14 DE NOVEMBRO
Mt 11,16-19
Não ouvem nem a João nem ao Filho do
Homem.
Neste Evangelho, Jesus nos conta a
parábola das crianças brincando na praça. Existe no meio delas um grupinho de
crianças amuadas, que não colaboram com seus colegas nos brinquedos, sejam
estes de alegria ou de tristeza.
As crianças costumam, em seus brinquedos,
imitar os adultos. E o que as crianças viam quase todos os dias eram as festas
de casamento e os velórios. Nas festas, uns tocavam flauta e todos dançavam.
Nos velórios, havia as “carpideiras”, mulheres especializadas em entoar
lamentações tão tristes que faziam todo mundo chorar. Mas aquelas crianças
amuadas da praça não participavam que as outras propunham.
João Batista era um asceta rígido,
que praticava austeros jejuns. Não fizeram caso dele, com o pretexto de que era
um fanático. Chega Jesus anunciando a Boa Nova e a alegria messiânica do Reino
de Deus, e levando uma vida normal, comendo e bebendo como qualquer pessoa,
pronto: culparam-no de glutão, beberrão e que anda em más companhias.
Deus planejou tudo direitinho: mandou
João para despertar o arrependimento dos pecados, e depois o seu Filho para
realizar a sua reconciliação com o povo, iniciando o Reino de Deus. Mas quando
não há boa vontade, nenhum plano funciona, por melhor que seja.
Entretanto, apesar do não
acolhimento, a sabedoria de Deus triunfa. Tanto João como Jesus, se não são
reconhecidos agora, sê-lo-ão mais tarde, pois as suas obras dão testemunho a
favor deles, e a sabedoria da verdade, mais cedo ou mais tarde prevalece. A
própria riqueza das pregações dos dois, e os seus milagres, dão testemunho em
favor deles.
Nós não queremos ser como crianças
amuadas; queremos participar de tudo o que Deus nos mandou e que Jesus nos
deixou para o nosso bem.
Quando não queremos aceitar a verdade
anunciada por alguém, procuramos diminuir a autoridade ou a competência ou a
moral da pessoa que a fala, a fim de ter um pretexto para a recusa. Quantas
vezes os líderes cristãos são criticados unicamente por isso: tocam na ferida,
pisam no calo de quem não quer sair do pecado. Toda discussão sobre “padres
progressistas” e “padres conservadores” parte daí. É mais fácil destruir o
mensageiro do que acolher a mensagem. Por exemplo, quem serve a Deus e ao
dinheiro ao mesmo tempo, critica cada vez que um líder de Comunidade toca nesse
assunto.
“Eu não vou à Missa porque não gosto
do padre”, dizem alguns. Por que não lêem o folheto da Missa e refletem sobre
ele? É uma hora só! Hoje há livrinhos com as leituras das Missas, inclusive da
semana. Isso prova que a raiz do problema não está no padre, mas na pessoa, que
quer continuar andando com os pés em duas canoas.
Advento é tempo de limpar a casa para
receber a visita de Jesus no Natal. É tempo de retirar as sujeiras dos defeitos
e enfeitar a casa com as flores das virtudes.
Certa vez, em um domingo do advento,
uma Comunidade rural estava celebrando o culto dominical, na sua capela. Estava
presente um senhor da cidade, que veio passar o fim de semana na casa de um
amigo.
Na hora da partilha da palavra, ele
contou que lá na Comunidade urbana estavam preparando cestas básicas, para dar
às famílias carentes, antes do Natal. E sugeriu que esta Comunidade também
fizesse isso.
Um dos membros da Comunidade disse a
ele: “Desculpe, senhor fulano, mas para nós aqui Natal é o ano inteiro. Nós
assumimos o compromisso de não deixar ninguém passar fome aqui no nosso
bairro”. O visitante ficou com a cara no chão.
De fato, o certo é isso mesmo. Quando
promovemos campanhas de Natal é mais para despertar nas pessoas a
solidariedade, que deve haver o ano todo; e não era este o caso daquela
Comunidade rural.
Maria Santíssima dançou quando Deus
tocou flauta, e bateu no peito quando Deus entoou lamentações. Foi a discípula
do Senhor, fiel a ele sempre e em tudo.
Ó Mãe do Redentor, do céu ó porta, ao
povo que caiu, socorre e exorta, pois busca levantar-se, Virgem pura, nascendo
o Criador da criatura. Tem piedade de nós e ouve, suave, o anjo te saudando com
seu Ave!
Não ouvem nem a João nem ao Filho do
Homem.
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