Dia: 11/02/2013
Jo 2,1-11
Bom dia!
A primeira leitura proposta pra hoje
(1Reis 8,1-7.9-13) veremos Salomão convocando todos os sábios e anciãos a uma
importante missão: Transportar a Arca da Aliança até o templo em Jerusalém.
A Arca era o sinal visível da presença
de Deus, pois nela continham as duas tábuas de pedra dadas a Moisés com os dez
mandamentos. Muito mais que as leis, a arca era repleta e preenchida do poder
de Deus e a tarefa de carregá-la, além de muito respeitosa, deveria ser feita
por pessoas maduras na fé.
Ao transportá-la a Jerusalém e até a
deixarem lá, sinais e prodígios climáticos e meteorológicos iam acontecendo
inexplicavelmente… No evangelho de hoje vemos a própria Palavra de Deus (Jesus)
novamente sendo transportada. “(…) Jesus e os discípulos atravessaram o lago e
chegaram à região de Genesaré, onde amarraram o barco na praia. Quando desceram
do barco, o povo logo reconheceu Jesus“.
Ao invés de sinais climáticos, obras
físicas (curas e milagres) iam acontecendo aos que viam ao encontro desse que
passava por sua região. Enquanto a arca da aliança, quando foi conduzida ao
templo, as pessoas imolavam (sacrificavam) animais, cujo sangue derramado era
vistos como holocausto. Jesus, a nova arca, ao invés do sangue e dos
sacrifícios de animais, trazia não mais uma nuvem amedrontadora, mas uma brisa
de vida aos que vinham ao seu encontro e mais tarde, veriam que o único sangue
a ser derramado, seria o dele.
Mas uma coisa não mudou: A arca (Jesus)
era transportada, cercada e tocada apenas por pessoas maduras na fé.
A maturidade na fé não advém com a idade
e sim com o contato. Dizem que não existe amizade sem cumplicidade. Como posso
dizer que sou cristão se não me tornar dia após dia, cúmplice dessa obra?
Os discípulos que acompanhavam Jesus, ao
longo dos três longos anos de convivência diária, devem ter aprendido muito com
o mestre, mas muito mais que os ensinamentos que talvez recebessem em
particular, ver tudo aquilo acontecer apenas pelo mover da fé das pessoas, deveriam
arrastá-los ainda mais para mares nunca navegados.
Andar com Jesus creio eu, deveria ser um
tremendo aprendizado e também os tornava testemunhas vivas dos prodígios que
aconteceram. Notem que mesmo vendo tanta coisa, não foram registrando tudo que
ocorria, talvez ao repousar suas cabeças a noite, ruminavam o que tinha
acontecido, discutiam entre eles e assim a maturidade na fé começava a crescer.
O reino de Deus tem o tamanho da nossa
maturidade espiritual!
Carregar a arca era uma honra e talvez
um premio a todo aquele que atingisse a maturidade, maturidade esta que
precisava vir, antes de tudo de uma mudança de comportamento quanto a mim e
também na relação com os que me cercam…
“(…) Agora, porém, deixai de lado todas
estas coisas: ira, animosidade, maledicência, maldade, palavras torpes da vossa
boca, nem vos enganeis uns aos outros. VÓS VOS DESPISTES DO HOMEM VELHO com os
seus vícios, e vos revestistes do novo, que se vai restaurando constantemente à
imagem daquele que o criou, até atingir o perfeito conhecimento. Aí não haverá
mais grego nem judeu, nem bárbaro nem cita, nem escravo nem livre, mas somente
Cristo, que será tudo em todos”. (Colossenses 3, 8-11)
O amor próprio, a dignidade das ações,
destemor, fé e o respeito ao próximo eram e são ainda hoje, etapas
imprescindíveis para alcançar esse nível.
Quem acha que por que coordena uma
pastoral ou movimento, ou é sacerdote, ministro, pregador, ministro de música,
(…) já alcançou algo, saiba que, no trajeto da arca, ainda estamos dentro do
barco, ou seja, nem ancoramos em terra firme.
“(…) O cristão de verdade não pode ficar
parado. Ele nunca pode dizer que cumpriu a sua missão, pois ele deve estar
sempre a caminho, sempre se lançando rumo aos novos trabalhos, prestando
atenção aos apelos que a realidade faz, buscando superar novos desafios e
obstáculos, sempre olhando com misericórdia os irmãos e irmãs, procurando
conhecer os seus problemas e necessidades e sendo para todos a manifestação do
amor de Deus que responde ao clamor dos seus filhos e filhas. Por isso, quando
terminamos uma etapa da caminhada, devemos iniciar outra imediatamente, pois a
proposta do Reino exige isso”. (Reflexão proposta pela CNBB)
Amei essa reflexão do site da CNBB, pois
cada um de nós, alcançando um patamar de maturidade deve continuar a caminhar.
Quem se acha “velho” ou “novo demais”, deveria rever seus conceitos e ver o
valor do que carrega dentro de si “(…) Por isso, quando terminamos uma etapa da
caminhada, devemos iniciar outra imediatamente, pois a proposta do Reino exige
isso”.
Um Imenso abraço fraterno!
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