Dia 06 de Dezembro
Mt 7,21.24-27
Bom dia!
“(…) Somente quem faz a vontade do Pai que está nos céus irá participar
plenamente do seu Reino. Jesus veio até nós para nos revelar quem é o Pai,
assim como a sua vontade, para que, a partir do seu conhecimento, pudéssemos
praticá-la e participar conscientemente do Reino. Por isso, todos os que
desejam a vida eterna devem fundamentar a sua existência na palavra de Jesus e
procurar viver segundo os valores que ele pregou no Evangelho, colocando em
prática a vontade do Pai, que Jesus, ao se fazer homem e vir ao mundo, revelou
para todos nós”. (Reflexão proposta pela CNBB)
Já adentramos dezembro e que reflexão faço da minha casa, ou seja, de
mim, esse ano? Quantas vezes caí? Quantas vezes me envergonhei dos meus atos?
Sobre o que edifiquei ou me embasei nas minhas decisões? Decidi ou me
manifestei no calor de emoções? A quantos feri? Mais pra frente entenderemos o
porquê dessas perguntas.
Somos chamados, ano a ano a acompanhar o tempo. Os dias passam e com
eles o tempo também. Um fruto, um dia foi semente, foi flor e depois o fruto,
uma sequência natural que também acontece conosco, pois um dia fomos crianças,
outrora jovens e agora maduros, mas nesse ano, quantos passos foram dados em
busca da maturidade?
“(…) Então é natal, e o que você fez? O ano termina, e nasce outra
vez…”.
Pergunto isso todos os anos… Responda sem preocupações: Quantos livros
eu li? O quanto me aperfeiçoei ou me dediquei em algo? Que conceitos ou
pré-conceitos foram revistos? O que era um defeito e agora é um fato controlado
ou pelo menos esta mais tênue? A quantos eu estendi a mão (perdão, conforto,
paz)? O que plantei? Que projetos idealizei e consegui concluir?
O ano renasce a cada novo amanhecer. Se usarmos uma analogia daquela
placa “ESTAMOS EM OBRAS PARA MELHOR ATENDÊ-LO”, descobrimos que passamos mais tempo
em obras do que abertos ao público. Que afugentamos mais do que trazemos para
perto de nós. Que temos medo de abraçar, pois não sabemos as intenções
verdadeiras de quem nos abraça; que damos mais “esmolas” se tivermos algo em
troca.
Pergunte-se: A quem mais ajudamos no dia a dia, o malabarista de
semáforo que nos pede um trocado pelo show ou ao rapaz da Manasses (casa que
lida na recuperação de vítimas do álcool e outras drogas) que entra no ônibus e
nos dá duas canetas em “troca” de 2 Reais? Ambos estão trabalhando. Poderíamos
alegar que o motivo dos meninos da Manasses seja mais nobre, mas como não
verificar a dificuldade de reconhecer que até a melhor de nossas intenções pode
ser movida por interesses?
Quantas vezes minha decisões foram movidas por meus interesses ou
sentimentos particulares? Quantos projetos naufragaram por minha falta de
vontade ou por minhas críticas? Quantas vezes fui movido pelas dores dos outros
a atacar ou julgar outras? Quantos, que nem mesmo conhecia, mas eu já imaginava
como seriam (pré-julgamento)?
A música “Então é Natal” termina com um pedido de paz e uma lembrança a
Hiroxima e Nagasaki, cidades destruídas pelo ímpeto humano de estar certo a
qualquer custa. Quantos casamentos, noivados, namoros e amizades também foram e
são desfeitos também pelo orgulho, por não querer ceder, não aceitar as
correções? Por exemplo, o orgulho de homens que não querem ajudar na lida
doméstica (lavar, cozinhar, passar) como se fosse “coisas de mulher” ou quando
não as deixam estudar, sair de casa, (…)
As reformas do nosso ser não param de acontecer, pois temos um imenso
prazer em receber as pessoas, estar perto delas, de nos socializar, cada vez
melhor, mais dóceis, amáveis… Quem tem Deus no coração não consegue se isolar,
se calar, fugir.
João, o evangelista, era provavelmente o mais novo dos apóstolos e
somente na velhice conseguiu sintetizar o que Jesus realmente desejava. É dele
fases como “Deus é Amor”, mas algo que ele escreveu, que nesse período tão
favorável, me toca:
“(…) Compreendemos o que é o amor, porque Jesus deu a sua vida por nós;
portanto, nós também, devemos dar a vida pelos irmãos. Se alguém possui bens
deste mundo e, vendo o seu irmão em necessidade, lhe fecha o coração, como pode
o amor de Deus permanecer nele? Filhinhos, não amemos com palavras nem com a
língua, mas com obras e de verdade”. (I João 3, 16-18)
Daí se sintetiza o evangelho de hoje “(…) Filhinhos, não amemos com
palavras nem com a língua, mas com obras e de verdade”, pois como Jesus disse
“(…) Não é toda pessoa que me chama de “Senhor, Senhor” que entrará no Reino do
Céu, mas somente quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu.
Meus irmãos! Precisamos crescer com as primaveras que passam.
Um imenso abraço
fraterno.
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