terça-feira, 16 de julho de 2013

De fato, bebereis meu cálice -Claretianos



Quinta-feira, 25 de Julho de 2013
São Tiago Maior, Apóstolo (Festa).
Outros Santos do Dia: Cristóvão (mártir de Lícia, padroeiro dos motoristas), Cucufate (mártir de Barcelona), Eugênia (virgem e mártir), Justino, Florêncio, Félix e Justa (mártires de Furci), Teodomiro de Córdova (mártir). 
Primeira leitura: 2 Coríntios 4,7-15.
Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus. 
Salmo responsorial: 66,2-3.5.7-8.
Os que lançam as sementes entre lágrimas ceifarão com alegria. 
Evangelho: Mateus 20,20-28.
De fato, bebereis meu cálice.
O pedido da mãe dos filhos de Zebedeu, uma vez mais destaca a incompreensão da cruz. Por outra parte, a súplica traduz uma absoluta confiança no poder da palavra do mestre e na vinda próxima do Reino. Porém, também expressa os problemas vividos no interior da comunidade apostólica e o desejo pelos primeiros postos. A resposta de Jesus não está dirigida à mãe dos Zebedeus, mas aos doze discípulos; disse-lhes: “Não sabem o que estão pedindo”. Com a pedagogia de quem repreende para ensinar, Jesus chama a atenção sobre a falta de inteligência de quem estava destinado por vocação a compreender os mistérios do Reino de Deus.
Logo Jesus chama a atenção sobre a capacidade de assumir seu projeto: vocês podem beber o cálice que eu devo beber? A pergunta introduz o tema de fundo que Jesus está propondo a seus discípulos: a comunhão de destino entre o Messias e seus seguidores, que caminham para Jerusalém, o lugar da paixão, morte e ressurreição. Os discípulos dizem que estão capacitados a assumir o cálice, isto é, de ter a mesma sorte do mestre, que e entregar a própria vida; eles estão dispostos a “viver a paixão”, ser “crucificados” e “morrer com Cristo”.
Porém, Jesus realista como sempre, pensando na hora da verdade, diz: “Meu cálice, certamente, vocês beberão, porém, sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me cabe concedê-lo; será para os que meu Pai designou. Quando na comunidade se lembrava essa cena, a profecia de Jesus já significava uma mostra de predileção sobre o primeiro mártir entre os doze: Tiago, o que deu testemunho do sangue, sob Herodes Agripa, pelo ano 42-43 d.C., cuja memória celebramos hoje.  
O pedido da mãe dos Zebedeus gera nos outros discípulos indignação, contrariedade e divisão. Jesus aproveita esta situação para corrigir pedagogicamente as falhas dos discípulos. Frente ao egoísmo de todos, o mestre pronuncia uma reflexão sobre o novo conceito de autoridade, transfigurada em serviço. “Os chefes das nações as tiranizam e os grandes as oprimem”. Jesus enfatiza a maneira como se impõe a autoridade no regime político das nações. Esta maneira de exercer a autoridade não pode ser o modelo das relações na comunidade dos discípulos. 
“O que quer ser o maior entre vocês, seja o servidor”. Esta sentença de Jesus está em contraste com os “os chefes das nações” que ocupam um posto de direção e responsabilidade. Jesus não quer uma comunidade sem autoridade, mas coloca como condição os que o seu exercício seja com alma de pobre e uma atitude de serviço, como um servidor. O candidato a ser “o primeiro” deverá fazer-se servidor e escravo de todos, porque a novidade do espírito de governo, segundo o evangelho, está em servir incondicionalmente os outros.
“O Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir da dar sua vida em resgate por muitos”. Com estas sentenças, Jesus define sua missão como serviço e entrega da própria vida pelos demais. Com isto fica claro ao falar de seu “cálice”. Corrige a falta de inteligência dos que sonhavam com os primeiros lugares no Reino e estabelece as condições para ser parte da comunidade dos discípulos.
O exemplo de Tiago e dos outros discípulos exige de todos nós construir um outro tipo de vida eclesial, onde a autoridade seja exercida como serviço e não como privilegio; hierarquia ou autoridade, onde sejamos capazes de entrega a própria vida pelo irmão empobrecido como o fez o próprio Jesus que veio, não para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por todos


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