domingo, 3 de fevereiro de 2013

Quais são as arreias que precisam deixar nossas sandálias?- Alexandre Soledade



Dia: 07/02/2013
Mc 6,7-13

Alexandre Soledade


Bom dia!
Achei muito interessante e pertinente começar essa reflexão partindo da mensagem inicial proposta no site das Paulinas para esse evangelho… “(…) Jesus não envia os apóstolos para pregar uma nova doutrina, mas para anunciar uma nova realidade e testemunhar uma nova prática: a manifestação do amor que liberta e restaura a vida”.
A cultura judaica é repleta de símbolos e costumes que por si só poderiam nos trazer a imagem ruim. “(…) se os receberem entre se não protestem contra eles”. Se simplificássemos a mensagem no plano literal PODERIAMOS ter um entendimento agressivo, prova disso que uma vez fui indagado por um amigo que sempre teve a impressão de um Jesus arrogante e soberbo. Quem vive dentro da igreja pode até se espantar com essa declaração, mas para aqueles que vivem sem pastor lá fora, não. Onde Ele nos envia, pode haver pessoas com outras opiniões.
Um breve parêntese…
Na realidade o costume Judaico de bater as sandálias simbolizava para que não se trouxessem nenhuma impureza. Se trouxéssemos esse costume a um exemplo mais próximo, seria para uma pessoa que trabalha na recuperação de viciados (drogas, alcoolismo, jogo) um alerta para que não passasse em casa a também fumar; ou aquele que convive com pessoas diariamente adquirisse costumes que não possuía como piadas infames, palavrões, destrato, fofocas…
Jesus bem conhecia a sabedoria do costume judaico e também o quanto outros costumes são facilmente assimilados. Não é difícil de ver católicos lendo horóscopo, fazendo três pedidos na fitinha amarada no braço; não passando por debaixo de escadas, pulando sete ondas, escolhendo cor de roupa para virar de ano (risos). De onde adquirimos esses costumes? Nem bem sabemos! Vá para o Nordeste ou pro Sul e lá passe um ano e ganhe de brinde o sotaque típico da região. Hábitos são como esses sotaques.
Voltando… Jesus roga a Deus por nós que estamos no mundo, mas hoje, aos maduros na fé, os envia aos que também estão, no entanto o desconhecem
“(…) Manifestei o teu nome aos homens que do mundo me deste. Eram teus e deste-mos e guardaram a tua palavra. AGORA ELES RECONHECERAM QUE TODAS AS COISAS QUE ME DESTE PROCEDEM DE TI. Porque eu lhes transmiti as palavras que tu me confiaste E ELES AS RECEBERAM E RECONHECERAM VERDADEIRAMENTE QUE SAÍ DE TI, e creram que tu me enviaste. Por eles é que eu rogo. Não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. Neles sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós “. (João 17, 6-11)
Esse envio é para os maduros na fé, pois depararemos com pessoas que por muitas vezes tem uma vida repleta de maldades, vícios, ceticismo, crenças, superstições, (…) que antes de terem qualquer contato com a Boa Nova já passaram por terreiros, “benzeções”, simpatias… Que já “apelaram” para todos os “santos”, mas que mesmo assim não temos que nos afastar delas, pois creio que o próprio pastor as trouxe. Mas é certo, não podemos carregar para casa a areia que veio junto.
“(…) Mas viram-nos partir. Por isso, muitos deles perceberam para onde iam, e de todas as cidades acorreram a pé para o lugar aonde se dirigiam, e chegaram primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, PORQUE ERA COMO OVELHAS QUE NÃO TÊM PASTOR. E COMEÇOU A ENSINAR-LHES MUITAS COISAS”. (Mateus 6, 33-34)
Quem trabalha com gente que precisa de ajuda para não sucumbir, deve se resguardar em oração. Quem trabalha em hospital nos dá o exemplo. Eles têm por hábito de segurança descartar as roupas em água e sabão, tomar banho e só assim poder brincar com os filhos evitando assim doenças oportunistas.
Quem dedica um pouco do seu tempo para levar Deus às pessoas não precisa fugir delas, mas deve procurar uma vida o mais irrepreensível que for possível para de fato poder ajudá-las e não sucumbir também. Nem todos que procuram por ajuda conhecem a Deus e para levar a manifestação do amor que liberta e restaura a vida é preciso ser a todo instante renovado.
Quais são as arreias que precisam deixar nossas sandálias?
Um Imenso abraço fraterno!

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