele mesmo se apresentou como o Caminho, a Verdade e a Vida.
É a verdade que nos libertará. Paulo coloca Jesus
como o único mediador entre Deus e o ser humano: porque há um só Deus e também
um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo. É a universalidade de
Cristo no acontecimento salvífico da humanidade: pela morte se
entregou como resgate por todos.
Esta parábola – nem sempre bem interpretada –
vai dirigida aos fariseus que são amigos do dinheiro, seu verdadeiro deus. O
exemplo vem de um caso extremo: um homem está a ponto de ser despedido de seu
trabalho, necessita agir depressa para garantir o futuro antes de ficar sem
emprego. Para isso monta uma estratégia.
Acusado de desperdiçar os bens de seu patrão
(16,1), causa da perda do trabalho, decide diminuir a quantidade da dívida de
cada um dos credores de seu patrão, renunciando à comissão que lhe pertence
como administrador. É sabido que os administradores na Palestina não recebiam
um salário por sua gestão, mas viviam da comissão que cobravam, colocando com
frequência a ganância acima do bom senso a ponto de explorar os devedores.
A atuação de administrador deve ser entendida
assim: o que devia cem barris de óleo, mandou marcar cinquenta e nada mais; os
outros cinquenta eram a sua comissão. O administrador renuncia a tal comissão,
com a finalidade de granjear amigos para o futuro. Renunciando à sua comissão,
o administrador não lesa em nada os interesses do patrão. Daí que o senhor o
felicite por saber garantir o futuro dando o “dinheiro injusto” aos seus
devedores.
O senhor louva a estratégia daquele
“administrador do injusto”, qualificativo que se dá no evangelho de Lucas ao
dinheiro, pois, enquanto acumulado, procede da injustiça ou leva a ela.
Para Lucas, todo dinheiro é injusto. Agora,
pois, se alguém o usa – desprendendo-se dele – para “conquistar amigos”, faz um
bom investimento, não em termos de bolsa de valores, nem de rendimentos
bancários, mas em termos humanos. O dinheiro injusto, como encarnação da escala
de valores da sociedade civil, serve de pedra de toque para ensaiar a
disponibilidade do discípulo a colocar a serviço dos demais o que de fato não é
seu, mas que se apropriou em detrimento dos despojados e marginalizados.
O dinheiro injusto é qualificado na conclusão
da parábola como “um nada” e “o alheio”, enquanto oposto ao “que vale de
verdade, o importante, o vosso”. E o que vale de verdade não é o dom do
dinheiro, mas o do Espírito de Deus que comunica vida aos seus (“quanto mais o
Pai do céu dará o Espírito Santo aos que o pedem”, cf. Lc 11, 13).
E para receber o Espírito (que é comunicação
da vida de Deus que fortalece o homem) se requer o desprendimento e a
generosidade para com os demais (11,34-36). A parábola termina com esta frase
lapidar: “Não podem servir a Deus e ao dinheiro”. A pedra de toque de nosso
amor a Deus é a renúncia ao dinheiro.
O amor ao dinheiro é uma idolatria. É preciso
optar entre dois senhores: não há termo médio. O campo de entretenimento desta
opção é o mundo, a sociedade, onde os discípulos de Jesus partilham o que
possuem com os que nada têm, com os oprimidos e despossuídos, os deserdados da
terra.
O afã de dinheiro é a fronteira que divide o
mundo em dois; é a barreira que nos separa dos outros e faz com que o mundo
esteja organizado em classes antagônicas: ricos e pobres, opressores e
oprimidos; a ânsia de dinheiro é o inimigo número um que impossibilita que o
mundo seja uma família unida onde todos possam sentar-se à mesa da vida. Por
isso, o discípulo, para garantir o futuro, deve estar disposto a renunciar ao
dinheiro que leva à injustiça e torna impossível a fraternidade.
Oração: Ó Deus, que em Jesus pronunciaste uma
palavra radical sobre a impossibilidade de servir-te a ti e servir ao mesmo
tempo ao dinheiro, ajuda-nos a ser radicais e a trabalhar por submeter a
economia aos imperativos da ética e do amor. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso
Senhor. Amém!
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