domingo, 2 de junho de 2013

...muitos ricos depositavam grandes quantias - Diac. José da Cruz



SÁBADO DA IX SEMANA DO TC  08/06/2013
1ª Leitura Tobias 12, 1-5
Salmo 1Samuel 2,1ª Exulta o meu coração no Senhor, nele se eleva a minha alma”
Evangelho Marcos 12, 38-44

Em nossas comunidades ocorre uma situação não muito diferente desse quadro que se apresenta aos olhos de Jesus, narrado por São Marcos, onde os afortunados desfilavam de maneira ostentosa na hora de levar a sua oferta para o lugar a elas destinado. Sem discutir aqui a questão do valor do dízimo que ofertamos, vamos conduzir a mesma reflexão em uma outra direção: vamos como Jesus observar com atenção a comunidade, há nela uma verdadeira passarela onde ostentamos nossos carismas e talentos naturais, gostamos muito de "rasgação" de seda, e chuva de confetes sobre nós, e assim nossos egos são constantemente alisados e nos sentimos sempre lisonjeados pelo que fazemos, e do modo como fazemos. É a mesma situação que Jesus presencia no templo, onde muitos ricos depositavam grandes quantias.

De repente, no meio de tantos talentos grandiosos de causar admiração, surge aquela viúva que devia ser idosa, não entrou na fila da oferta de cabeça baixa, constrangida pelas suas duas pequeninas moedinhas que carregava para ofertar, mas com consciência de quem sabe que está dando tudo de si, colocou na cesta de coleta e voltou ao seu lugar na assembléia. Jesus não olhou o valor, mas o modo como estava sendo ofertado.

Certamente os que ofertavam grandes quantias eram os “Mandões” da comunidade, suas ofertas eram como se fossem quotas de participação no empreendimento, exigiam prestação de contas e não admitiam que se tomassem decisões sem consultá-los previamente.

Mas e a nossa viúva, quem era ela na comunidade? Era alguém considerada? Ouviam sempre sua opinião? Davam-lhe sempre atenção necessária? Chamavam-na para participar da reunião do Conselho? Estamos acostumados a pensar que pessoas simplesinhas dessa maneira, só atrapalham porque nunca têm uma opinião formada e, coitadinhas, às vezes nem sabem falar o que pensam...

Recentemente o nosso Arcebispo foi laureado em uma Universidade local, com o título de “Doutor em Honoris Causa”, e no momento em que fez os agradecimentos, mandou levantar –se uma mulher humilde que estava ali na assembléia e afirmou “Essa é minha convidada muito especial, trata-se da minha cozinheira, e sem ela o meu intelecto nem funcionaria direito, por isso reparto com ela esse título que vocês me concedem”.

E nesse momento a mesa das autoridades e toda a assembléia aplaudiu com entusiasmo aquela mulher tão simples, que sentiu-se valorizada e que, quem sabe, jamais poria os pés em uma Universidade, a não ser para trabalhar na cozinha...


Há em nossas comunidades irmãos e irmãs que aparentemente dão pouco, mas pelo modo como dão, superam aos talentosos e importantes, porque se dão com toda humildade e alegria, oferecendo o melhor de si naquilo que fazem...

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