XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM
21 DE OUTUBRO
Deixe-nos sentar à tua direita e à tua
esquerda quando estiveres em tua glória...
Introdução
Os discípulos queriam uma recompensa por
seguir Jesus, participando de um lugar de honra e de muita importância ao seu
lado, depois de tudo consumado. Eles queriam se sentir também importantes, como
pagamento por todo o seu esforço e dedicação ao Plano de Deus.
Cada ser humano tem ânsia de poder. Sede
e fome de poder, ao ponto de alguns se exporem ao ridículo de dizerem mentiras
e prometer coisas que jamais irão cumprir, só pelo desejo de serem eleitos a
cargos eletivos que lhes darão muita importância diante da sociedade.
Na empresa, nos serviços públicos, em
fim na sociedade, notamos que um humilde funcionário pode transformar-se em
arrogante e orgulhoso, após ser empossado em algum cargo de mando. A professora
que criticava os desmandos da diretora, e que brincava com os demais colegas, e
também reclamava da falta de apoio aos professores diante da indisciplina dos
alunos, hoje, depois de ser escolhida diretora, mudou totalmente a sua postura.
Olha para os professores de cima para baixo, com um ar de muita importância,
exige que os professores tolerem a indisciplina em vez de determinar medidas
enérgicas com os alunos problemas...
É assim que somos. Queremos e gostamos
de nos sentir importantes, buscamos sempre um lugar de honra na sociedade.
Porém, isso não pode acontecer com o cristão, principalmente o cristão atuante. Jamais podemos ou devemos almejar um
lugar ao lado do sacerdote no altar, com o objetivo de obter prestígio diante
dos fiéis.
É bem verdade que Jesus disse que a luz
não foi feita para ser colocada debaixo da mesa, mais sim em um lugar alto,
para que todo o ambiente seja iluminado. Do mesmo modo, a nossa luz deve
brilhar diante dos homens para que todos vejam as nossas boas obras. Baseando
nessas palavras de vida proferidas por Jesus, nós temos a tentação de nos
colocar diante de todos na igreja, com ar de importância, quando estamos na
execução dos nossos cargos. Seja de leitor, de ministro da Eucaristia, de
catequista, temos de tomar cuidado
porque dentro de nós, haverá sempre uma tendência de nos sentir santos e importantes
por estar servindo a Deus diante da assembléia.
Quando a multidão queria transformar
Jesus em Rei, Jesus disfarçou e saiu para outro lugar. Pois o seu objetivo não
era ser importante, não era de ser servido, mais sim, de servir. E Ele provou
isso lavando e beijando os pés dos discípulos, para nos dar o exemplo. E o
sacerdote uma vez por ano tem de fazer isso. Já imaginou beijar os pés de um
homem com tanto cocô de cachorro que existe nas nossas calçadas?
Prezado seminarista: Você que não vê a hora de ser transformado no homem
mais importante da sociedade, aquele que é capaz de transformar a hóstia no
corpo de Cristo, que é capaz de transformar um pecador em uma pessoa pura
através da absolvição, poderes que lhes serão concedidos pela ordenação,
poderes que lhes foram deixados por Jesus Cristo, lembre-se que aquele que
pretende ser o maior, o melhor, o mais importante, deve ser o menor entre
todos, deve ser aquele que serve, e não aquele que pretende ser servido. O
maior, e o melhor padre, é aquele que é humilde, que tem sabedoria e santidade.
Não se iluda com os poderes que você irá receber, não se envaideça com a força
que receberá de Deus, mais sim, veja isso como uma santa oportunidade se servir
para a salvação do mundo, e não para satisfazer a sua ânsia de ser importante.
Pense: É MUITO BOM SER
IMPORTANTE. MAS É MAIS IMPORTANTE SER BOM! Ser um bom padre, um bom médico, um bom pedreiro, um bom pai, um
bom marido, uma boa esposa, um bom filho, uma boa filha, um bom colega de
trabalho, um bom catequista, etc.
Rezemos pelos cristãos que ocupam
posições de lideranças na Igreja, para que pensem sempre nas palavras e no testemunho daquele que foi o maior
exemplo de quem é realmente o MAIOR. Aquele que abdicou de sua riqueza e de seu
poder, nascendo pobre, se fazendo pobre,
dedicando-se aos excluídos, para nos
fazer ricos em virtudes, e merecer um dia a vida eterna. Amém.
José Salviano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário