quinta-feira, 27 de junho de 2013

Quem se sente afligido, perseguido - Alexandre Soledade

12 de Julho de 2013 SEXTA - Evangelho - Mt 10,16-23

Alexandre Soledade


Bom dia!
Reafirmo: Ninguém disse que seria fácil manter a fé!
A sociedade e o tempo em que Jesus manifestou essas palavras eram cercados de medos. Um tempo onde primos, sobrinhos, netos, (…) eram chamados de filhos e irmãos. Um tempo onde já se vivia em cidades, mas que nos módulos básicos de convivência ainda carregavam a idéia de clãs, tribos, próximos…
Muitos filhos não tinham respeito por seus pais ao ponto de entregá-los, roubá-los, matá-los por causa de heranças, pastos, ovelhas, por nada. Uma época onde os adeptos de Jesus eram chamados de seguidores do “caminho”, pois ainda não havia a expressão “cristãos” ou cristianismo.
“(…) Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais. E vós conheceis o caminho para ir aonde vou. Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho? Jesus lhe respondeu: EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA; ninguém vem ao Pai senão por mim. Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto”. (João 14, 3-6)
Esse “caminho” que Jesus ensinava trilhar ia de encontro com os valores da época. O “caminho” pregava que a vida não era centrada na busca do poder e sim da simplicidade; não criava reis ou seres de influencia, pregava o serviço ao próximo; não pregava o uso de holofotes, cargos, promoções para si, dizia não ao orgulho, a arrogância e a prepotência e incrivelmente não dizia nada de errado aos nossos olhos, mas então por que era tão perseguido? Será que algum de nós poderia dizer que o que pregavam era errado?
O intrigante é que ainda somos perseguidos por buscar o caminho.
Um imperador chamado Constantino I após “migrar” de deus em deus buscando conquistas e vitória se viu acuado diante de uma batalha que provavelmente não venceria. Em um sonho ele vê a imagem de uma cruz e nela escrito “IN HOC SIGNO VINCES“ ou simplesmente “sob esse símbolo vencerá”. Ao despertar pediu que fosse pintado nos escudos dos seus guerreiros uma cruz.
A batalha foi vencida e o imperador passou a “tolerar” os seguidores do caminho agora chamados de cristãos. Não há consenso histórico se o imperador de fato assumiu para si o cristianismo, pois também tolerava o paganismo, mas é claro que uma era de perseguições ficava para trás, pois alguém resolveu acreditar.
Ainda hoje, muita gente que persegue o cristianismo também pinta “os escudos com a cruz”, ou seja, são cristãos, mas não conseguem se ver longe das tentações e holofotes do mundo. Duro ver partidos políticos com siglas “cristãos” mas ainda são seduzidos pelo poder e influência; duro ver pessoas que se dizem cristãos e assinar com três pontinhos; duro ver um pecado simples ser maior do que a indiferença; duro ainda ver alguém fazer como Jacó e pular a frente das bênçãos de outro (hunf)…
Quem trabalha em comunidade precisa lutar também contra a intimidação dos pseudos-cristãos que se empenham em aparecer, buscar locais de destaque, coordenações… Somos seguidores do caminho e não dos passos que dão essas pessoas que um dia espero que também sonhem e mudem de atitude como Constantino
Se os “nossos” pararem de nos perseguir, e quando digo “nossos” digo todos que seguem o caminho (cristãos, sejam eles católicos, evangélicos,…), acredito que poderemos cumprir de fato o ultimo desejo de Cristo antes de subir aos céus. “Ide ao mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.
Quem se sente afligido, perseguido, acuado… pode acreditar, tudo isso “faz parte” mas saiba que “IN HOC SIGNO VINCES“
Um imenso abraço fraterno. Bom fim de semana!



Um comentário:

  1. Suas palavras encheu meu coração de alegria!
    Ando aos tropeços no "caminho" vou com fé...
    Paz luz!

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