Domingo, 20 de janeiro de 2013
2º Domingo do Tempo Comum
São Fabiano, Papa, Mártir (Memória
facultativa) - São Sebastião, Mártir (Memória facultativa).
Outros Santos do Dia:Eustóquio de Messina (franciscano), Eutímio, o Grego (abade), Mauro de Cesena (monge, bispo), Neófito de Nicéia (mártir).
Outros Santos do Dia:Eustóquio de Messina (franciscano), Eutímio, o Grego (abade), Mauro de Cesena (monge, bispo), Neófito de Nicéia (mártir).
Primeira leitura: Isaias
62,1-5
As nações verão então tua vitória, e todos os reis teu triunfo
Salmo responsorial: 95(96), 1-2a.2b-3.7-8a.9-10a.c (R.1a.3b)
Cantai ao Senhor um cântico novo, a todos os povos as suas maravilhas
Segunda leitura: 1 Corintios 12,4-11
Há diversidade de dons, mas um só Espírito
Evangelho: João 2,1-11
Fazei o que ele vos disser
As nações verão então tua vitória, e todos os reis teu triunfo
Salmo responsorial: 95(96), 1-2a.2b-3.7-8a.9-10a.c (R.1a.3b)
Cantai ao Senhor um cântico novo, a todos os povos as suas maravilhas
Segunda leitura: 1 Corintios 12,4-11
Há diversidade de dons, mas um só Espírito
Evangelho: João 2,1-11
Fazei o que ele vos disser
A vida de Jesus se desenvolveu dentro da
normalidade própria do ambiente cultural e da religiosidade de um judeu do
primeiro século de nossa era. Os discípulos descobrem Jesus como um homem
normal, em um ambiente normal e sem nenhum tipo de manifestação espetacular ou
extraordinária. Esta realidade de uma vida normal em Jesus, faz com que entre
os discípulos e ele não haja nenhum tipo de distanciamento, antes ao contrario,
haja uma vida verdadeiramente humana como a de Jesus, faz com que a sua
experiência do Deus tenha credibilidade e muito mais acessível à consciência e
à vida dos que escutam e o seguem. A atitude de Jesus, sem nenhum tipo de
pretensão, vai revelando uma nova imagem e um novo conceito de Deus. Deus
deixou de ser esse ser estranho e distante, que atemoriza o ser humano e toma a
característica do Deus original de Israel, o Deus que caminha com seu povo.
Para a lógica do Evangelho de João, o
Banquete é um tema fundamental na teologia do seu evangelho. A teologia do
banquete se abre com a missão de Jesus em Caná da Galiléia e é concluído com a
última Ceia, fundamento da Eucaristia. O Banquete é, portanto, um sinal
messiânico, onde se anuncia a chegada do Reino e se apresenta Jesus, soberano
do Reino. É um símbolo fundamental que explica no cotidiano a presença do Reino
em meio à historia.
As bodas de Caná estão no imaginário dos
primeiros cristãos e de toda a Igreja ao longo da historia, por esse fato
inesquecível: no melhor da boda, o vinha acaba. Como é possível que não se
tenha previsto esta parta na festa? A atitude de Jesus de Nazaré frente à
carência de vinho, fará com que este relato das bodas de Caná fique
imortalizado na simbologia cristã.
O milagre das bodas de Caná da Galileia
não é simplesmente ausência de vinho. O assunto é outro: o relato tem que ser
entendido na perspectiva do Reino, na dinâmica do tempo messiânico. O texto
indica que havia aí em um lugar da casa seis jarros de pedra vazios. O texto
enfatiza que estavam fazias. São vasos destinados a conter a água da
purificação, ritual dos crentes judeus. Porém estão vazias, secas. Este símbolo
indica que o modelo religioso judeu está seco, ressecado.
Na visão dos primeiros cristãos que
acabavam de se separar do judaísmo, a lei judaica, antes de ajudar, acabou
dificultando a relação de Deus com seu povo. Por isso para eles era uma lei
vazia, sem sentido, que somente gerava carga e não possibilidade de liberdade e
de alegria. As jarras, destinadas à purificação, eram um símbolo que dominava a
lei antiga. Esse modelo de lei criava com Deus uma reação difícil e frágil, mediada
por ritos frios e carentes de sentido.
Não se diz, contudo, que as jarras
estivessem com água. São enchidas quando Jesus ordena. Estando cheias, as
jarras que não prestavam já nenhum serviço, antes estorvavam na vida normal das
pessoas, permitem uma nova manifestação do projeto de Jesus: a água está
convertida em vinho. Significado deste símbolo? A ritualidade, o legalismo, a
norma fria e vazia, se transforma em vinho, símbolo da alegria, do gozo
messiânico, da festa da chegada do tempo novo do Reino de Deus.
Temos que acabar em nossa vida e na vida
comunitária, com os sistemas religiosos desumanizantes, para conseguir entrar
na dinâmica libertadora, inclusiva e festiva que Jesus inaugurou. Complicada a
interpretação? Efetivamente pode parecer complicada com a complicação que brota
de um texto sofisticado, muito elaborado, com todo um conjunto de alusões
veladas e mensagens a ser decifradas. Ler, proclamar, comentar o evangelho de
João como se se tratasse de uma simples historieta de bodas, na qual Jesus
funda o sacramento do matrimonio, sem mais complicações... teríamos uma
leitura fácil e cômoda, porém seria profundamente carente de veracidade. Ainda
que seja mais laborioso e menos grato, é melhor tratar nossos ouvintes e
leitores como adultos e não economizar a complexidade de textos que
interpretados diretamente ao pé da letra nos levariam somente por caminhos de
fundamentalismo.
Oração: Ó Deus de todos os povos, que de muitas maneiras te
comunicaste desde sempre com a humanidade. Jesus foi para nós o grande sinal
que nos permitiu o a cesso a ti. Nós te pedimos que abras nossos olhos,
ilumines nossa mente e inflames nosso coração para que também nós sejamos para
os demais, sinal de amor e de alegria, de esperança e de agradecimento, até que
um dia nos reunamos todos os povos em tua presença, nosso lugar definitivo,
contigo, que vives e fazes viver pelos séculos dos séculos. Amém.
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