domingo, 28 de julho de 2013

O Dinheiro na boca do peixe-Alexandre Soledade

12 de Agosto de 2013 - Segunda - Evangelho - Mt 17,22-27

Alexandre Soledade


Bom dia!
O que eu imaginaria ou faria, na posição de Pedro, ao ouvir a estranha história de lançar o anzol, e na boca do primeiro peixe estaria uma moeda? Voltarei nesse pergunta mais para frente.
“(…) Quem paga impostos e taxas aos reis deste mundo? São os cidadãos do país ou são os estrangeiros”?
Nesse mundo em que vivemos somos também considerados estrangeiros, pois ter fé, esperança e amor ao próximo parecem nos rotular como tal. Tais “atributos” ou particularidades são vistos por muitos como empecilhos a existência do hedonismo e do banalísmo, “reis” empossados dos nossos dias.
Jesus e Pedro passavam pela região. Não incomodavam, não atrapalhavam, não causavam tumultos ou sequer perturbavam a ordem. Nada faziam para que sua conduta os desabonasse, mas por que então a sua presença incomodava os cobradores ao ponto de indagar a Pedro sobre os impostos? Pessoas de fé e solidas em suas convicções cristãs também são e serão sempre questionadas.
Quantos pais conheço que se sentem “profundamente incomodados” ao ver seus filhos participando de um grupo de jovens na igreja? Quantos colegas ainda hoje se empenham a nos fazer mudar de pensamento quando trocamos um dia na semana para agradecer a Deus inseridos numa pastoral, movimento da igreja ou da missa? Quantos programas de TV se empenham em tentar transformar nosso jeito de viver em “coisas de gente” quadrada, retrógrada, que parou no tempo?
Como é duro reconhecer que por vezes, os maiores opositores a uma vida diferente estão em nossas casas ou em meio aos nossos amigos? Bem da verdade creio que eles não queiram nosso mal, mas cada um deve ser respeitado pela escolha que fez sendo assim errado também quando impomos nosso jeito “diferente” de ser aos outros sem respeitar o livre arbítrio deles, ou seja, sua liberdade termina onde começa a do outro.
Apesar de todo esse relato, não há o que temer ou criar motivos para brigar. “(…) Isso quer dizer que os cidadãos não precisam pagar. Mas nós não queremos ofender essa gente”.
Muitos filhos, esposas, maridos, (…) ao tomar um caminho, seja ele qual for, passam a gerar em suas casas um local de guerra ao invés de um antro de paz. A diferença de opinião ou de sentimento religioso acaba pondo fogo num lugar tão inflamável: o sentimento humano de estar sempre certo.
“(…) Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo“. (Mateus 10, 18-22)
Gente que nunca brigou passa a se digladiar; onde havia beijos e fotos, aos poucos são substituídos por discussões banais e intermináveis que geralmente terminam com frases do tipo “seu papa hóstia”, “sua beata”, “você não vai pro céu”. Nesse momento então é prudente voltar na primeira frase da reflexão de hoje e acreditar que dentro de um peixe encontrarei a solução que pague o meu imposto e o seu.
Portanto, não discuta! Pesque! Que minha fé encontre o peixe que salve a mim e ao meu irmão. Não percamos tempo com discussões que não levarão a nada, pois as brigas revelam apenas o quanto quero estar certo e desejo que tenho que o outro esteja errado, mas de fato ambos estão equivocados quando optaram pela briga.
João um dia resumiu “DEUS É AMOR”
Não duvide, não questione, não duvide, apenas lance o anzol!
Um imenso abraço fraterno!


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