Sábado, 03 de Novembro
Lc 14,1.7-11
Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha,
será elevado.
Jesus notou que, nas festas, as pessoas ocupavam os
primeiros lugares. Então contou a parábola dos convidados ao banquete,
ensinando que, nos banquetes de festa, ocupemos os últimos lugares.
Essa humildade tem a ver com o banquete no Reino de
Deus, que é para os humildes, como cantou Maria no magnificat: “derrubou do
trono os poderosos e elevou os humildes”. A simplicidade e a humildade
constituem uma opção básica do discípulo que vive na fraternidade do Reino.
Humildade provém do latim “humilis”, que por sua
vez deriva de “húmus” = terra. Humildade é estar ao nível do solo e se mover
sem sair dali. “A humildade é a verdade” (Sta. Teresa). Ela é a verdade “somos
pó e ao pó voltaremos”.
“Se me glorifico a mim mesmo, a minha glória não
vale nada. Quem me glorifica é meu Pai” (Jo 8,54).
“Quem quiser ser o primeiro entre vós, seja o
escravo de todos” (Mc 10,43).
“Aprendei de mim que sou manso e humilde coração, e
encontrareis descanso” (Mt 11,29).
“Haja entre vós o mesmo sentir e pensar que no
Cristo Jesus... Ele humilhou-se, fazendo-se obediente até a morte – e morte de
cruz!” (Fl 2,5-8). Quantos problemas e pecados acontecem, por falta de
humildade!
“Deus resiste aos soberbos, mas dá a sua graça aos
humildes” (Tg 4,6).
Há humildes passivos e humildes ativos. Passivos
são os que são humilhados pelos outros, mas sem que busquem o rebaixamento.
Ativos são os que se fazem humildes por opção pessoal, como o convidado que se
senta no último lugar. E há também a humildade de anzol: sabendo que o povo
gosta de pessoas humildes, a pessoa se humilha só para obter honras e glórias.
A humildade sincera é indispensável para a vida em
Comunidade.
Havia, certa vez, um homem que era bom, e muito
humilde. Ele gostava de fazer o bem para as pessoas, mas não queria de modo
algum chamar a atenção para si mesmo.
Um dia, seu Anjo da Guarda lhe apareceu e disse:
“Deus quer que você seja um instrumento dele para distribuir o seu amor às
pessoas. O Senhor me mandou perguntar-lhe de que jeito você quer distribuir as
bênçãos de Deus. Quer o dom da palavra? O dom de escritor? Um dom artístico?...
O homem pensou... e disse ao anjo: “Eu tenho medo
de que, recebendo esses dons que você citou, o povo vai começar a atribuir a mim os
benefícios e deixar Deus de lado. Tenho medo também de que eu possa me envaidecer e pensar
que eu é que sou o tal. Por isso, diga ao Senhor que eu gostaria que ele
abençoasse a minha sombra. Porque, como a sombra fica atrás de mim, as pessoas
que receberão as bênçãos não verão o meu rosto nem eu verei o rosto delas nem
saberei que benefícios receberam.
E assim aconteceu. Quando aquele homem passava, a
sua sombra, atrás dele, atraía as melhores graças para o povo: saúde,
inteligência, paz, conversão dos pecadores, emprego, reconciliação etc.
E ninguém ficou sabendo que esses benefícios vinham
através da sombra daquele homem. E nem o homem via, pois ele já havia passado.
Vamos também procurar fazer o bem, mas com
humildade, atribuindo tudo a Deus.
Maria Santíssima era uma pessoa humilde. Ela nunca
se promoveu a si mesma. E, quando se referiu a si mesma, chamou-se de escrava:
“Eis aqui a escrava do Senhor”. Que Nossa Senhora nos ajude a ser cada vez mais
humildes.
Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha,
será elevado.
Padre Queiroz
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