Ao
proferir a parábola da ovelha perdida, Jesus diz para os seus ouvintes que um
pastor ao contar o seu rebanho ainda no deserto, verificou que estava faltando
uma ovelha de suas cem ovelhas. O homem tinha cem ovelhas, mas acabando de
contar-lhes tinha somente noventa e nove. Ele não tinha mais uma centena de
ovelhas porque lhe faltava uma. Aquele homem se orgulhava de sua centena de
ovelhas. Ele tinha intimidade com o seu rebanho. Ele o conhecia. Tinha o
cuidado de contá-las sempre que as remanejava para se certificar que suas cem
ovelhas estavam presentes. Mas, quando verificou que lhe faltava uma, ficou
desesperado e ansiosamente saindo depressa foi em busca daquela que se havia
perdido. Jesus diz que ele a achou e colocando-a sobre os seus ombros se encheu
de júbilo, de alegria e de regozijo, porque a sua ovelha que estava perdida foi
achada. Ao chegar em casa, este homem faz uma festa, convidando seus amigos e
vizinhos para juntos se alegrarem, porque a sua ovelha foi achada. Ele tinha
noventa e nove ovelhas e faltava somente uma. Uma ovelha não devia significar
tanto para o fazendeiro porque ele tinha ainda as noventa e nove. Mas, não era
assim que ele pensava. Ele pensava que o seu rebanho só estaria completo com as
cem ovelhas. Ela era importante para ele porque completava o seu rebanho e
dava-lhe prazer e regozijo possuir uma centena de ovelhas. As noventa e nove
ovelhas não eram motivo de festa e regozijo naquele momento, mas a ovelha que
estava perdida e foi achada. Essa sim, era motivo de grande alegria.
Jesus
mostra então, que haverá grande regozijo no céu por um só pecador que se
arrepende, de que para noventa e nove que não necessitem de arrependimento. Os
noventa e nove já pertencem a Deus. Já fazem parte do seu gozo eterno. Mas
aquela alma que está perdida e se arrepende, entregando-se a Deus, é motivo de
muito gozo e alegria. Assim, como um fazendeiro se alegra ao encontrar uma
ovelha que se perdeu do rebanho, Deus, o Pai Eterno, se alegra e se regozija ao
encontrar um pecador perdido que se arrepende. Isto quer dizer que publicanos,
pecadores e prostitutas, carecem da misericórdia e do amor de Deus.
Este
era o propósito que levava Jesus a amar estas pessoas e admitir a presença
delas no seu círculo de amizades e discipulado. Os fariseus e os escribas não
entendiam este propósito de Jesus, por isso murmuravam. Eles não necessitavam
de Jesus, nem de serem buscados, porque não se arrependiam de seus delitos e
pecados, a cegueira os envolvia, deixando-os sem o discernimento de que Jesus
era o Filho de Deus. E como tal, estava em busca dos que precisavam de Deus e
não dos que se julgavam justificados pela Lei que tão somente Jesus conseguiu
cumprir. O que levava fariseus e escribas a seguir Jesus, não era matar a sede
de conhecer a Deus, mas de pegar Jesus em alguma falha para acusarem-no segundo
os seus conceitos religiosos. Já os publicanos, pecadores e prostitutas seguiam
a Jesus porque tinham sede de conhecer a Deus e seguir os seus ensinos.
A
parábola da dracma perdida segue o mesmo raciocínio. Qual a mulher que tendo
dez dracmas, perdendo uma, não varre a casa toda até encontrá-la e
encontrando-a, não chama as suas vizinhas e amigas para se regozijarem com ela,
porque tinha perdido uma dracma e a achou. O dracma era uma moeda grega de
prata (Mateus 26:15). Quatro dracmas formavam um tetradracma. O dracma é
equivalente ao denário que era uma moeda romana. Isso é tudo o que sabemos à
respeito dessa moeda. Mas, não há dúvida que era valiosíssima, se assim não o
fosse, aquela mulher não chamaria as vizinhas e amigas para se regozijar de
alegria por tê-la achado. Da mesma forma, a grande alegria nos céus quando um
pecador se arrepende e é achado por Deus. Porque as 9 moedas nas mãos daquela
mulher eram importantes, valiam muito e estavam presentes e seguras, mas no
momento em que ela sentiu falta da décima, esta sim, passou a ser a mais
importante e com sede foi buscada por toda a casa até ser achada. Agora, a
mulher estava feliz por haver recomposto novamente as suas finanças de dez
dracmas. Toda vez que o céu é recomposto, com pecadores remidos que estavam
perdidos e são achados, há festa, regozijo e Deus é glorificado. Sempre que
alguém reconhece que é pecador e se reconcilia com Deus por intermédio de
Jesus, há festa no céu.
Os
fariseus e os escribas não entendiam nada do Amor de Deus e de sua Salvação em
Cristo, motivo pelo qual Jesus proferiu estas parábolas para que eles
entendessem que a alma do pecador é importante para Deus. Em Lucas 19:10, Jesus
confirma o que as parábolas já tinham expressado: “Porque o Filho do Homem veio
procurar e salvar o que estava perdido”.
Pai,
quero ser contagiado por teu amor desconcertante que vai a busca do pecador e
se alegra ao vê-lo voltar à comunhão.
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