segunda-feira, 29 de julho de 2013

VENDEI VOSSOS BENS E DAI ESMOLA - José Salviano

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

Dia 11 de agosto

Evangelho - Lc 12,32-48


Vós também ficai preparados!

“Vendei vossos bens e dai esmola.”  Você já reparou em  quantas coisas que você possui e que não usa nem vai usar mais?  Essas coisas estão bem guardadas, pois você deve ter pensado: Deixa aí. Quem guarda tem quando precisa. São coisas que você comprou porque estava com muito dinheiro, ou porque achou bonita, ou, sei lá, para satisfazer aquela criança que existe em seu interior, que  lhe diz sempre lá no supermercado: é meu! Eu quero!
São coisas que foram usadas uma única vez ou mesmo que ainda não foram usadas.  E o tempo foi passando, passando, e tudo isso que está sobrando, entulhando a sua casa, está faltando na casa do seu irmão pobre.
Então eu vou dar para os pobres. É a primeira coisa que nos ocorre. Mas nem sempre a urgência primeira daquele que tem pouco é esse aparelho de som que você precisa descartar, por exemplo.  O que seu irmão precisa mesmo é matar a fome! Foi por isso que Jesus disse: “Vendei vossos bens e dai esmola.”
Seu irmão precisa é de dinheiro para comprar o que ele mais precisa mais. Comida!
            Mas se eu der dinheiro ele vai comprar cachaça! Ele é vagabundo, não quer trabalhar!  Essas são as desculpas de quem não gosta de dar esmola! São as evasivas mais fáceis para se livrar do irmão inoportuno que nos aborda na rua. Você pode se embebedar de cerveja, socialmente, é claro! Mas aquele coitado, um excluído, não tem o direito de fugir da sua dura realidade por uns minutos, se embriagando com um copo de pinga!
            Ele não quer trabalhar! Não é bem assim. Ele não conseguiu trabalhar com sucesso como você e todos os demais. Porque ele tem inteligência curta, e não tem culpa disso. Ele não conseguiu vencer na vida, e teve de morar na rua, e saiba que ele não está nem um pouco feliz com isso!
            Ah! Então a culpa é de Deus! Eu sabia!
 Veja  meu irmão. Deus permite a existência dos mendigos para que você possa treinar, exercitar, praticar a caridade e construir um tesouro nos Céus. Onde os ladrões não podem pegar.
“Fazei bolsas que não se estraguem, um tesouro no céu que não se acabe; ali o ladrão não chega nem a traça corrói.”
            Nós temos a mania de acumular bens materiais. E esta é a causa principal de continuar guardando as coisas que temos, mesmo que não precisamos mais delas.  Mesmo porque não temos tempo de usar tudo que possuímos, continuamos guardando.  É o trabalho, o cansaço, as festas, os amigos, cuidar da família, enfim, não sobra tempo para desfrutar de tudo o que compramos, tudo que o dinheiro pode nos dar.
            Na verdade, nos ocupamos mais daquele bem que adquirimos recentemente, mais é só por uns tempos. É o  novo carro, a nova moto, o novo iate...  E a nossa mente fica ligada neles. O nosso pensamento dominante, as nossas emoções estão apontadas para o nosso novo bem material recentemente adquirido, o nosso tesouro.
“Porque onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.”
E assim, a nossa vida vai passando, e nos limitamos a construir tesouros na Terra, sem pensar que estamos aqui de passagem e que o melhor é construirmos tesouros no Céu, e isso, segundo Jesus, se faz através da caridade, especialmente a esmola. Esse é o melhor investimento da nossa vida terrena! Todos os demais investimentos, tudo o que adquirimos, principalmente o dinheiro, vai ficar para os outros.  O tesouro no céu é aquele que nos guarda para a eternidade, nos garante a vida eterna, como o prometeu o próprio Jesus.
            Meus irmãos, minhas irmãs! Neste Evangelho, Jesus nos recomenda a pensar um pouco mais na nossa partida, a qual acontecerá de modo inesperado. Porém, enquanto somos jovens e cheios de saúde, não acreditamos que a nossa vida pode terminar  de modo inesperado. Até esbanjamos saúde, pisamos fundo no acelerador, abusamos da bebida, do repouso, enfim. Sentimo-nos imortais.
            No momento em que escrevo esta homilia, estou prestes a morrer a qualquer momento. Meu coração está dilatado, ou inflamado devido a pressão alta continuada durante anos. Quando me esforço, devido à insuficiência cardíaca, a pressão arterial sobe de forma brutal, e vem aquela agonia de morte. E eu vejo a morte nos olhos como costumamos dizer.
            Mas não devemos ter medo de nos despedir desta vida. Apesar de vez por outra nos sentirmos deprimidos diante dessa realidade, o cristão não deve ter medo da morte. A morte é a libertação da alma do corpo, e seu translado para a vida eterna, assim o esperamos, se Deus quiser.  
           
É comum o catequista ou outro cristão seguidor de Cristo achar que o Céu já está garantido. Assim pensavam os doutores da Lei, escribas e fariseus.  Pensavam que eles já estavam salvos, só pelo fato de cumprirem a Lei. Caridade que é boa mesmo eles não praticavam. Caridade que é a virtude mais importante para quem quer se preparar para merecer a vida eterna.
            É essa a nossa tendência. Trabalhamos paro Reino, e portanto, achamos que já estamos salvos, achamos que a vida eterna já está garantida.  Muito cuidado com isso! A conversão é diária. E nós também, mesmo os escolhidos, precisamos estar preparados, nos esforçar diariamente para cada dia colocar um tijolo na construção do nosso tesouro no Céu.

Vós também ficai preparados!

Viu? Somos escolhidos, os nossos nomes podem até estar escritos no Céu como Jesus disse aos apóstolos, mas não podemos nos descuidar, relaxar na prática da caridade e da espiritualidade diariamente.  Aliás, devemos ser os primeiros a dar o bom exemplo, somos os que precisam mais levar a sério, fazer tudo  certinho pois:
“A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido!
 
Quanto  mais saibamos, quanto mais conhecemos as escrituras, e por mais que praticamos a nossa fé, temos que ser os primeiros na observância dos ensinamentos de Cristo. Pois o saber, o conhecer a palavra, aumenta mais a nossa responsabilidade. Além disso, todos que nos conhecem esperam de nós o melhor desempenho que podemos dar. Nós que conhecemos a vontade do Pai e não a praticamos, seremos mais cobrados no Juízo Final do que aqueles que não conheciam direito as escrituras, e as transgrediram.   
Caríssimos. Vivamos pois na presença de Cristo, fazendo sempre a vontade do Pai. E quando por desventura não conseguimos, quando caímos em tentações, procuremos o representante de Deus para nos absolver dos nossos pecados, levantamos pois e continuamos, e não sejamos como aquele empregado que, conhecendo a vontade do Senhor, nada preparou, nem agiu conforma a sua vontade!  Esse, com certeza, responderá pela sua indiferença!
Vai e faça o mesmo. Salva a tua alma! Bom domingo.

José Salviano..



3 comentários:

  1. que deus o abençoe e que você continue firme sendo essa luz na vida das pessoas

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  2. gostei muito desse comentário realmente as pessoas junto muitas coisas que não usam que poderia da para os que precisa, esta faltando e o povo se conscientizar e ajudar o irmão necessitado.um abraço e um bom domingo para todos.

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