Segunda - feira, 14 Janeiro
de 2013.
Evangelho: Mc 1,14-20
Jesus inicia a vida pública logo após a prisão de seu mensageiro João Batista.
Sua missão consiste na introdução de um novo reino justo que suscita a
igualdade e a fraternidade. Não deseja um reino como dos homens que prevalece a
opressão e a ganância. Entretanto, seu trabalho missionário contempla a
periferia, por isso sua pregação da conversão e a crença na Boa-Nova não
iniciaram em Jerusalém e nem na Judéia, mas na Galileia junto aos pobres
e oprimidos, um povo que precisava de anúncio verdadeiro e novos ares para
buscar uma vida digna.
São muitos lugares para o Mestre da vida percorrer. Em seu bojo destacava sua
bondade e sua capacidade emocional para ouvir todas as angústias com sensatez.
Este modo de Jesus iniciar seu trabalho missionário nos desperta o desejo de
conhecer também os meandros das periferias da vida moderna. São lugares que a
palavra de Deus não chegou à totalidade, falta o despertar de algumas pessoas
para fazer penetrar na alma do homem a mensagem da libertação, esta
libertação pode consistir num novo modo de enxergar a vida ou numa maneira de
ser solidário com o semelhante. Tanto que Jesus formou sua comunidade para
espalhar sua bondade, chamou os rudes pescadores, homens sem instrução e sem a
vocação para a oratória, mas tinham o coração ardente para aprender as coisas
novas vinda de um estrangeiro de Nazaré. Jesus fez destes homens sem
preparo para a persuasão os mais refinados discípulos para serem pescadores de
homens. Sim pescadores de homens, pois as redes da Boa-Nova deveriam encher de
homens que acreditassem no plano salvífico de Jesus após sua conversão.
A periferia que se refere no Evangelho é uma alusão a pobreza espiritual. São
lugares áridos, sem vida, cheio de vício e entulho da ganância, cobiça
e/ou ambição. São lugares que precisam ser preenchidos pela boa notícia de um
mundo justo, sem ódio, sem rancor, sem mágoas e sem a truculência engessada por
pensamentos cristalizados pela ignorância. Jesus priorizava as periferias da
vida para levantar a auto-estima do homem já desanimado e sem vontade de
conhecer novos rumos ou novos horizontes.
Quantas pessoas hoje perderam a esperança; deixaram de sonhar e de
acreditar nas suas convicções. Quantas pessoas não conseguem expressar livremente
suas ideias e são cativeiras de ideologias alheias, muitas das vezes
tendenciosas. São pessoas que encolheram nas periferias da vida e deixaram o
inverno tomar conta do seu ser. Não tem forças para acreditarem que são capazes
e de buscar uma saída e que possam levá-las a um ambiente maravilhoso.
Isto é, falta Deus no coração destas pessoas. Elas foram enganadas e
persuasivas em conceitos vulgares que pilharam suas
perspicácias. Elas foram derrotadas pelo mal e não se encontram caminhos ou porta
para fugir.
Jesus sabia que seu mensageiro fora preso e nem por isso se trancou, mas buscou
forças nos pescadores para ajudar a mostrar o sentido do verdadeiro reino.
Jesus mostrou autossuficiente São atributos que deveríamos contrair
e suscitar em nós coragem para animar nossas comunidades e fazê-las crescer
junto ao Pai com métodos humanitários.
Nosso Deus nos chama sempre para o trabalho. Encontramos exemplo forte de
seguimento sem pensar duas vezes em Simão, André, João e Tiago.
Homens corajosos, destemidos, invejáveis; deixaram tudo para trás e seguiram o
mestre do amor, da sensibilidade e da arte de contagiar multidões com suas
palavras. Eles não temeram o novo e deixaram o novo fazer sua vontade. Esta é a Boa-Nova,
seguir as palavras que injetam ânimos, discernimentos e honradez. Será que
teríamos coragem de abandonar nossa família para anunciar a palavra de Deus?
Será que sentiríamos desejo de sair deste mundo selvagem para anunciar um mundo
novo com novas relações humanas? Será que daríamos a vida pelo Evangelho para
seguir um homem que nasceu numa estrebaria juntos a animais? Será que temos
coragem de revelar nossa intenção em relação a Deus que permeia o
coração? Ficam as indagações e as respostas vão depender de cada um e de seu
comprometimento.
Enfim, a Boa-Nova foi pregada por Jesus e sedimentada pelos discípulos
corajosos. A Boa-Nova revela um mundo bem humano e sem distorções, onde os
homens se convergem na mais harmonia possível. Que este Deus poderoso nos
encante e nos faça crescer em seu projeto de vida, amém!
Claudinei M. Oliveira.
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