terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O outro discípulo correu mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo - Padre Antonio Queiroz



27/12/2012
Jo 20,2-8

Padre Antonio Queiroz


O outro discípulo correu mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo.
Hoje celebramos a festa de S. João Evangelista. A comemoração vem logo após o Natal, porque João foi o primeiro discípulo a acompanhar Jesus. Portanto, foi uma das primeiras pessoas a beber dessa Água Viva que nos foi dada no Natal.
O Evangelho narra o momento, após a morte de Jesus, em que os Apóstolos Pedro e João foram informados por Maria Madalena de que Jesus não estava no túmulo. Os dois foram correndo ao túmulo. Mas João correu mais e chegou antes de Pedro. Ele não precisava fazer isso, mas o seu amor a Jesus era tão grande que o fez correr mais depressa. O amor é assim, ele nos dá pressa.
Dos doze Apóstolos, João era, provavelmente, o mais novo. Quando começou a seguir Jesus, tinha aproximadamente dezessete anos. Por isso, foi também o último a morrer. Faleceu com perto de noventa anos.
João é irmão de outro Apóstolo: Tiago. Seus pais se chamam Zebedeu e Salomé. Os dois irmãos exerciam, junto com o pai, a profissão de pescadores. Antes de pertencer ao grupo de Jesus, eles eram discípulos de João Batista.
O próprio João narra, em seu Evangelho, o chamado que recebeu de Jesus (Jo 1,35-39). Um dia, João Batista apontou para Jesus, que passava, e disse para os seus discípulos: “Eis aí o Cordeiro de Deus”, expressão que significa Messias. João e André, irmão de Pedro, deixaram então João Batista e passaram a seguir Jesus. Jesus olhou para trás e perguntou-lhes: “Que procurais?” Eles responderam: “Mestre, onde moras?” Jesus disse: “Vinde e vede”. Eles foram, viram, e ficaram com Jesus até o fim da vida.
Como Apóstolo, João, junto com Pedro e Tiago, formavam o trio que Jesus levava consigo nas missões especiais, como a ressurreição da filha de Jairo, a transfiguração, a agonia no Jardim das Oliveiras...
Mc 10,35-41 narra que um dia João e seu irmão Tiago pediram a Jesus: “Mestre, quando estiveres na tua glória, nós dois podemos nos assentar, um a tua direita e o outro a tua esquerda?” Jesus respondeu: “Vós não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber do cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. Jesus disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice; mas, quanto a sentar-se à minha direita ou à esquerda, isso não compete a mim, mas ao meu Pai”. Esta cena mostra que, no início, João não era nada santinho. Era ambicioso a cargos de destaque.
Em outra ocasião (Lc 9,52-55), um vilarejo de samaritanos não quis receber o grupo de Jesus. João e Tiago disseram a Jesus: “Mestre, podemos pedir fogo do céu para devorá-los?” Jesus os repreendeu. A partir daí, os dois receberam, no grupo, o apelido de Boanerges, que significa filhos do trovão (Cf Mc 3,17). Isso mostra mais uma vez que João não era muito boa bisca. Era um rapaz de temperamento impulsivo e vingativo.
Foi a convivência com Jesus que o mudou, fazendo dele o Apóstolo do amor e aquele que nos deu a maravilhosa definição de Deus: Deus é amor.
A convivência transforma as pessoas, tornando-as parecidas, no pensar, no sentir e no agir. O processo é lento e imperceptível, mas é implacável. É o que diz o provérbio: “Diz-me com quem andas, e eu te direi quem és”.
Quem fica perto do fogo, se aquece. O ferro, em contato com o fogo, muda até de cor.
O livro dos Atos dos Apóstolos narra que, após Pentecostes, João exerceu uma atividade missionária intensa. Foi justamente este seu cuidado pastoral que o levou a escrever cinco livros da Bíblia: O quarto Evangelho, as três cartas e o Apocalipse.
Podemos resumir a vida do Apóstolo João com a seguinte frase: Ele tinha um grande amor a Jesus, um grande amor à Igreja e um grande amor ao próximo. É um verdadeiro modelo de cristão.
E João recebeu de Jesus uma miss muito especial e bonita: cuidar de sua mãe, após a sua morte (Cf Jo 19,25-17). Os teólogos dizem que, ali no Calvário, João representava todos os cristãos de todos os tempos. nós. Portanto, naquele momento, ganhamos Maria por mãe.
Vamos, a exemplo de João, levar Maria para a nossa casa. Se o fizermos, podemos ter certeza que com ela irá o céu inteiro, pois ela é a Rainha do céu e da terra.
O outro discípulo correu mais depressa que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo.

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