terça-feira, 28 de maio de 2013

Solenidade de Corpus Christi - ano C - Diac. José da Cruz

Solenidade de Corpus Christi 30/05/2013
1ª Leitura Gênesis 14, 18-20
Salmo  109 (110)4bc, “Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisidek”
2ª Leitura 1Cor, 11-23-26
Evangelho  Lucas 9, 11b-17
Há certas comidas especiais, que não se tem todo dia, que só em falar nos dá água na boca, Jesus é um Alimento Celestial, que só em ouvir falar dele, o coração já fica saciado. Com essa comparação fica mais fácil compreender a ordem de Jesus,  dada aos discípulos nesse Evangelho “Dai-lhes vós mesmos de comer”. É missão da nossa Mãe Igreja,  alimentar a tantos famintos de Deus!
O problema é que a nossa lógica é igual a dos discípulos de Jesus “O que temos é pouco...”. Constatamos a necessidades das pessoas mas não queremos nos comprometer com elas, achamos sempre melhor dispensá-las, para que comprem o alimento em outros lugares. Não nos damos conta de que nós temos, em quantidade e qualidade suficiente, e o melhor da história, é de graça e não comprado.
Em muitas ocasiões achamos que a nossa comunidade é um deserto e que não temos nada a oferecer. Deserto de amor, de esperança e de Fé. Não confiamos no próprio taco. E achamos que temos pouco, porque seguimos a ideologia do consumismo onde só é feliz quem tem muito. “Eu tenho pouco a dar e na comunidade muito pouco posso fazer...Há pessoas na comunidade que têm muito, sabem muito e podem dar muito mais”. São as velhas desculpas que justificam tantas omissões diante de tantas necessidades. Parece que a missão de alimentar os irmãos e irmãs é só dos Ungidos e escolhidos por Deus.
Jesus desmonta essa mentalidade, de que na comunidade a capacidade e a missão de alimentar, é monopólio de alguns “Figurões”,  astros e estrelas. Todos tem algo a dar, por isso a frase provocante “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Na verdade Jesus apenas pediu uma ajuda aos discípulos, era como se ele lhes dissesse “Olha, vou fazer um ótimo milagre mas preciso da ajuda de vocês todos”.
Os discípulos tornam-se assim os organizadores das comunidades “Mandai-os sentar divididos em grupos de cinquenta”. Então Jesus tomou  os cinco pães e dois peixes, ergueu os olhos ao céu, abençoo-os, partiu e deu-os a seus discípulos para que servissem ao povo. Jesus prepara o alimento de melhor qualidade, na quantia suficiente para saciar a fome da multidão. Nós apenas servimos...Estamos a serviço....Somos os Garçons e não o Dono do Bifê. Não fazemos nenhum milagre, só ajudamos na distribuição. O alimento é Ele próprio. É saboroso e delicioso, enche-nos o coração só em falar dele.
Corpus Christi ostenta na Vitrine luxuosa e bela do Ostensório, esse Alimento salutar, celestial, que os homens todos precisam, um alimento essencial para quem está com fome de Amor, Esperança e Fé. Nós cristãos, cheios de alegria e orgulho o apresentamos ao mundo nessa Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor. Mas é bom lembrar que estamos atrás do balcão e com o nosso testemunho e anúncio da Palavra, podemos e devemos servir Jesus a todos esses famintos de Vida, Justiça e Igualdade.
As Vitrines ilusórias e enganadoras  da Pós Modernidade, ostentam alimentos deteriorados, que nos levam á morte e a ruína total. O Pão que é Cristo, e de quem nós somos servidores, alimenta de verdade e dá a Vida Eterna mediante a Fé. Quanto a qualidade e a origem  desse alimento, a entoação do Sacerdote durante a solene Bênção do Santíssimo não  deixa a menor dúvida “EIS O PÃO DESCIDO DO CÉU! QUE CONTÉM TODO SABOR !”.


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