domingo, 30 de junho de 2013

Quem faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. Padre Queiroz

23 de Julho de 2013  TERÇA- Evangelho - Mt 12,46-50

Quem faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe. 
Hoje nós comemoramos com alegria a Apresentação de Nossa Senhora. Conforme antiga tradição, Maria, quando criança, foi apresentada pelos pais, S. Joaquim e Sant’Ana, a Deus, na sinagoga. Havia esse costume entre as famílias hebréias mais devotas, de apresentar a Deus todos os seus filhos e filhas. 
Quando, mais tarde, Maria e José apresentaram Jesus no Templo, certamente ela se lembrou que também foi apresentada por seus pais, e consagrada a Deus. 
Houve, portanto, uma continuidade: de S. Joaquim e Sant’Ana para Maria, e de Maria para Jesus. Os pais geralmente são assim. Eles continuam nos seus filhos aquilo que receberam de seus pais. Por isso que há o provérbio: Tal pai tal filho. Ou: Filho de peixe peixinho é. 
É essa continuidade na educação religiosa dos filhos que vai sustentando, nas novas gerações, a fé e a vida cristã legítima, que vem desde o tempo dos Apóstolos. A caminhada das famílias cristãs é idêntica à caminhada de S. Joaquim e Sant’Ana para Maria e de Maria para Jesus. A gente desenvolve e faz crescer, mais tarde, os valores que recebeu em casa na infância. 
Jesus falou sobre isso: “Por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? Assim, toda árvore boa produz frutos bons e toda árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar frutos maus nem uma árvore má dar frutos bons. E toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo” (Mt 7,16-19). 
É interessante também observar a caminhada de Maria na santidade. Foi um crescimento constante. Começou com a concepção imaculada e terminou com a Assunção, sendo assumida por Deus em corpo e alma. Ela foi sempre crescendo na direção de Deus, sem nunca parar ou regredir. 
E no Evangelho de hoje, próprio da festa da Apresentação de Nossa Senhora, Jesus aproveita uma oportunidade para nos dar um ensinamento fundamental sobre a Santa Igreja: Somos a sua família. Não só família de Jesus, de Deus, mas família entre nós, os batizados. Assim como uma criança nasce para uma família, nós, pelo batismo, nascemos para a Família de Jesus. 
“Quem faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Não basta a pertença material à Igreja; precisamos fazer a vontade de Deus. 
Santo Agostinho, comentando este Evangelho, diz: “Não sei qual dignidade de Maria é a maior: Ser mãe de Jesus na carne ou ser sua discípula na fé”. 
Existe outra cena no Evangelho, muito parecida com esta, ou melhor, que esclarece esta. É aquela acontecida no Calvário em que Jesus nos dá Maria como Mãe de todos nós. Assim, Maria Santíssima assume um papel central na nova Família que Jesus criou: o papel de Mãe dessa Família. Ela que é mãe de Jesus na carne, torna mãe de Jesus em seu Corpo Místico, que é a Igreja. 
Havia, certa vez, um velho, que há muitos anos se deixara encantar por um famoso equilibrista. Mesmo fazendo longas viagens, ele acompanha todas as suas exibições. Prestava atenção em todos os pormenores, e cada vez o admirava mais. Um dia ele teve oportunidade de aproximar-se do equilibrista e lhe pergunto: “você não tem medo de cair?” O equilibrista respondeu: “Não, porque eu conheço o segredo do equilíbrio”. 
Pronto, o senhor passou a tentar descobrir qual é o segredo do equilíbrio. Como – pensava ele – esse homem caminha a dezenas de metro de altura, em cima de um arame, sem proteção alguma? Um dia, houve uma grande exibição do equilibrista. O velho estava lá, de olhos fixos no amigo. E disse ele disse para si mesmo: descobri o segredo do equilíbrio; está nos pés, na posição correta dos pés. Procurou o equilibrista e lhe contou esta sua descoberta. Mas ele respondeu: “Não está nos pés”. Então já sei, disse o velho. O segredo está nas mãos e nos braços. São eles que dão o equilíbrio”. “Também não”, disse o equilibrista. E continuou: “O segredo do equilíbrio está nos olhos. Consiste em manter os olhos fixos no poste que sustenta o fio do outro lado. Daí par frente, o senhor idoso observava e confirmou que era isso que mantinha o amigo em cima do fio de arame. 
O nosso desejo é pertencermos à Família de Jesus. Para isso, Jesus nos indicou o segredo, a meta, o poste: É fazer a vontade de Deus. Se desviarmos o nosso olhar, certamente cairemos. 
Santa Mãe Maria, ensine-nos e leve-nos a fazer a vontade do seu Filho! 
Quem faz a vontade de meu Pai, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.

Padre Queiroz


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